sexta-feira, 29 de junho de 2007
SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS
SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS
Na antiga biblioteca
Dos tempos do império
E barões do café
Folheio páginas
Duma coletânea de poesias
Fina camada de poeira
Recobre a capa
Revestida de couro desbotado
Amarelecidas folhas
Feito folhas secas
Folheio
Poetas tão antigos
Doutras eras
Remotas
Gravaram seus cantos
Ébrios, enlouquecidos
De grandes amores
E prantos duradouros
Hoje
Diante meus olhos
Leio
Aquelas dores
De poetas que se foram
Jurando eternidade
À paixão
Por suas Musas
E sonhos dourados
Repousam em lápides
Lúgubres
De trovadores
Em cemitérios ermos
Noutros sepulcros
Quem sabe doutras cidades
Descasam as Musas
Nas sombras da morte
Quisera eu a sorte
Daquela a quem dedico
Os versos que escrevo
De Amor sem limite
Comigo se deite
No mesmo esquife
Dalgum mausoléu
Quando vier a noite
Sem amanhecer
Assim dormiremos
Juntos
Eternamente
Se o destino por acaso
Há de nos separar
Deitando-nos em camas de mármore distintas
No derradeiro adormecer
Ao menos em sua lápide grave
Alguns versos meus
Que lhe fiz
Aqueles que sejam os preferidos
Como epitáfio
Em homenagem
A tudo que lhe ofertei
Quando vivo
Que ainda na morte
Vivos estaremos
E no Amor unidos
Vencendo o tempo
Nos versos
Que serão lidos
Como esses
Que examinam meus olhos
Em páginas amarelecidas
Duma antiga coletânea de poesias
Derramadas em folhas nuas
Por aqueles que entraram
Na Sociedade dos Poetas Mortos
Rob Azevedo
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Um comentário:
Oi...
Seu blog estava viznho o meu , entrei para espiar. Vejo que gostas de poesias. Eu também.
Me chamo Josy e vivo na Suécia.
Até mais.
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