quinta-feira, 28 de junho de 2007

ODE AOS CORAÇÕES COVARDES




_ODE AOS CORAÇÕES COVARDES_
Sonata em Sol Maior para Violoncelos



Eu, poeta
Ao som dos violoncelos
Coberto de rosas
Em Sol Maior
Compus Sonatas
Incontáveis vezes
Cantei o Amor
Delirante
Lúcido
Obscuro
Claro e perpétuo
Falso
Feito de ilusão
Quimeras no deserto
Indícios de fogo
No oásis da paixão
Real e verdadeiro
Como vedes a ti mesmo
Desnuda no espelho
Desejando a todo instante
O que jamais consente
Sentir assim distante
Se minto
Confesso
Erro inocentemente
Peco quando piso
Nos poemas que escrevo
Desejando seu beijo
Cobrindo o caminho
De flores que norteiam
As sendas do coração
Se não percebes
A falsa realidade do que digo
O que importa?
Estou vivo!
A desejar-te eqüidistante
De um ponto qualquer
No infinito
Transmutando os fatos
Reunindo os cacos
Em sentimentos concretos
Que arderão no peito
Tanto quanto
Fossem verdadeiros
Na intensa brevidade de um cometa
Na extensa longevidade dos planetas
Encontro a mim mesmo
Indefeso e sozinho
Retumbando tambores
Alardeando a vizinhança
Gritando, chorando, rindo
Entoando cânticos e salmos
Para que todos acordem!
Causa-te espanto
Entretanto
Eu sinto...
Quando as luzes acendem
Os olhos a ti voltam
Quando te perguntam
Questionam e refletes
Sinto que medes
O incomensurável infinito
Assim perdes
O insondável
O mistério do amor
Sem razão
Que transcende a lucidez
Parca em que vivemos
No cotidiano insano
Que mergulha-nos em sono
Profundo e assombroso
Temendo a beleza
A recriminação da platéia
Corja de seres sonolentos!
Incapazes de mero instante
De sabedoria plena
Infusa em euforia
Quimérica e verdadeira
Surpreendendo a covardia
Dos que temem
Fracos capengando
Mortos que estão vivos
Às margens do caminho
Difamando os que se erguem
Rumo ao campo de batalha
Revestindo-se de armadura
Dispostos ao combate
A VITÓRIA TRIUNFAL!!!
Em Sol Maior
Ao som dos violoncelos...



Rob Azevedo





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