sexta-feira, 29 de junho de 2007

Fios de Vida




Fios de Vida



Anoitece
Um show me espera
Num palco
Em luzes violetas
Alguém canta
Poemas de Quintana

Que ciúmes
Audazes cortam minhas entranhas
E me acompanham em noites insones
O poeta preferido
Daquela por quem
De amores mourro

Ajeito-me na poltrona
Da quinta fileira
Holofotes acendem
E acordes de mestre
Dum violão acústico
Ecoam
Por todo teatro

Ah! Que fria estocada
Pra mim que não sei calar
Nem falar baixo quando amo
Sequer amar devagarinho
Simplesmente tremo e grito e choro
Ouvindo em voz rouca

O Bilhete!

Nem concordo!
A vida ao teu lado é eternidade
O Amor
Na verdade o infinito
Do nascer ao pôr do sol
Suados de Paixão
Deslumbrando novo alvorecer

O Bilhete
Transfigurado em Bolero
Clássico
Na arte dum mago
Dói no peito e fere

E você, longe
De teu poeta preferido
E daquele que se faz desentendido
Nem sente
As lágrimas que águam meus olhos
E a saudade que me consome
Na vontade de meus lábios
Clamando
Na penumbra do teatro
O beijo que não acontece
Noutras terras
Que não aquelas
Da imaginação



Rob Azevedo




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