sexta-feira, 29 de junho de 2007
Devaneios Noturnos
Devaneios Noturnos
Noites angustiantes
Ainda sombrias
Em claro passo
Perambulando pela casa
E quintal mirando a lua
No telhado um gato faz ruído
Morcegos voam no breu
Ratos saem dos ninhos
Farejando migalhas de comida
Um cão deitado na varanda
Em vigília constante
Move as orelhas
Dum lado pra outro
E rosna
O gelo noturno
Invernal
Arrefece notívagos e insones
Filosofando no silêncio abissal
Dissecando lamurias d`alma
De impossíveis sonhos
Vã imaginação sabemos
Ou seria fuga aos prados
Do contentamento abstrato?
Aquele intangível
Etéreo
Existente somente
Nas terras quiméricas
E fabulosas de Platão
Devaneios... Quem nunca os teve?
Beijando o vento
Imaginando os lábios
De alguém por quem sente
A dor do Amor ausente
Defronte prum lago
Na grama verde
À sombra de palmeiras
Árvores frondosas
Ipês Roxos
Pés de Abricó
O acalanto dos pássaros
Silvando
Em jardins babilônicos
Multicoloridos
Perfume das roseiras
Suave, doce
Cobertas de orvalho
Transbordando no espírito
Cheiro de mato molhado
Ah! Colheria a rosa mais graciosa
Adornaria com ela
O manto negro das madeixas
Daquela com quem sonho
Fios tão delicados
Sedosos, brilhantes
Sorveria de seu riso
Dengosa deitada em meu colo
O néctar mais puro
Que aquele haurido
No pequenino bico
Do beija-flor
Num vôo majestoso
Pairado no ar
Beijando flores
Em jardins tão perfeitos
Quanto aqueles
Que um dia no mais ufano devaneio
Pude imaginar
E o gato no telhado
Num ruído abrupto
Desperta-me no seio
Da solidão noturna
Em que imerso em sonhos
Nutria-me
Do corpo
E encanto da alma
Daquela por quem
De suspiros padeço
Rob Azevedo
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