sábado, 30 de junho de 2007
Psicofagia - Orquestra Fúnebre
Psicofagia
Orquestra Fúnebre
No mundo
As pessoas mais insanas
Que conheço
São os médicos
Que das mentes cuidam
Tratam de coisas
Imateriais, complexas
Como os pensamentos
A personalidade humana
Delicada
Receitando drogas
Química pesada
Que a alma mata
Os sentimentos esfacelam
A vida maltrata
Assim nos calam
Semi-vivos, semi-mortos
Feito mortos-vivos
Não aborrecemos mais
São paranóicos
No grau mais elevado
Em suas mentes
Doentes
Tudo se encontra explicado
Fundamentado em teses
Decoradas
De algum médico perturbado
Psiquiatra diplomado
Não entende
O médico
Que cuida da mente
A simples verdade
Tão clara
Que torna-se oculta:
O demente
Não está deitado
No divã
Mas do outro lado
Da mesa
De seu consultório
Atrás de si
O diploma
Que o torna deus
Dos pensamentos
Da humana alma
No mais, o retrato
Dalgum psiquiatra renomado
Essencialmente perturbado
Decorrido três ou quatro
Consultas
Convence a ti louco
O escudeiro fiel
Enfermeiro insano
Entra em cena
Num escuro quarto
Em camisa de força
Perdida a esperança
Vê a si mesmo
- O malfadado paciente -
Preso, amarrado
Pela vontade
De quem a confiança
Havia depositado
Em suas veias
Injetado
Doses cavalares
De muitas drogas combinadas
O sentimento é calado
A vontade morta
O pensamento esfacelado
Com a alma acabada
O corpo logo depois
É enterrado
À noite, no entanto
O pseudo-médico
Deita-se na cama
Tendo absolvida
A consciência
No dever cumprido
A conta bancária
Foi engordada
Até quando se pôde
Em cem dollares
A cada semana
Que medicina é essa?
Desvirtuada
Na insanidade dos homens
Negam ao juramento
De Hipócrates
Na mais podre hipocrisia
Dessa pseudo-medicina
Desumana
O mal menor que concluímos:
Só aos burgueses atende
Dos pobres se aparta
Que medicina é essa?
Rob Azevedo
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