quinta-feira, 28 de junho de 2007

Green Peace




Green Peace



As gralhas
Davam gargalhadas
Empoleiradas nos galhos
Das palmeiras
Também sou tralha
Comê-las-ia grelhadas
Numa praia dourada
Em Granada

Nos telhados grenás
Das casas
Goteiras nas calhas
Tiritando a mesma nota
Eu lastimando
Essa vida encalhada
A garrafa desarrolhada
Derramando vinho de alho
Diante olhos esbugalhados
Da velha senhora destrambelhada
Rasgando o vestido decotado
Salpicado de bolinhas
Amarelo-esverdeadas nos babados
Urrando desatinada:


- Não me ralha menino!
Sou senhora pura, donzela e respeitada
Bisavó de vinte e duas
Virgens santas
Prostitutas honradas
Da rua da amargura



Peixe-Boi
Tubarão-Martelo
Cavalo-Marinho
Tamanduá-Bandeira
Mico-Leão-Dourado
Tigre-Dente-de-Sabre
Tatu-Canastra
Jabuti-Piranga
Baleia-Jubarte
Macaco-Prego
Lobo-Guará
Rinoceronte-Negro
Boto-Cor-de-Rosa
Tartaruga-Alaúde
Panda-Gigante
Orangotango-de-Sumatra
Bacurau-de-Rabo-Branco
Antílope-Tibetano
Dromedário-de-Eritréia
Canguru-Vermelho
Lhama dos Andes
Gralha Azul...



De tantos exóticos bichanos
O mais estranho
É o ser humano
Bípede pensante falante
Seu engenho
Traz a morte
Aos filhos da Mãe Terra
Devasta matas
Polui rios
Multiplica desertos

Viva a biodiversidade!
A verde paz no mundo
Deixem empoleiradas as gralhas
Em seus galhos no pé de jaca
Não estarão em minha mesa
Em pratos postos sendo a ceia
Mas cearão comigo
E todos animais da floresta
Em comunhão fraterna exaltaremos
Da fauna a riqueza
Em dia de grande festa
No banquete vegetariano, à cabeceira
A Vaca Sagrada da Índia
Celebrando a Vida
Brindará com a Gralha Azul
Nosso Amor à Natureza!



Rob Azevedo




* Em negrito alguns animais ameaçados de extinção ou já extintos.





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