quinta-feira, 28 de junho de 2007
Mundo Transfigurado
Mundo Transfigurado
-> Trilha sonora
Não acredito
Em pessoas que não acreditam
Que podemos mudar o mundo
Em pessoas que não acreditam
Que podemos mudar o mundo
Não acredito
Eu quero mudar o mundo!
Em pessoas
Que não acreditam
Que podemos
Mudar o mundo
Não acredito
Não acredito
Em pessoas
Que não acreditam
Que podemos
Mudar o mundo
O mundo pode ser mudado!
O poeta anuncia novos versos
Reinventando o que foi dito:
Existe mais filosofia
Em nossa sã poesia
Do que supõem
Céus e terra
Oh Bardo que ouves
O canto das boas novas
Errando perdido
Nas esquinas de Parnaso:
Por que os braços cruzados?
A pena acovardada?
A boca silente?
Quem és
Senão mensageiro e portador
Da verdade que aflora
Transformando mudará o mundo?
O que era impossível
Foi feito
Por aquele que não sabia
Que impossível era
Tão logo acredito
Sabendo que nada sei
Ser a única certeza que tenho
Vã utopia?
Insana quimera?
Miragem no deserto?
Ufania de Platão?
De Don Quixote
A loucura?
Não, Bardo sonolento!
Réstia de lucidez que liberta!
Desprovida do medo
Da covardia de um longo tempo
Vicejando amofinado
Feito boi no pasto
Longe...
Longe de mim
Tua razão pensante
Que a equação estabelece
Soma, multiplica
O resultado extrai
E diz:
Não podes!
Ah! Longe de mim
Essa matemática racional
Engendrada pela Besta
Com que medes o mundo!
A força que temos...
Revestida em novas vestes
Outras linhas traço:
A força do querer
Tem razões e poder
Que a própria razão não mede
Oh Bardo tolo!
Com vossa corja
De trovadores rotos
Aparte-se de mim
Desça sozinho
Ao Vale da Morte
Onde reinará
Contigo a Descrença
Minha vontade transcende
O cansaço de tua alma
Afasta para ermo horizonte
A incompletude e inesperança
Ainda que vomitando as vísceras
São revezes que bebo sedento
No cálice transbordando o sangue
Derramado no sacrifício martirizante
As marés virão mais cheias
Banharão meu corpo
Haverão de sarar cada chaga
Levando resíduos podres
Quando o mar recuar
As nuvens dissiparem
Quiçá... Oh Deus!
Quiçá avistarei o mais belo
De todos os vislumbres
Um dia sonhados
A quimérica miragem
Real, concreta
Tangível adiante:
O mundo renascido
Inteiramente transformado...
Nem que seja tão somente
Minha aldeia
Naquele instante
Saberei que o gado
Que pasta nos outeiros
As montanhas distantes
O riacho correndo
Em seu leito pedregoso
E o canto dos pássaros
Será outro, diferente
Não serão os mesmos
Mas no cerne profundo
Transfigurados
Meu mundo haverá mudado!
Os aldeões virão
À porta de seus casebres
Acenando contentes – dirão:
- Lave as mãos
Sente-se à mesa
Compartilhe nosso pão
É fruto da terra!
O que é meu, é seu também!
E não acredite...
Em pessoas que não acreditam
Que podemos mudar o mundo
Rob Azevedo
"I HOPE SOME DAY YOU`LL JOIN US
AND THE WORLD WILL BE AS ONE"
(John Lennon)
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