sexta-feira, 22 de junho de 2007

Lamparinas de Poesia




Lamparinas de Poesia



Chove em minh`alma
De Poeta
Lágrimas de Amor
Se de Poeta é o lúmen do meu Ser
Qualquer chuva
Rega os jardins
De minha Poesia
E florescem versos

As sementes
Planto cuidadoso
Em solo fértil
Abrindo valas
Adubando
Mas Deus é quem rega
Os Canteiros da Inspiração
Germinando encanto
Suavemente à luz do Sol
As pétalas quando abrem
Desabrocham Paixão

Se chuva vem do céu
Não importa
Se a estação é Dor
Revolta
Amor
Saudade
Insano cataclismo
Desilusão
Começo ou fim do caminho

Os campos da Poesia
São regados
E nascem flores
Tal qual a estação

Mas se é tempo de seca
De sentimentos
E a estiagem se prolonga
Nada floresce
Nos canteiros
Fenece a Inspiração

Que venha então as tormentas
Monções de Verão
Alaguem os ressequidos campos
Inundando de criação

Nas videiras brotarão
Cachos de Poesia
N`alma do Poeta fermentando
Em barris de carvalho
O Santo Vinho das bacantes!

A embriagues dos convivas
Bons vivants, hedonistas
Existencialistas
Pacifistas e Naturistas
Ecologistas
E todos os artistas do mundo
Numa grande Orgia Poética
Celebrando a vida
Avessa a toda explicação
Ofertada pelo Bufão Surrealista

Porque Deus
Meu irmão
É Poeta!

E Poesia é sentimento
Não se explica...
É no coração
Fazermos valer a pena
- ambas, aquela que verte tinta
e a outra sombria, que é expiação -
E compormos poemas!

Deixemos a razão
Para esses tolos malditos
E toda corja de matemáticos burocráticos
Ruminando noite e dia
Problemas e aflições vadias
Vigiando o tempo
Nos ponteiros do relógio

Ó corja de seres ingratos!
Nem olhos tendes mais?
Tornaram-se todos cegos
Que nem miram as estrelas
No firmamento em noite límpida?

A Lua para vós
Tornou-se testemunha
De vossos pecados impagáveis!

Os presentes
Que Deus vos traz
Abandonais ao relento
Como se nada fosse

Ai de vós!
Nem no inferno rangerão vossos dentes
Quiçá, serão expelidos das entranhas
Num vomito profano
Dos próprios vermes

Qual de todos nós é o destino
Senão um dia putrefazer
E alimentar as flores?

Corja de tolos sonolentos!
Dormem acordados
De olhos abertos não enxergam além do nariz

Vossos corações
Somente bombeiam sangue
Não sentem emoções

Mas eu sinto
Vejo
Estou desperto!

E contemplo no breu noturno
A face de Deus em cada estrela
Rindo compadecido
Dessas mariposas moribundas
Ruminando futilidades
Enquanto os Poetas de verdade
Compõem Poesia
E no céu
Explode a vida



Rob Azevedo





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