sexta-feira, 29 de junho de 2007
Zero Miles To Hell
Zero
Miles
To
Hell
Encurralado num beco escuro
O eu claustrofóbico
Sozinho anoitece
Mil mortes amargas padece
De nenhuma delas renasce
Já não me importa
Se compreendem meus versos
Em sombras de mistério
Torno-me mais forte
Sou o Fantasma da Ópera
A vida é tão vã
Perseguindo miragens no deserto
Que sabemos
Jamais alcançaremos
Lembro frases de Schopenhauer
Imagino mesmo que o melhor que faríamos
Nós aprisionados neste mundo de mazelas
Seria estourarmos os miolos
E resignados
Regressarmos ao Nada
O Repouso Absoluto
Faço palavras cruzadas
Sentado na poltrona
Ao lado do vaso
De flores
Num instante
Lembro-me Dani
A prostituta do quarto meia-três
Tão frouxa sua vulva
Pela clientela abusada
Quando transávamos
Nem sentia
Não havia fricção
E gemia
Fingindo um orgasmo
Vida besta!
Não há saída desse beco imundo
Só um gato negro faz companhia
E àqueles que vieram me salvar
Na única via de acesso
O sinal está vermelho
Pra minha vida
Giro o tambor do revolver
Brinco de roleta russa
Tentarei novamente
Disparo...
Num breve segundo
Um estampido agudo ecoa cortante
Não tenho sorte
A bala era de festim!
Mayakovsky
Florbela
Hemingway
Sei lá mais quem...
Escreveríamos versos e dramas
Na noite profunda
Abissal
Eterna
Sete palmos
Abaixo da terra
Rob Azevedo
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