sexta-feira, 29 de junho de 2007

O Vulto Negro e a Bela Adormecida




O Vulto Negro
E a Bela Adormecida

-> Trilha sonora



Nos mistérios insondáveis da mente
Um espectro assombra
O inconsciente que adormece
Quando cai a noite

Vindo das sombras surge
Um vulto delirante
Arrastando corrente
Envolto em negro manto

D`alma que sangra
Paixão e lamúrias
O Anjo do céu caído
Amargo se levanta
Na dor do Amor sofrido
Rondando a alcova
Da Bela Adormecida

O corte profundo
De ser Rei
Ungido nas trevas
Da Ordem dos Draconianos
Desconhece morte e vida
Bem-aventurança e maldição
Espinhos e rosas...

Rosas
Que florescem em túmulos
De amores perdidos
Na escuridão d`algum mausoléu
Povoado por morcegos
Adornado de teias
De aranhas que espreitam
Descuidadas vítimas

Tênue a luz das velas
Se desfazendo na mesma cera
Das asas de Ícaro
Se apaga derretida
Despencando na escuridão

Ó Nosferatu Maldito!
Que se abriga em meu peito
No Amor que oferto
A graça de anjo
Que um dia fui
Ódio vomito
Porque na pureza do Amor que dedico
Firo
Mais do que as mil estacas
Cravadas em meu coração de vampiro
Por aquela
Que me martiriza
Dia e noite e não sabe...

Sangro, sangro, sangro
E a sombra que desterra
Inclemente não vem

A maldição é esta:

Vida eterna
A quem a vida
Jaz morta
No Amor que o Ocaso
Proibiu de amanhecer

Ó Prometeu, vos amaldiçôo!
Do teu fígado
Fizeram meu coração
Zeus e Afrodite

Ó Bela Adormecida!
Sou eu quem vos assombro
Em noites de pânico
E não reconheces
Teu vampiro maldito!

Meu rugir silencioso
Asfixia
Paralisa corpo
Rondando o leito
Em que dormes
Procurando-me entre miragens
De Anjo e Nosferatu!

Sou eu quem te visito
Sou eu quem te assombro
É a mim que exorcizas
Em pranto e desespero
Rogando a Deus suplicas:

- Vade Retro!

Em mil estacas
Que cravaste em meu coração
Por esse Amor na força do Destino
Traiçoeiro e vil
Sangro, sangro, sangro
E ainda morrendo
Tantas vezes
Quantas estacas hão cravadas em meu peito
Não desfaleço
E padeço, padeço, padeço...

Antes que sugue de ti
Ó Bela Adormecida
De volta todo o sangue que se derrama
Do meu coração amaldiçoado
Eu quem te exorcizo!

Quando fores
Não voltes
Sequer olhe pra trás
Ao menos
Deixe-me partir
Peregrinando em busca
Do meu túmulo perdido



Rob Azevedo






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