sexta-feira, 29 de junho de 2007

Pedro, A Pedra Angular do Perdão




Pedro, A Pedra Angular do Perdão



Hoje quando me deito
Sozinho escuto
Nossas músicas
Relembrando de tudo
E como me dói
Sentir minh`alma
Morrendo
Sem anestésico
Que alivie a dor

Um vazio abissal
Doloroso me invade
Ouvindo cortante:
I will stand by you forever...
Falta-me o fôlego
Imaginando
Tão dura pena
Se a cada hora distante
Agonizo em dores
Martirizando meu Ser
Rasgando entranhas
E não sangro
Não vejo cortes
Nem mal algum do corpo
É a alma que morre

Nunca procurei a mulher perfeita
Porque não existe
Passaria a eternidade a procurá-la
E não encontraria
Só peço à mulher que encontrei
Que também não espere de mim
O homem perfeito
Porque nunca fui
Tampouco jamais
Serei digno
De morrer na Cruz

Cometo meus erros
Os erros dos outros entendo
Ainda que no ímpeto do momento
Cause seu efeito
Derribando castelos
Frágeis
Feito gotas de orvalho
Nas pétalas de rosas
Basta a brisa mais suave
Caem lacrimosas
Derramando dor

Ninguém pode
Ser cavaleiro de luz
A todo instante
Infalível
Nem esperar
Ter sempre ao lado
A princesa de conto de fábula
Vivendo num reino
Onde nunca troveja
E a tempestade não chega

Perder-se-á na própria alegoria
Transformada em armadilha
O príncipe
Será sapo
A Cinderela
De volta à abóbora
Bem antes das doze badaladas
Mais triste é sabermos
Que não haverá nenhum sapatinho de cristal
Para ser encontrado
Porque a ficção
Tornar-se-á realidade
Quando a realidade
Será ficção
Onde tudo é fragmentado
O cristal haverá quebrado
Porque de vidro o Amor foi dado

Ninguém é perfeito full time
Nem imperfeito em tempo integral
Dê uma chance
Se a quem será dada merece
E se te reconheces humano
Assim a dor que a tudo anoitece
Florescerá num girassol
Amanhecendo claridade
Antes que a negue
Pela terceira vez
No terceiro cantar
Do galo



Rob Azevedo




TEXTO COMPLEMENTAR:


E estando ainda Cristo entre os homens, após haver padecido na Cruz e ressuscitado, caminhava com Pedro à caminho de Emaús...

E o Mestre pergunta a Pedro pela terceira vez:

- Pedro, tu me amas?

E Pedro sente a tristeza abissal cair-lhe na alma, pois o Mestre havia lhe feito a mesma pergunta pela terceira vez, fazendo com que ele se lembrasse das três vezes que O negou quando de Seu martírio nas mãos dos homens para que fosse crucificado. E com o semblante amargurado e voz pungente, responde:

- Mestre... Por que me faz a mesma pergunta pela terceira vez? O arrependimento profundo é que agora me crucifica, crucificação diferente daquela que venceste na Cruz, porque és o Rei dos Mundos, ainda assim tão dolorosa para mim que sou homem imperfeito como todos são, passível de tantos erros... Sim, eu te amo, Mestre! Perdoa-me...

- Não sou eu quem deve perdoá-lo, porque antes que errasse, eu já havia o perdoado setenta vezes sete. É a ti mesmo que deve perdoar-se, por haver Me negado três vezes... Mas agora, tu se perdoou, porque em cada uma das três vezes que Me disse: Mestre, eu te amo, em palavras vindas do mais profundo de seu coração, anulaste cada vez que Me negaste quando estava nas mãos dos homens. E aprendeste a mais importante e bela lição do Deus Altíssimo: A Lição do Perdão, que tudo crê, tudo espera, tudo suporta e nos ensina, que somente ama, quem permanece no Amor. Por isso, Pedro, a ti entrego, de Minhas Mãos marcadas pelas chagas da Cruz, as chaves da Igreja de Meu Pai, que está nos céus e a tudo vê e conhece teu coração. Ide Pedro, tu és a Pedra Angular do Perdão e da Igreja do Altíssimo, apascenta minhas ovelhas, que retornarei ao Pai.

Tendo dito tais palavras, Cristo ascendeu aos céus, num clarão magnificente, ao cântico de Serafim e Arcanjos.



Rob Azevedo




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