sexta-feira, 22 de junho de 2007
The Book Is On The Table
The Book Is On The Table
O livro está sobre a mesa
A mesa sob o livro
Essa verdade tão clara
Sem pudor desnuda
Aos olhos de todos
De forma vil escancarada
Me arremete ao chão
Ao peso de uma tonelada
Esmaga minha certeza
Restam farrapos
Do que antes eram miolos
De meu cérebro esfacelado
Triste fim encefálico!
O que faço
Indefeso diante
Dessa verdade tão clara?
Como questioná-la?
Faleço...
Neurônios
Habitantes da cinzenta massa
Tornam-se demônios
Rebelados contra mim!
Me desfaço
Junto os cacos
De joelhos me esparramo
Nos azulejos de meu quarto
Essa verdade é incontestável!
O livro está sobre a mesa
A mesa sob o livro...
Porque ensinam tanto isso
Na escola?
Não entendo, não compreendo
A Lesson One
Perversamente silenciosos
Dois fantasmas me perseguem
Estáticos
Em seus lugares
Desafiando a razão
Tiranos soberanos
Tão explícitos
Que ferem meu pudor
Parecendo meretrizes
Fazendo amor
Sem palavras, nem gestos
Simplesmente estáticos
Mudos
Sem nem mesmo olhos
Que me lançassem um olhar
Sórdido
E fizessem a mim
Sentir-me desnudo
Estremeço...
Eis que desaba meu mundo
Não há como contestar essa verdade!
O livro está sobre a mesa
A mesa sob o livro
Talvez seja essa
A ordem natural das coisas
Sem pressa
Racionalizo
Resignado
Acendo um cigarro
Solto uma baforada...
Vou-me embora
De ônibus no entanto
Porque Pasárgada
Ainda é longe demais daqui!
Rob Azevedo
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