quarta-feira, 20 de junho de 2007
A Outra Face da Moeda
A Outra Face da Moeda
Canto o Amor das Lendas
Porque amo a idéia
Do Amor Perfeito
Mas nem tudo o que escrevo
Acredito
Tampouco acredito
Em tudo que diz
As pessoas
Embora às vezes
Como todos
Finjo acreditar
Simplesmente engulo
Por um momento
E depois vomito
Se meu semblante se contorce
Enquanto empurram
Em minha goela abaixo
O fel amargo
É porque logo mais
A qualquer hora
Haverei
De vomitar
E não me importo
Se no chão
Exibido estará
Tudo o que tenha engolido
Ao longo de tanto tempo
Tampouco se alguém
Enquanto me retiro
Terá que limpar
Se meras palavras
Em verdade valessem
Não haveria a mentira
E se compraria
Propriedades
Sem escritura
Bastaria
Acordo verbal
Tudo pode ser dito
Palavras se manipulam
Pode-se dizer
O que desejar
Nem em mim mesmo
De todo acredito
E de Deus duvido
Nas pessoas
Em verdade
Não duvido, nem acredito
Isso é tão subjetivo!
Fatos avalio
Constato
Reflito
Palavras são etéreas
Não têm por si só consistência
Não têm massa
Que altere o fiel da balança
Compreendido seria se todos tivessem
A intimidade que usufruo
Com as palavras
Saberiam que se pode manejá-las
Como bem entendem
E brincar com elas
Como brinco
Só os fatos são reais
Palavras são abstratas
Vieram do Mundo das Idéias
Terras de Platão
Acreditar acredito
Quando o que vêem meus olhos
Ouvem meus ouvidos
E conclui minha mente
Do nascer do Sol ao infinito
Em meu entender da vida
Assim permite
E ainda uso
O sexto-sentido
E meu sentir somente
São eles que abrem a porta
Para que eu acredite
Ou a feche
Lembrando-me sempre
Que no calendário
Mostra que estamos
Além do século
Vinte
Não
No tempo do burro
Não quero ser mais um
E não me importo
Se me julgam deselegante
Deseducado, vil, arrogante
É tão natural
Ser inóspito
Com quem mente
Por que se espantam?
E se acaso vomito
E me julgam ignorante
Olhe no chão quem mente
E veja
O que me faz engolir
Ao longo de tanto
Tanto tempo
Rob Azevedo
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