terça-feira, 19 de junho de 2007

Uma Grande Interrogação Sem Resposta




Uma Grande Interrogação
Sem Resposta
Que Não Seja
Abrir a Porta

-> Trilha sonora



Sem que entenda
O que é o Amor
A cada dia me dou conta:

Só você me completa
E o desejo que arde agora
Amadureceu
Arde na carne
Transpira nos poros
Exala da pele
Arrepiando os pêlos
Percorre a espinha
E vai subindo
Tonteia a mente
Turvando os olhos
Dói n`alma.

Imagino minhas mãos
Despindo sua roupa
E meu corpo
Sobre o seu
Entrando no céu
Colorido de rosa
No arrebol do Amor
Saciando caprichos
De nossos desejos
Confessos
Sem que haja réu.

É um calor no estômago
Faltando o fôlego
Coração descompassado
Face empalidecendo
O chão estremecendo
Pernas bambeando
Um turbilhão girando
De norte a sul
Em vertigens que não entendo
De instinto e sentimento.

Entre o sinal verde e o vermelho
Nós dois parados
Descascando laranja
Ao sabor do acaso
Na vontade de dizer algo mais
Sempre deixado pra trás.

É formular teorias
Sobre o que não se tange.

Explicar
O que ninguém entende.

Desvendar um enigma
Sem resposta.

Tentar esquecer
Não conseguir.

Despedaçar mil vezes
O coração
Se arrependendo
E nada aprender
Repetindo os erros
Com os pedaços que restam
Insistir.

É deitar
O sono não vir
Sem nada restar
A madrugada atravessar
Mirando o teto
Fumando um cigarro
Jogando conversar fora
Com a Dona Insônia.

É voltar a ser criança
Construindo castelos
Nos recônditos da mente
Imaginando
Mil e uma quimeras
Das terras de Platão
Ao lado de quem
Pomos num pedestal
Como ser lendário
Além de todo vivente normal
Humano, vindo do cascalho
Como se não tivesse
Nossas mesmas dúvidas
Imperfeições e medos
Fraquezas e mentiras
Desatinos e crises
Até essa maldita insônia
Algoz de minha paz
Que me persegue
Às quatro e meia da madrugada
Tentando compreender
Compondo um poema
O que é essa dor
Que tanto me agonia
Chamada Amor.



Rob Azevedo






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