quarta-feira, 20 de junho de 2007
O Santo Sudário Rosa...
O Santo Sudário Rosa
De Babado Rendado
Que Reveste
O Relicário Sagrado
Guardando
A Flor Excelsa
-> Trilha sonora
Acendo o pavio
Da bomba do meu pulmão
Dou um trago
Solto baforadas
Me embriago
Com a quarta dose de Whisky
Nuvens de nicotina se dispersam
Num canto de taverna
Às duas da madrugada
Sob tênue penumbra
Rabisco sobre o tampo da mesa
Meu último poema
Porque o fim do mundo
É eminente
Em sua própria tragédia
Eloqüente
Medito
Num segundo meço
A extensão do infinito
Indo pelo ralo
Dum buraco negro
Aberto
Na camada de ozônio
Sem nexo?
O que importa
Não vê que estou bêbado?
Tampouco sou avaro
Em minha imaginação de bardo
Os bêbados são megalomaníacos
Movidos por paixões desatinadas
Num ímpeto de loucura
Que transcende a razão humana
Declaram Amor profundo
Afogado no peito
À moradora de rua
Que recolhe comida no lixo
Ah, que devaneio!
Declarou-se tão bem
Com tamanha coragem
À pessoa errada
Não era a burguesa elegante
Culta e viajada
Do apto. 8.014
Na Estrada de Pasárgada!
Minha tábua de salvação
É uma pedra de gelo
Que flutua em meio copo
De Whisky barato
Se dissolve
Feito o pólo norte
Sob o maléfico efeito
Do buraco negro
Na camada de ozônio
Sem espanto!
Não vê que estou bêbado?
Confundo visões do holocausto
Com profecias de Nostradamus
Teoria dos Black Holes
Com atmosfera terrestre
E um White Horse
Estampado no rótulo
Dum Whisky paraguaio
Por que a tamanha falta de nexo
Quando penso no sexo
Com a fina princesa
Madre Teresa
Moradora do condomínio Real Village?
Minha poesia é tresloucada
Em sua embriagues sórdida
Reflito
Conversando com os botões
De minha jaqueta amarrotada:
Haveria n`algum momento
Vestido a lingerie rosada
De babados rendada
Que lhe comprei
Exalando perfume
De deliciosas trufas?
Havendo vestido
Que fantasias
Em tal momento embalariam
Os recônditos da libido
Da formosa ninfa?
Seriam aquelas
Que nem Freud explica?
Embriagado na mesa
Feito um corvo no canto da taverna maldita
Peço a quinta dose de conhaque
E imagino
Entre baforadas sem tino
Contemplando as paredes que giram
No cintilar das luzes
O exato momento
Em que Madre Teresa
Pegou em seus dedos delicados
A rosa lingerie na gaveta
E demais apetrechos
Dirigindo-se ao último banho
Antes do repouso noturno
Despindo-se no banheiro
Em miragem a vejo
Balouçando no fundo
Da quinta dose
De meu Whisky barato
Peça por peça
E desnuda enfim
Sob o chuveiro
A ensaboar-se
Corpo nu em pêlo
Meu maior desejo
Abocanhar seus seios
Róseos
Pontiagudos
Com meus lábios delicados
Quentes e úmidos
Sobretudo com muito carinho
E minha aflorada libido
Sorver o leite invisível
Naqueles apetitosos mamilos
Ser seu bezerro
Em profundo delírio
De olhos cerrados
Docemente, humilde e sereno
Como seu bebezinho de colo
Recém nascido
Ma-mãe, ma-mãe
Sou seu bebezinho!
Embala-me no colo
Conte-me historinhas de ninar
E dá-me na boca, por favor
O etéreo leite de mamar
Ah, imagino seu corpo inteiro!
Fantasiada de Eva
Sob o chuveiro...
Cuidadosa a ensaboar
A parte íntima
Depiladíssima
Com perfeccionismo
De relojoeiro suíço
Onde floresce a rosa
De meu puro desejo
Imagino
Num movimento obtuso
O compasso aberto
E no íntimo da concha entreaberta
Transparecendo a pérola
Entre duas cartilagens rosas
E mãos que deslizam
Delicadamente
Naquele poço de encanto
Cuidando zelosas
Da higiene incólume da flor excelsa
Ah, me prostraria aos seus pés
Minha Amada Princesa
Lambendo-os e venerando-te
Ajoelhar-me-ia diante de ti
Como humilde vassalo
De seus desejos devassos
E pondo agradecido a fronte
Entre suas pernas
Beijaria o cálice
De sua rosa cor de vinho
Num enlevo de meu espírito
Em pleno êxtase
Tendo a reticência posta além do infinito
Beijar-te-ia e beijar-te-ia e beijar-te-ia
No cerne de sua essência feminina
Cumprindo na ponta da língua
O ofício sagrado
Que me cabe como vosso vassalo
Quem sabe se Deus em Sua Bondade Infinda
Assim me permitisse
Sorveria na boca
O Gozo Real
De Minha Princesa Amada...
E quantas vezes haveriam de ser?
Imploraria ao Pai Celeste que em Sua Santíssima Complacência
Fossem tantas quantas
São as estrelas do céu
Assim conheceria por completo
O sabor de minha fêmea
No momento de feminilidade maior
O horizonte ainda nos esperaria
Ó Minha Majestade, em sua alcova
Antes vosso vassalo vestiria
Em seu corpo saboreado
Na ponta da língua
Feito um pêssego maduro
Por um macho no cio
Ávido e faminto
O presente que vos comprei
A rosa lingerie
De babados, rendada
Delicadamente
Com muito carinho
Se aprofundando em cada reentrância
Vestindo como luva
Na parte íntima
Cobrindo a rosa
Dantes em minha boca devassada
Pétala por pétala
Até que a última gota de orvalho
De Vosso Êxtase Sagrado
Estivesse extinta em minha boca
Renascendo das cinzas
Feito Fênix
No momento seguinte
Sobre os lençóis da cama
Em torrentes sem fim
De divino contentamento
Inteiramente saciado
Na extensão do infinito
Em que o tempo haveria de parar
Vosso vassalo
Rendido de encanto
Novamente a despiria
Com os dentes
Contemplando num arroubo místico
A Rosa de Meus Prazeres
Coroada Rainha dos instintos selvagens
Que fervilham em minha libido
Em cruéis acoites
Desabrochar
Vislumbrada pelas ancas roliças
Rendida
Entregue
Sem pudores
Entreabrindo-se umedecida
Para que a penetre
Carne na carne
Sentindo o quente da pele
Na rigidez da minha
Roçando devagar
Se aprofundando
No macio côncavo
Em arrepios
Montando o cavaleiro
Na égua puro sangue
Segurando na cintura fina
E madeixas
Oportunas rédeas
E cavalgando
Com jeito, manha
E incansável virilidade
Até o arrebol
Dum novo êxtase
Rob Azevedo
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