domingo, 17 de junho de 2007
O Filho do Vento e o Amor-Perfeito
O Filho do Vento e o Amor-Perfeito
Ó Vento!
Cantei tua glória
Tantas vezes
O encanto de minha liberdade
Fui um alazão nos campos
Verdejantes
Livre
Galopando até onde
Beijava o horizonte
Em sonhos olímpicos
Desejei que louros
Fossem meu elmo
De eterna vitória
Ousei ser tão veloz
Quanto aquele que impele
Caravelas nos mares
Ousei ser o Filho do Vento
Conheci lugares tantos
Arremessado pela furiosa Tormenta
Que aportei num oásis de encanto
Os Jardins da Babilônia!
Colhi flores
Desabrochadas na Primavera
Semeei nos canteiros
De meu coração
Nenhuma delas
Fincou raízes
O joio
Apodreceu todas
Tulipas
Margaridas
Camélias
Jasmins
Gardênias
Hortênsias
Papoulas
Flores sem fim
Cravo e Canela
Minguaram
Despetaladas
Curvando
Ante a fúria do Vento
Ó Vento traidor!
Eras o encanto de minha liberdade
Foi por ti
Que alcei alto vôo
Acima do cume dos montes e nuvens
Quão menor me viam da terra
Menos entendiam meus versos
Sim! Voando compus versos!
Inteiramente libertos!
O Vesúvio
Nada parecia
De tão ínfimo
E voei mais alto e mais alto
Abri as asas do orgulho e bati
Levado por ti, ó Vento!
Voei feito Ícaro
Busquei o Sol
No afã de tocá-lo
Meus olhos cegaram
Caí transpassando as nuvens
Vertiginosamente
Nas florestas
Despedaçado, busquei os campos
E meus olhos
Estavam perfurados
Pelo orgulho profano do Vento
Rasguei minhas entranhas e gritei
A revolta
De havendo obscurecida a visão
Não enxergado em ti
Singela flor
Aquela que tão somente desejo:
O Amor-Perfeito
Rob Azevedo
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