domingo, 17 de junho de 2007

Entenda Se Puder!




Entenda Se Puder!



Às vezes as coisas
Chegam num ponto
Em que tudo é tão estranho
Porque eu te amo
E não te amo
E quando penso que te amo de novo
Te amo odiando
E odiando te amo

Têm horas em que a vontade
É calar tua boca
Usando mordaça, na marra
E ver você jogada ao chão
Espancada e pisoteada

Só que depois
Tudo se inverte
De ponta a cabeça
E o que mais desejo
É um beijo – teu
Doce, suave e infinito
Como um acorde
Dum violino

O Amor é bailarino
E palhaço trapezista
Nas teclas do piano
Em três notas
Eu-Te-Amo!

No bumbo alardeando
Subindo ao picadeiro
E dando aquele show
O arqueiro - cruel
Mirando a maçã do Amor
E acertando em cheio
O coração de quem
Sem tino nos faz
Amar e odiar
Uma só pessoa
Num só espetáculo
Do mesmo circo
Chamado Paixão

E quando a lona incendeia
A chama que arde mais forte:

Saudade de quem foi embora
Amando odiando
Quem odiando ama
Esmurrando a vontade
E chutando o balde
Gritando liberdade
Sentindo saudade



Rob Azevedo




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