domingo, 17 de junho de 2007
Abelardo & Heloísa
Abelardo & Heloísa
- Uma História de Amor
Em Nome de Deus –
-> Trilha sonora
Vã filosofia
Como dizem...
O que pode
Essa abstração da razão
Quando se fala
Das coisas do coração?
Conceitos de moral
Do que é certo
O que é errado
São pré-conceitos
Concebidos
Nos porões
Do obscuro intelecto
Se num cruzar de olhos
Toda teoria se perde
Cai por terra
Diante o Amor
Esfacela
O desejo
É mais forte
Bem mais forte
Que o racionalismo humano...
Na ironia do destino
A pérola do pensamento
Monumento da razão
Chamada FI-LO-SO-FI-A
Do latim:
Philosophia - amor ao saber
Designando razão, sabedoria
Simplesmente entende
Do alto de sua erudição
Que do amor
O saber se apartou
Philo
Sophia
Não se dão...
Que incongruente contradição!
No seio do obscurantismo
Da Idade das Trevas
Acorrentado à moral hipócrita
Onde tudo
Era pecaminoso
Passagem de ida
Para o Fogo do Inferno
Um filósofo
Racionalizando o amor
Como todos pensadores medievais
Acreditava que os impulsos sensuais
Deveriam ser reprimidos
Pelo intelecto
Até o dia
Em que rodeado por discípulos
Numa de suas palestras conceituais
Os olhos de Pedro Abelardo
Pousaram nos olhos
De Heloísa de Notre Dame
Nunca mais um do outro
Puderam esquecer...
Caiu por terra
Toda vã filosofia
E pré-conceitos
Da hipocrisia humana
De suas aulas
Aos muitos ávidos pretendentes
Em beber da fonte
Os ditames do pensamento
Pedro Abelardo desinteressou-se
Tornou-se professor
De Heloísa de Notre Dame
Hospedando-se em sua casa
Com as graças e desgraças
Do Senhor Tutor...
Aprendeu com Heloísa
A supremacia do Amor
Inimaginável, irrestrito
Único oásis
Onde a paz encontrava
O que pode a razão
E moral da sociedade
Diante o que arde
Dentro do coração?
Um dia
A dita palestra
De Filosofia
Ficou de lado
Relegada ao nada
E Pedro Abelardo
Retirou o cinto que prendia
A túnica de Heloísa
Despindo a discípula
E se amaram
Apaixonadamente...
Razão humana
Hipocrisia
Falsa-moral
Pré-conceito
Covardia
Tudo recaiu feroz
Feito Dragão Devorador
Contra o Amor
Que se devotavam
Nada impediu
Que essa flor
Incólume e perfeita
Crescesse
No coração de ambos
Atravessando mil anos
Até os dias de hoje
Eternizando em lenda
Que transcende o mundano
A supremacia do Amor
Diante a vã filosofia
Vinda das entranhas
Da moral hipócrita
Nas mãos torpes
Que o Amor castrou
Estes sim
- Moral hipócrita
E mãos torpes -
Jazem agora
No Fogo do Inferno
Para todo o sempre...
Porque Abelardo e Heloísa
Havendo perdido o Bem Maior
Presente Divino do Pai Altíssimo
Consagraram-se ao Santo Ofício
E Este – porque é Pai Eterno e Verdadeiro - entendeu
Que o Amor que se devotavam
Acima Dele próprio
Sempre esteve
Desde o dia
Em que se conheceram
Neste mundo terreno
A história desse Amor se conta
Decorridos mil anos
E num túmulo neogótico se encontra
Aos olhos de nós viventes
No Père Lachaise em Paris
Os restos mortais
De Pierre Abélard e Héloïse
Deitados eternamente
Na mesma cama de mármore
Unidos no Amor para todo o sempre...
Hoje suas almas
São unidas
E também ao Pai Celestial
No Paraíso sem início
Nem fim
Onde o Amor que transcende
A noite dos tempos
Reina
Por toda eternidade
Amém!
Rob Azevedo
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