quinta-feira, 5 de julho de 2007

A Guilhotina - A Verdadeira História Que Os Livros Não Contam -




A Guilhotina

- A Verdadeira História
Que Os Livros Não Contam -

-> Trilha sonora



Sinteticamente perfeito
O arremesso
Desconheço
Petardo mais certeiro
Alcança a lança
O alvo
Crava no peito
A rainha da França

Na casa da mãe Joana
D`Arc sorri
Volta-se ao lado e diz:



- Sorry
I feel so good
Hasta la vista, baby!



Charles De Gaulle
Encabulado
Vomitou a mesa do bar
Resmungou:



- Que Chateau!
Prefiro Bourbon!



Napoleão Bonaparte
Tarde da noite
Foi a melhor parte
Suas pupilas dilatadas
Mirando assanhadas
A menina
De seus olhos caramelados
Encaravam a déspota face
No espelho
Com ar de covarde

Victor Hugo se espanta
Ajuda suplica
E lá vem os mosqueteiros
Trio de bêbados
Matam mariposas
Afogadas na sopa
Inocentes vitimadas
Em resina conífera

Batem os tambores...
Adentrando a taverna
O mensageiro alvoroçado esbraveja:


- Paris incendiada
A princesa de Marselha violada
Currada
Pelo exército vermelho inteiro!
Disparem os canhões!
Escândalo no reino
De Iêmen do Sul!
Soem a trombeta
A membrana rompida
Arrombada a porteira
De nossa amada princesa!
Convoquem o conselho
A cavalaria armada
Que marchem os soldados
Guerreie a Esquadra
Ao Mar Vermelho
Zarpem marinheiros!
Vinguemos nossa princesa
Desvirginada, coitada!
A rainha é morta
Por lança alvejada
De lesbiana guerreira
A pontaria é certeira!



- Os culpados serão punidos!

Declama solene o conselho...



- Detenham!
Revistem!
Humilhem!
Torturem!
Decapitem todos
Na guilhotina!



Pobres coitados
Os estrangeiros
Pagaram alto preço
Decapitados inocentes
Pelo resto de suas vidas
Impotentes...
Perderam a cabeça
Do órgão da copulação
Sob o corte de lâmina cruel
Terrível dor!
Que maldição!
Perpétuo padecimento
Amarga sentença
Nas terras da França
Nos bordéis de Bordeaux
As meretrizes cobiçadas
Dos condenados esquecidas
Vidas castradas
Dias tenebrosos
Celibato macabro
Na temível degola...

Os carrascos encapuzados
Espreitam, encurralam
Perseguem impiedosamente
Foragidos na Angola

Ouço passos
No breu noturno
Grasnam os corvos
Decapitação nos olhos...

Fujo, me arremesso
Sou estrangeiro!
Pânico, histeria
Suor, calafrio
Desespero e medo...

Fui pego!

Os algozes mordazes
Levam-me preso...

Diante do conselho
Ninguém entrego
Torturado não ajoelho
Minha fé não renego
Compassivo escuto
A sentença malfadada:


A guilhotina temida
Minha cabeça decapitaria...


- Princesa cretina!
Bastarda!
Nem era menina
Meretriz depravada
Minha cabeça não é culpada
Da tua porteira violada!



Impiedosa sina
Resta-me a guilhotina
Na Via Crucis, meu guia
Um algoz encapuzado
Abre minha braguilha
A cabeça eu perderia...

Levantei os olhos
O aço da lâmina reluzia
Afiado o corte
Prefiro a morte!
Avistei a lâmina que caía
Ligeiro afastei
Minha inocente pélvis
O pescoço adiantei
No derradeiro instante gritei:



- Liberté, Egalité, Fraternité

Vancé fudé!





Morri...




Rob Azevedo











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