domingo, 1 de julho de 2007

A Grande Pirâmide




A Grande Pirâmide


"O tempo ri para todas as coisas, mas as pirâmides riem do tempo".
(Provérbio Árabe)

-> Trilha sonora



O que move meus versos
Senão o Amor?
A quem os oferto
Senão ao sol que refulge
Em noites vazias
No acre fel da solitude
O frio d`alma cinza
Aquece
Ilumina
Colore

Sussurram meus traços
Lascivos ao pé do ouvido
Confissões dum coração enamorado
Aprendiz dos dons da alquimia
E platônico, na cor lilás caminha
Andarilho nas sendas do arco-íris
O destino são lábios róseos
Embebedar-me de amores
E no pouso voar mais alto
Coroar-me de flores, antes que murchem
E tudo se finde
Despido do eu acalentado em abraços
Molhado de orvalho, saciado o cio
O que poderia ter sido abstrato
Lembrança em foto três por quatro
Tornar-se-á palpável
Cheiro, calor, suor e gozo

Uma miragem - distante - move meus passos
Em romaria a ponte que atravesso
Conduz ao beijo
Sonhado em noites sem fim
Ópio do desejo e cálice de Baco

Na mansa voz de veludo
A leveza duma pluma
E sentimento maior que o mundo
Ora se derrama em prantos
Indefesa e delicada menina
Além se ergue
Acima de todo mundano
Onde me encontro
Plebeu pequenino
Diante à princesa
E me acanho

Por que tamanha grandeza
Em favos de mel se reveste
E fragilidade de teias de aranha?

Mal sabe quem o pranto verte
A paixão na qual se desmancha
Aquele à sombra do Amor que arde

Demonstrar sentimentos
Não é sinal de fraqueza
Mas força d`alma
E ser humano
Não pedra inerte

Quiçá quem ouve
Mesmo querer sente
Como desvendar o mistério
Se não dizê-lo?

O coração
A quem ofertamos não escolhemos
De assalto nos é roubado
Nas armadilhas de Cupido

Se com ouro e prata
Bem querer não se paga
Em versos vos dou
Confissões plenas de Amor

Por que não haveria de amá-la
Ou fingir o que sinto?
O que se abriga em meu peito
Eu meço
Em cada manhã que acordo
Lembrando um mesmo nome
Abrindo os olhos seu corpo desejando
Tendo o pensamento assim imerso
Vivo a sonhar amoroso e lascivo
Um sonho lindo e platônico
De Amor sem fim

A imaginação daqueles que amam
Quimeras no deserto concebem
Pirâmides em meio ao desterro
Erguidas em pedras colossais
Causam espanto
Transpassado o prisma dos olhos
Às próprias mentes
Daqueles que imaginaram

Não se pergunte a razão
Daqueles monumentos
Plenos de nonsense
Dentre dunas e castigados pelo sol

Um dia haverá de indagar
A quem Amor consagrado doa
Se há de durar o que sente
Ou é feito águas dum rio

Respondo em silêncio
Erguendo colossos no deserto
Desafio a inclemência de Chronus
Ávido consumindo o Tempo
Na brevidade da vida
De meu Amor o real tamanho
Não cabe

Quando tanto Amor
Ousares imaginar
Saberás...

A vida é pequena
As águas dos rios haverão secado
As florestas por onde corriam
Tornar-se-ão desertos
E as quimeras concebidas por nós visionários
Lá estarão, desafiando a noite dos tempos

Volto os olhos ao deserto estéril
Onde nenhuma erva floresce
E vejo a Grande Pirâmide
Imponente
Gizé-Quéops

Erigida
Em 2.550 A.C.

D`outro lado
O Nada
Onde esteve a Razão





Rob Azevedo






Uma História de Amor ao Logo do Nilo


Nefertiti era filha de Dushratta, rei de Mitâni. Mas, como era normal acontecer nos casamentos entre crianças, Akhenaton e a pequena princesa cresceram ternamente ligados um ao outro e, como o passar dos anos, transformaram a afeição em amor. Então, até onde a história conta, Akhenaton, em contraste com a maioria dos reis da Antiguidade e de sua própria estirpe, parece ter-se contentado, durante toda a vida, com o amor de uma única mulher, dada a ele como Grande Esposa, quando ainda era apenas uma criança. Akhenaton e Nefertiti se amavam com fervor. O jovem rei não havia tomado “esposas secundárias”, seguindo o costume de seus antepassados, simplesmente porque nessa sua única rainha, “seu coração encontrava a felicidade”, tal como ele mesmo declarou em tantas inscrições. A extraordinária importância que ele atribuiu a sua amada, pode bem ser a prova de tudo quanto ele sentiu. Sendo assim, podemos deduzir que tenha compreendido, melhor do que qualquer outro homem, o valor supremo da ternura e do prazer.


(Texto extraído de site sobre o Egito antigo.)





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