quinta-feira, 5 de julho de 2007

Quit et Veritas?




Quit et Veritas?
...............( Latim: O que é a verdade?)
Conceituação Filosófica do Absurdo



"Existem mais mistérios entre o céu e a terra
Do que supõe nossa vã filosofia".

(Shakespeare – Em Hamlet, incluída a palavra vã na tradução para a língua portuguesa.)


-> Trilha sonora


Ainda na estrada reta
Caminho Pleno da Perfeição
Existem as curvas
Pedras
Campos alagados
Desertos
Às vezes a trilha
Segue por caminhos tortuosos
Íngremes
E nuvens sombrias
Obscurecem a luz do dia
Para que não nos descuidemos
A luta
Sempre persiste

Em dialéticas contraditas
A paz estagna
Arrefece desejos
Quebra a vontade
Ainda que opostos
Só existam n`alma

Os gregos
Discutiram longamente
A respeito do Nada
Por muitas primaveras
Exauridos de profundos debates
Esgotando todas possibilidades
Já não podiam pensar
E veio o alvorecer
Duma certa manhã

Nos primeiros raios de Sol
Em tons multicoloridos
Despertam os filósofos
E a verdade reluz
Incompreensível
Ambígua
Sem sentido...

Reunidos, solenes
Chegam ao consenso
Unânimes:

O Nada é o Tudo!

E desde aquele dia
Diógenes era visto
Pelas vielas de Atenas
Diante dos templos e oráculos
Arenas
Perambulando sem destino
Numa das mãos
Levava uma vela
Acesa
Ao meio-dia
Se lhe perguntavam
O por quê de seus atos
Sereno dizia
Procurar um Homem

Dormia num barril
Passava outras horas
Sentado nas praças

E Zenão de Eléa em quarenta paradoxos
Seu maior legado à humanidade:

Entre duas mônadas
Pode-se intercalar uma terceira mônada
Fundamentando teses
Contra a possibilidade do movimento real...

Quit et veritas?

Existe interrogativa maior
Que tais palavras
Em toda filosofia?

Há quem a responda?

Nem os loucos!
Tampouco os sãos...

Insondável mistério
Isso é Tudo
E o Nada...


Nos campos ermos da vida
Caminho sem você
Meu Amor
Só eu sei
O tamanho dessa dor




Rob Azevedo





Um comentário:

Anônimo disse...

Gostaria de deixar apenas um Bravo!!!Tantos e tantos poemas, cujas estrututas externas desmoronam-se diante de mim e vejo aparecer tesouros infinitos de sensibilidade e lirismo. Como pedras preciosas que aparecem, escondidas em cada verso, cada palavra, escolhida sabiamente pelo Poeta Encantado,Mago das Palvras que brinca com elas como ninguem mais.
Beijos,
Rob