quarta-feira, 4 de julho de 2007
Carthago
Carthago
Embarcado numa fragata
Impelido por ventos
Cruzar o tempo
Cruzar o Ártico
Aportar em Cartago
Norte da África
Dois mil e cento e cinqüenta anos antes
Dos dias de hoje, de Tunis, Tunísia
Ser um guerreiro Vândalo
Lutando contra as forças de Roma
Disputando soberania
No Mar Mediterrâneo
Na derradeira Guerra Púnica
Vencer à Cipião Emiliano
Impedir a ruína de Cartago
Posta ao chão e nele posto
Sal, para que nada floresça
Na península do alto dum monte
Avistar no mar azul ao longe
Intermináveis brancas nuvens
De armadas frotas inimigas
Fragatas errantes, couraçados
Farejando a morte, sanguinários
Cruzando mares
Vindo de Roma
Em direção à Cartago
Na mente de cada soldado invasor a ordem:
Delenda est Carthago.
Arrasar até aos alicerces
A capital da República Marítima
Concorrente
Nenhuma vida poupar
Sem clemência
Não deixar feridos, inválidos
Prisioneiros escravos
Acorrentados em grilhões
Somente cadáveres
Amontoados, entre as ruínas
De Cartago
No Mediterrâneo balouçando
Ao sabor dos ventos
Impelindo velas abertas
Sob a força de Éolo rasgando
Ondas se agitam
Subindo e descendo
Mareando novatos marinheiros
Vem vindo a poderosa frota
Do Império Romano
- Cartago precisa ser destruída.
Delenda est Carthago.
Entoam aqueles
Até os dentes armados
À bordo de fragatas infindas
- Cartago precisa ser destruída.
O mar se torna branco e marrom
Branco das velas estendidas
E marrom da madeira dos cascos
É como se a morte
Estivesse chegando
Inevitável
Vinda do Oceano
Por detrás das três muralhas
Infantes em terra erguem espadas
Escudos e lanças
Reluzem sob o Sol elmos
Encobrindo toda cercania
Cavalos aos milhares se alvoroçam
Poeira levantam
Relincham
Bufam ao brado
De seus cavaleiros guerreiros
Pela glória de Cartago
Olhos se voltam
Ao mar vestido de marrom e branco
Uma ponta cruciante de espanto
Crava no peito de cada soldado
Cartaginês ou mercenário
Revigoram ânimo
Elevando preces ao deus Ba`al Hammon
Estátua de pedra na acrópole
E mirando sobre colinas e pontos vistosos
Inscrições tremulando em flâmulas:
À glória dos cartagineses!
Em tributo à Cartago nossas vidas!
Lavada em sangue será a vitória!
Soldados perfilados
Repetem em coro
Versos guerreiros de um Bardo
Declamados por este
Do alto do minarete:
Cartago, por nossa honra
Cartago, por nossa honra
Não será derrotada
Não será derrotada
Sem as últimas gotas de sangue derramadas
Sem as últimas gotas de sangue derramadas
De nossos guerreiros
De nossos guerreiros
Gloriosas vidas que se apaguem
Gloriosas vidas que se apaguem
Gravadas com heroísmo e coragem
Gravadas com heroísmo e coragem
Metamorfoseadas em lendas
Metamorfoseadas em lendas
Acenderão a chama da eternidade
Acenderão a chama da eternidade
Aqueles que de pé se mantiverem
Aqueles que de pé se mantiverem
Entoando ao final da batalha - Vitória!
Entoando ao final da batalha - Vitória!
A conhecerão em vida
A conhecerão em vida
Transformados em célebres guardiões
Transformados em célebres guardiões
Celebrados em hinos
Celebrados em hinos
Baluartes da honra e liberdade de Cartago!
Baluartes da honra e liberdade de Cartago!
Rob Azevedo
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