domingo, 1 de julho de 2007

Oiseau Bleu




Oiseau Bleu



Manto azul
Que reveste o corpo
Pluma de pássaro
Precioso
Canto doce
Asas de Amor

Voai sobre os prados verdejantes
Sorvendo o néctar dos jardins floridos
Metamorfoseado nalguma orquídea lacrimosa
Haverei de beijar candidamente
A boca que colhe de mim
Alimento e perfume

Voai rasante sobre os mares
Encontrai a ilha distante
Aonde jurei esperar-te, Oiseau Bleu
Ao cair da tarde, colorindo o céu
No arrebol que precede o cintilar das estrelas
A plumagem azul que te reveste
Manto que do frio protege
E mantém a castidade da carne
Devagar haverei de despir
Nalgum ninho nos ramos de palmeira majestosa
À beira mar
Vislumbrando num arroubo do espírito
Alvas espáduas nuas
Turvando a vista imersa em gozo
E claridade que ofusca o luar
Vinda do rosto e madeixas que adornam
Vinda dos ombros e colo
Braços e mãos
Busto, abdômen, umbigo
Pernas e pés delicados
Ancas e dorso
De deusa Vênus
Pássaro mulher

No luzir da liberdade
Que convém às aves
Serei homem pássaro
E agasalho do corpo despido de penas
Contemplando o incendiar das nuvens
Em vermelho Paixão
Voaremos ao Sol que refulge
Além da linha do horizonte
Pousaremos nalguma estrela cintilante
Cultivando Amor nos jardins do Eterno

Se a noite que vir não preceder o alvorecer
Concedendo a ti o Excelso as dádivas
De ser anjo mulher
Inebriado em devaneios de amores
Vos suplicarei devoto em prece:

Voai tão alto quanto puder
Que ainda a vida seja curta
E não haja mal que eternamente dure
Minh`alma ousará ser liberta
Preso à terra tristonho mirando teu vôo
Meu semblante tornar-se-á sombrio
Os olhos perderão o brilho
Vertendo lágrimas
De minhas dores nascerão asas
Da saudade germinará a semente
Florescendo o sonho de ser pássaro
E voarei contigo
Oiseau Bleu
Por todo céu




Rob Azevedo





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