sábado, 30 de junho de 2007
Caldeirão da Poesia - A Liberdade da Arte -
Caldeirão da Poesia
- A Liberdade da Arte -
A banalidade que se exploda
O sem graça que morra
A pieguice que se foda!
Queremos o vinho
Mais inebriante
Cantar o que sentimos
Rasgando as estranhas
O chá de ervas
É pra depois
Da leitoa com broa
No jantar
Baco sentado à mesa
Ri dos carolas
Na cabeceira
Camões Technno Trance
Shakespeare Rastafari
Pessoa é Reggae
Neruda Bossa-Nova
Drummond Rock and Roll
Rimbaud Metal
Cecília Samba
No caldeirão da Poesia
Paella Valenciana
Procissão de Ramos
Carnaval de Veneza
E orgia grega
Engravatados
E pés descalços
Urbanos e caipiras
Na placa se lê:
Hedonistas
Sejam bem vindos
Despudorados e caretas
Meretrizes e padres
O diácono e o Diabo
Brancos e negros
A CIA e a KGB
Marcianos e terráqueos
Judeus e libaneses
Bush e Bin Laden
Argentinos e brasileiros
O libertino e a santa
Há espaço para todos
Desde as primeiras
Às últimas cadeiras
Ó, bendita seja nossa insanidade poética
Ela rasgará o véu da hipocrisia
Assim nas torres de Parnaso
Como entre os concretos
Do Concretismo
Purificados, beijaremos vossos ventres
Ó virgens messalinas
Que dão luz à Poesias
Assim pregava o profeta diante do Templo, mas os ímpios não o compreendiam, pois falava por meio de metáforas e rimas em versos e a maldade dos homens, o entregou nas mãos dos imperadores, ao preço de trinta latas de cerveja.
O Pilantra lavou as mãos
Mas emporcalhou a alma.
Rob Azevedo
O Bufão Surrealista!
O Bufão Surrealista!
O quadrado da hipotenusa
É igual
A soma dos quadrados dos catetos
Lavosier guilhotinado
Uaaaaaaaaaaa!!!
Lavosier guilhotinado
Uaaaaaaaaaaa!!!
A soma dos quadrados dos catetos
É igual
Ao quadrado da hipotenusa
Lavosier guilhotinado
Uaaaaaaaaaaa!!!
Galileu Galilei
Acusado de Heresia
Ó meu Deus
Das mãos de quem foi posto
O Sol no universo
Senão de Tuas mãos?
E o que importa
Os pergaminhos de Judas
No Mar Morto encontrados?
Ó cabeças quânticas
Quanta estupidez se abriga
Nessas cabeças quânticas
De fósforos riscados!
A demência transcende
A lucidez de sua mente
Explode a metafísica
Num grito inconseqüente
Domênico na forca
Ri de todos nós!
Ó Pitágoras
Acolhe meus versos
No seio de sua luz!
Esclarece ao Bardo Profeta
E cavaleiro andante
A Teoria da Relatividade
Em toda leitura
Num ato interpretativo
Transbordai vossa cultura
Nos cântaros da Poesia!
Que esses cântaros
Avolumem-se e estourem
Feito vaga-lumes radioativos
Bomba atômica de Eisntein
Nos telhados das casas
Dos retrógrados e boçais
Derretendo seus miolos
De equívocos abissais
E que os pés de repolho
Abrindo-se as portas da carruagem
Saltem aos olhos dos burgueses
Fotógrafos paparasis
Os espantem
Espavoridos
Fujam em prantos
Rob Azevedo
Caju Maduro
Caju Maduro
Cálida minh`alma pia
Nasce um verso
Me embriago de nostalgia
Impávida minh`alma canta
Nasce um poema
Overdose de poesia
A torneira aberta
Pinga na pia
D`alma repleta
Sentimentos transbordam
No cálice da rosa
Desabrocha meu canto
Canta minh`alma
Calma declama
Pétalas de encanto
Levadas pelo vento
Aos quatro cantos
Do mundo redondo
No cajueiro
O silvar dos pássaros
Na árvore de minhas trovas
Subo nos galhos
De verdes folhagens
Ávido me desembaraço
Colhendo o caju maduro
De olhos cerrados
Sorvendo nos lábios
Com devoção e ardor
O coração se contenta
Derramando em versos
Poesias de Amor
Rob Azevedo
Te Necesito
Te Necesito
-> Trilha sonora
E a noite
Desflora minh`alma
Traz à tona a dor
De toda amargura
Sem teu Amor
Ya te va
Como adiós
La mirada
De tus ojos
Y pierdo
La esperanza mía
Viva
En el calor
De tu piel
Que el tiempo
Detiene
En rayos de luna
Naciendo en labios
Procurándome en noches frías
Las brumas que me acercan
Viene de negras madejas
Además
De cada enigma
Que hay entre las traiciones de Cupido
Trayendo dolor
Y el Amor
Que deseo
En tu boca
Dónde sueño
Perderme sin aliento
Morir apasionado
En besos embriagado
Por que es cierto
Visto por todos y presupuesto
Más que el aire necesito
Declamar hecho ebrio
El canto que mí corazón
Solamente desea contigo:
Aunque la dolor me mate
Quiero ahogarme
En tus besos sin aliento
Pues más que el aire
Te necesito
Te necesito
Te necesito
Rob Azevedo
Ojos Verdes
Ojos Verdes
-> Trilha sonora
Ojos verdes
Ojos verdes
Necesito dicerte cosas
En tu oído
Sos re linda
La niña
De tu ojos
Encanto
Contento
Delicada formosura
Sueños de amores
Profundos como mares
Me puedo sueñar
Solamente mirándote
Niña de ojos verdes
Sos re linda!
Que ya necesito
Dicerte cosas en tu oído
Eras un hombre
Seguro, sereno
Pero hoy, no sé que hay
No sé... Creo estoy perdido...
Amanecí un niño
A mirar la niña
De tu verdes ojos
¿Que fue?
¿Nuevamente las tracciones
De Cupido?
Si fue, no sé
Pero te pido
Niña de verdes ojos
Espérame
Y deja solamente
Un poco más allá
Del infinito
Los labios
De mi poesía
Besar tu alma
De fiel niña
En eses versos que escribo
Por que no tengo más lágrimas
Para llorar
Rob Azevedo
EXTASIS
EXTASIS
VEO TU CUERPO
ACOSTADO SOBRE EL TAPETE
ENTRE ALMOHADAS
LINDA Y DESNUDA
COMO LA LUZ
QUE BRILLA ALLA AFUERA
DE LA LUNA
LLENA Y DE PLATA
VEO TUYO RELIEVE
MONTAÑAS REDONDAS
CURVAS SINUOSAS
INSINUANTES
BOSQUES HERMOSOS
EN SILENCIO
DEL ALTO DE UN PALCO
ADMIRO ESE DESLUMBRE
NATURAL QUE ME ESPERA
OFEGANTE, INSACIABLE
POZO DE LIBIDO
TOQUE DE MIDAS
QUE LA NOCHE
TRANSFORMARE EN DIA
ASI QUE MI CUERPO
JUNTO AL TUYO
MOJADO COMO ROSAS POR LA LLOVIZNA
DE TANTO HABER AMADO
LLEGAR EN UN LARGO SUSPIRO
AL EXTASIS
HABRA ENTONCES NACIDO EL SOL
ASI COMO UNA FLOR
EN LOS JARDINS
DE MI CORAZÓN
AMANECIENDO
HASTA LLEGAR EL DIA PLENO
PONDRE EN FIN
DICIENDO EN VERDAD
TE AMO!
Rob Azevedo
Meu Ontem, Hoje e Amanhã
Meu Ontem, Hoje e Amanhã
-> Trilha sonora
Na penumbra translúcida
Duma taverna
Onde se lia na placa
El Zapata
Entre ciganos, tortillas
E doses de Tequila
Jogava Búzios
Previa o futuro
Na Rua das Pedras
Sem que delas
Descobrisse o caminho
Quando num grito
Forasteiro e agudo
Ouvi as palavras:
- !El sombrero señor!
Ecoaram fundo em minh`alma
Retinindo no infinito eloqüente do Eu
Trouxeram-me à tona
E dei-me conta
Da falta de respeito
Invocando divindades...
Cruzando os dedos
Segurando um Trevo
Jogava Búzios
Pareciam caracóis e conchas
Sobre a mesa de número seis
Da lendária taverna
El Zapata
Entre brumas de mistério
Nuvem de cigarrillo
Bolacha de polvilho e polvos
Bailando em letras grafadas em vermelho
Feito girafas estendendo o pescoço
Mastigando girassóis
Esvaziando garrafas
A ambigüidade do porvir alheia a tudo
Revela-se em enigmas intrincados
Que vidente algum explica ao certo
No seio de tal cenário de Nosferatu
Emergiu de súbito do Tártaro
Um ser mitológico
E perdi-me nas profundezas
Dum par de seios roliços
Com olhos fincados no decote
Conheci Elza
Sorvendo na língua
- Um pouco além da meia-noite -
Gosto e balanço
De Hip-Hop
Technno Trance
E fui um niño
Recém nascido...
Embriagado do odre de Vênus
Ouvi mi madre de entonces
Clamar mi nombre
Como o sopro do vento Sudeste
Que impelia meus passos
Para outros portos
Después...
- !Guapo Loco
No te vas, Niño de Oro!
Venga de nuevo
Para mi brazos
Embriagarse de mi cuerpo
Pués Tequila ya no basta
Y mi senos es poco
Cerrando los ojos
Dame tu boca
Prendote con lazos
De mi collar de concha
Y me voy amarte
Hasta que la Luna
Acostese en la cama
Añil, inmensa
El Amor que haremos
Hay de ser
La noche intera
Por que mayor que el cielo
Que abriga estrellas
Es lo que siento
Aca adentro del pecho
El Sol habrá de lucir
Erguido del mar
Inundar el mundo
De claridad
Firme, como la tierra
Donde pisas
Segura de mi
Habré de seguir
El Astro Luz
Amandote
Hasta que el firmamento apaguese
Y brillen otra vez
La Luna
Más aquelles puntos centelleantes
Que llaman estrellas
Y así
Nuestras rutinas y vidas
No tendrán fin
Minhas pernas zigue-zaguearam
Pelo terraço do El Zapata
De encontro à Elza
Enquanto em minha cabeça
Entoavam mil tambores
De negros africanos
Afogados em Tequila...
Adelante...
No sé... !Dios mío, no sé!
No recuerdome...
Son cosas de la Tequila...
Pero cuando desperté
La mirada al lado
Vislumbró en mi lecho
Un cuerpo hermoso
De mujer desnuda
Como por lluvia fina mojada
A suplicar mi besos
Llamandome de Mi Cariño
Mi Guapo Loco
Mi Niño de Oro
Y si ni todo de aquella noche recuerdome
Una cosa yo sé...
La mujer que despertó - al mi lado
Es linda
Como son lindas
Las canciones de los gitanos
Hecho olas en movimientos enamorados
Amando la playa
Murmurando el Canto del Amor
Ahora que todo aprendido olvidé
El más importante yo sé...
La mujer que despertó - al mi lado
Cuando yo no más desperto
Por que vivo en sueños
Es linda
Como son lindas
Las canciones de los gitanos
Llorando en la noche
Adentro de la taverna
El Zapata
Dónde clareando la sombra
Coneci mi ayer, hoy y mañana
De nombre Elza
Rob Azevedo
Puerta Del Sol
Puerta Del Sol
-> Trilha sonora
O destino cruza
Os caminhos de dois jovens
Numa alameda
De samambaias
Um olhar pra trás
De relance
Num suspirar
Em segredo
De repente
No âmago do coração
Uma semente brota
Finca raízes
Vai crescendo
E floresce
O Amor-Perfeito
À noite quando deitam
Cabeças vagam
Imersas no travesseiro
Em fantasias
Lembranças
Desejos
Regando em sonhos
A flor que nasceu
Amor-Perfeito
Pétalas indecisas
Vão se abrindo
Ainda com medo
Que se firam
Por espinhos
Quando se vê
O que é segredo
Se revela
Nítido
Como o Sol
Porque toda flor
Que no coração cresce
Precisa
Dalgum corpo celeste
Humano, que a corresponda
Luz e calor
Assim temos
A fotossíntese
Do Amor
Flor
Torna-se Sol
Que desabrocha
Pétalas de luz
Breu
Claridade
Dois corações
Inertes em solidão
Campos multicores
Onde floresce
O sentido da vida
E dois jovens
Encaixam
Em tão esperado momento
Lábios
Num beijo
Vindo do Astral
A Porta se abre
O mundo vira Sol
Dois enamorados se deitam
Em pétalas
De Amor-Perfeito
E se amam
Até que se apague
A eternidade
Em júbilo e gozo
Religioso
Que aos céus eleva
O romance
Feito sinfonia
Pura poesia
Se eterniza
Em versos e flores
Que ocultam segredos
Da luz do dia
Que clareia a vida
De dois amores
Rob Azevedo
Narciso
Narciso
Em meio à tempestade
Tenho medo
Que a inspiração
De mim se perca
Têm horas que escrevo
Para mim mesmo
Embora pareça
Tão claro
Ululante
Como elefantes rosas
Não é para você
Nem ninguém
Sou apenas eu
Conversando comigo
Sobre nós dois...
De resto
Que o mundo exploda
Se me contradigo
Em contradizer-me te aborreça
Porque meditei... concluí:
De um tempo preciso
Para que melhor me entenda
Porque contigo
Confundo minha cabeça
Tão bom estar sozinho
No silêncio de meu quarto
Respirar um ar sem seu bafo
Sem essa ladainha
Ecoando em meus ouvidos
De coisas que não me dizem respeito
Sobre sua vida e seus amigos
Pior de tudo
Só me atenta
E o buraco
É mais embaixo
O tamanho de sua falta de noção
Maior que o mundo
Tão grande que me vejo
Bem lá no fundo do poço
Em pleno surto
De horror e espanto
Tão bom estar comigo
Sendo que eu
Sou meu melhor amigo
Preciso de mim
E se agora tenho saudades de alguém
Saiba
Esse alguém sou eu
Andei dizendo Eu Te Amo
À pessoa errada
Agora olhando no espelho
Minha imagem refletida
Sei quem em verdade
Profundamente
Perdidamente
Apaixonadamente
AMO!
Rob Azevedo
Queria Crer
Queria Crer
Queria crer
Na inocência dos pecadores
Que estão no inferno...
Um dia cri
Jurei flores
Libertando das trevas
Dragões devoradores
Crer, tão somente crer
Seria tão simples
Fazer-me cego...
Renegando o aço
Da adaga que fere
Não sentindo o corte
Que sangra profundo
Entre você e eu
Rob Azevedo
Adolf Hitler e Eva Braun - Amantes das Trevas
Adolf Hitler e Eva Braun
Amantes das Trevas
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-> Trilha sonora
Heil Hitler!
Multidões enfileiradas
Erguem o braço direito
Mãos abertas
Saúdam ao Rei das Trevas
A Besta do Apocalipse
Desfila imponente
Junto ao alto comando
Da temida SS
Vociferando ódio
Perseguição racial
E extermínio em massa
Como Solução Final
Aos brados de Salve!
Salve o Fuhrer!
A Luftwaffe e o Exército Panzer!
Salve o Partido
Naci-Socialista!
Salve o III Reich!
Mil anos vos prometemos!
Salve a supremacia
Da raça ariana!
Toda uma nação entorpecida
Em estado de cegueira
Fervorosamente a serviço do Holocausto
Mal sabendo dos horrores
Engendrados no calabouço da Morte
Auschwitz
Bergen-Belsen
Belzec
Sobibor
Treblinka
Esqueletos humanos vivos
Vagando nos campos
Largados ao relento
Montanhas de cadáveres
Cidades em ruínas
Toda Europa devastada
Soldados marchando
Canhões rugindo
Labaretas de ódio
Nuvens tenebrosas de bombardeiros
Cruzando céus cuspindo fogo
Rios de sangue se derramando
Horror e medo por todos os lados
A liberdade sepultada
Numa cova rasa
De indigentes
Com judeus e refugiados
Militares e civis
Idosos e crianças
Fome e caos
Multidões desabrigadas
Alarmes tocando
Famílias em pânico
Bombeiros desesperados
Hospitais superlotados
Soldados marchando
Canhões disparando
Terror e Morte
Heil Hitler!
Salve o III Reich!
Mil anos vos prometemos!
Um homem
Como todos nós
Equiparou-se ao Rei das Trevas
E tantos o seguiram
Discípulos draconianos
Da Sombra Sem Fim
Louvando a Suástica
Lábaro Negro do Apocalipse
Não teve crianças
Que lhe ensinassem
O valor da vida
Na pureza do sorriso inocente
E crença no amanhã
Estas
Entregava nas mãos
Dos médicos pesquisadores carnificeiros
Como cobaias humanas
E relegava aos campos
Onde seus brinquedos
Eram esqueletos dos pais
Não teve um Amor
Que lhe enternecesse o coração
E soubesse de fato
Que o bom da vida
É AMAR
E SER AMADO
No lugar deste
O Fuhrer teve somente
Um lenço onde limpasse o escarro
Concubina do Diabo
Para que lhe tornasse semelhante
Ao que um dia foi
Ser humano
Noite de núpcias num bunker
Às pressas planejada
Na Chancelaria de Berlin sitiada
Por exércitos aliados
Em vinte e nove de Abril
De mil novecentos e quarenta e cinco
O dia seguinte
O avesso do avesso
Do que espera
Recém casados no Amor
Porque este
Nunca conheceram
Somente o blasfemaram
Um tiro na boca
O Fuhrer está morto
Pelas próprias mãos
Que traçaram seu destino
Uma cápsula de cianureto
Eva Braun
Parte em silêncio
Lado a lado com o Diabo
Para o III Reich
Nas profundezas do Inferno
Que haverá de durar
Não mil anos
Mas toda a eternidade
Seus corpos
Incinerados
Não como os heróis antigos
Honrados
Vickings, celtas
Lançados ao mar numa barca
Em chamas
Entregues de volta aos deuses
Mas nos jardins
Da Chancelaria de Berlin
Em ruínas
Prevendo a humilhante derrota
Em questão de horas
Hitler Dead!
E nos antigos campos de concentração
Símbolos da infâmia assombrosa
Nunca nascerão
Orquídeas
Rob Azevedo
A INFÂMIA ACABOU! DECANSE EM PAZ, SATANÁS!
Psicofagia - Orquestra Fúnebre
Psicofagia
Orquestra Fúnebre
No mundo
As pessoas mais insanas
Que conheço
São os médicos
Que das mentes cuidam
Tratam de coisas
Imateriais, complexas
Como os pensamentos
A personalidade humana
Delicada
Receitando drogas
Química pesada
Que a alma mata
Os sentimentos esfacelam
A vida maltrata
Assim nos calam
Semi-vivos, semi-mortos
Feito mortos-vivos
Não aborrecemos mais
São paranóicos
No grau mais elevado
Em suas mentes
Doentes
Tudo se encontra explicado
Fundamentado em teses
Decoradas
De algum médico perturbado
Psiquiatra diplomado
Não entende
O médico
Que cuida da mente
A simples verdade
Tão clara
Que torna-se oculta:
O demente
Não está deitado
No divã
Mas do outro lado
Da mesa
De seu consultório
Atrás de si
O diploma
Que o torna deus
Dos pensamentos
Da humana alma
No mais, o retrato
Dalgum psiquiatra renomado
Essencialmente perturbado
Decorrido três ou quatro
Consultas
Convence a ti louco
O escudeiro fiel
Enfermeiro insano
Entra em cena
Num escuro quarto
Em camisa de força
Perdida a esperança
Vê a si mesmo
- O malfadado paciente -
Preso, amarrado
Pela vontade
De quem a confiança
Havia depositado
Em suas veias
Injetado
Doses cavalares
De muitas drogas combinadas
O sentimento é calado
A vontade morta
O pensamento esfacelado
Com a alma acabada
O corpo logo depois
É enterrado
À noite, no entanto
O pseudo-médico
Deita-se na cama
Tendo absolvida
A consciência
No dever cumprido
A conta bancária
Foi engordada
Até quando se pôde
Em cem dollares
A cada semana
Que medicina é essa?
Desvirtuada
Na insanidade dos homens
Negam ao juramento
De Hipócrates
Na mais podre hipocrisia
Dessa pseudo-medicina
Desumana
O mal menor que concluímos:
Só aos burgueses atende
Dos pobres se aparta
Que medicina é essa?
Rob Azevedo
Reencontro
Reencontro
Em meu funeral
Desejo somente
Que a turba dos hipócritas se afaste
Para que sozinho me cale
Estendido no esquife
Se rosas houverem
Cobrindo meu corpo
Que sejam negras
Como a noite
Que fria desterra
Meu terno, aquele
Da formatura
Na universidade
Guardado como relíquia
Longe das traças
Se a taça de vinho
Inteira se derrama
E murcham as rosas
Sobre meu cadáver
Que eu viaje sozinho
Ao Vale da Morte
Sem dogmas
Nem a porta
Que eu deva cruzar
Para entrar no Reino das Fábulas
Ou na fogueira do Tártaro
Transpassando Cérbero
O Guardião dos Portais
Na noite profunda
Vagarei acompanhado
Do fantasma que fui
No Mundo da Luz
Para que beba da fonte
Sombria
A vida
Que nunca vivi
No Deserto Solidão
Peregrino, maltrapilho
Desterrado, empobrecido
Encontrar-me-ei
Não com Deus
Mas comigo
Celebrando meu Eu
Relegado ao Nada
Somente assim
Sem posse alguma
Do desejo despojado
Da ilusão liberto
Que embaça a mente
E morto imerso
No Vazio Eterno
Reencontrarei
A mim
Rob Azevedo
sexta-feira, 29 de junho de 2007
SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS
SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS
Na antiga biblioteca
Dos tempos do império
E barões do café
Folheio páginas
Duma coletânea de poesias
Fina camada de poeira
Recobre a capa
Revestida de couro desbotado
Amarelecidas folhas
Feito folhas secas
Folheio
Poetas tão antigos
Doutras eras
Remotas
Gravaram seus cantos
Ébrios, enlouquecidos
De grandes amores
E prantos duradouros
Hoje
Diante meus olhos
Leio
Aquelas dores
De poetas que se foram
Jurando eternidade
À paixão
Por suas Musas
E sonhos dourados
Repousam em lápides
Lúgubres
De trovadores
Em cemitérios ermos
Noutros sepulcros
Quem sabe doutras cidades
Descasam as Musas
Nas sombras da morte
Quisera eu a sorte
Daquela a quem dedico
Os versos que escrevo
De Amor sem limite
Comigo se deite
No mesmo esquife
Dalgum mausoléu
Quando vier a noite
Sem amanhecer
Assim dormiremos
Juntos
Eternamente
Se o destino por acaso
Há de nos separar
Deitando-nos em camas de mármore distintas
No derradeiro adormecer
Ao menos em sua lápide grave
Alguns versos meus
Que lhe fiz
Aqueles que sejam os preferidos
Como epitáfio
Em homenagem
A tudo que lhe ofertei
Quando vivo
Que ainda na morte
Vivos estaremos
E no Amor unidos
Vencendo o tempo
Nos versos
Que serão lidos
Como esses
Que examinam meus olhos
Em páginas amarelecidas
Duma antiga coletânea de poesias
Derramadas em folhas nuas
Por aqueles que entraram
Na Sociedade dos Poetas Mortos
Rob Azevedo
ARQUITETO DAS LETRAS
-▓▓-:¦๑۩۞۩๑¦ARQUITETO DAS LETRAS¦๑۩۞۩๑¦:-▓▓-
-> Trilha sonora
Sou Arquiteto de Letras
Que se combinam de forma torta
Sem lamento, nem dor
Sem pergunta, nem resposta
Se beijam fazendo amor
No êxtase d`alma exposta
Nenhuma palavra
Pálida sem cor
Nenhum sentimento
Frio, ameno
Da razão abstraído
No profundo do íntimo
Puro veneno
Em verso se transforma
Prazeroso o vício
Do vinho que embriaga
Sorvendo segredos
Emergindo desnudos
O poeta amolda
Sílabas em sons
A palavra conforma
Ao sabor de seu dom
Intenso confessa
Sentimento retido
Foragido do âmago
Disperso, banido
Do recôndito ninho
Elevam-se preces
Libertas e plenas
Em perfeito desalinho
Segredos e devaneios
Verdades fantasiadas
Inexatas rimas
O poeta se cala
Confissões transborda
Desatinado incorpora
O ourives sonhador
O vocábulo lapida
O ouro craveja
Em diamantes e pérolas
Na jóia mais rara
O tino perdido
A alma liberta
O poeta se confessa
Solene a entrega
De quem se embriaga
No vinho Nostalgia
O ser despido
Cauteloso revestido
Protege a nudez
Na melodia, no ritmo
Na imagem que transcende
O próprio sentido
Na rima polida
No final do verso
Interpreta o trovador
Infindas personagens
Vaporizando a culpa
Dispersa o pudor
Na máscara que usa
Os olhos vêem
A razão se perde
Só o coração entende
O que a paixão concebe
Assim a essência
Benévola ao alcance
Ainda que desnuda
Sensata se esconde
Se ledes poesia
Sem tua alma
Na verdade nada lês
Desmerece a magia
O sentido foge
Entre os dedos escorre
Escapa da visão
No escuro da noite
São cegos de olhos vendados
Analfabetos de espírito e dementes
Na fonte clamando por água
Que sacie a secura do corpo
Bocas não têm
Tampouco mãos e pés
Para girar a chave
Abrindo a porta
Cruzar a ponte
Da abstrata compreensão
Perdidos se arranham
Nos espinhos que ferem
Mas a alma não sangra
O íntimo não chora
Quem enxerga não ama
O ser não padece
Assim são aqueles
Que a vida arrefece
Quando versos lêem
Sem absorto o coração
Imerso em igual paixão
Do poeta sonhador
Que poesia concebe.
Rob Azevedo
A Semente de Mostarda
A Semente de Mostarda
Poesia no que entendo
É sentimento que transborda
À flor da pele em versos
Em cada traço
Uma confissão
Na forma da Arte
Preservando quem escreve
Ocultando quem inspira
É bebida inebriante
Vinho das bacantes
Licor Absinto
Ópio das papoulas
Embriaga e entorpece
Parte grilhões
E a verdade brota
Do fundo d`alma
O medo anoitece
Nos canteiros da poesia
O semeador de trovas
Planta
A semente de mostarda
No poema, um palco
Onde o poeta
Liberto em seus dons
Protegendo o Eu com máscara
Interpreta
Personagens e confessa:
Dores
Devaneios
Amores
Ódio
Ilusões
Rebeldia
Deslumbramento
Saudade e melancolia
Amargura
Filosofia e pleno êxtase
Rancor e desejo
Desengano e promessas
Niilismo e esperança
Razão e loucura
Vida e morte
Nem tudo são flores
Tampouco somente pedras
A lenha do forno
De todo trovador
É o sentimento
Seja alegria ou dor
Se julgas que mente
Em palavras vãs
Delírios e fantasias
Corrija o entendimento:
Não finge o poeta
Revolve o inconsciente
Exacerba o que sente
E verdade declama
Rob Azevedo
Medo
Medo
Às vezes, quando se passam três dias
E não componho poesia
O medo me toma
Imagino que meus dons de poeta fugirão de mim
Escorrerão entre meus dedos
Morrendo no ralo da falta de inspiração
Não sei
Se é porque fazem exatamente três dias
Que não vejo minha Musa
Ou se Deus se aborreceu comigo
Furtando de mim o que me deu
Mas me debruço na mesa e reflito
Decido que preciso fazer anotações
Para que de mim a poesia não se perca
Fito a folha nua da agenda
E meus dedos temerosos deslizam rabiscos
Vou escrevendo
Quando vejo são versos!
Eis de volta a Poesia!
Companheira de todos os dias
Ainda quando me abandona
Dentro de mim germina
Quietinha
Floresce e vai crescendo
Quando vejo
Nos jardins de meu coração
Brotou um Girassol
E de meus dedos
Derramam-se pétalas
De rimas, estrofes e sonetos
Bem vinda
Doce amiga
Vinho de minh`alma!
Basta que em ti reflita
Por tua compaixão clame
E os campos áridos de sentimento
Tornam-se prados floridos de encanto
Rob Azevedo
O Amor Segundo São Francisco
O Amor Segundo São Francisco
-> Trilha sonora
As pessoas têm medo
De se ferir
Quando se fala em Amor
Porque existe um grande fantasma
Tenebroso
Chamado Paixão
Que faz sofrer
Quando ferido
Mais do que muitos podem
E derramarem tanto pranto
Que nem se tivessem mil olhos
Bastariam para vertê-lo
Apaixonar-se é um perigo
Do qual as pessoas têm medo
Mas ninguém se preocupa
Sequer temem
Poder fazer quem lhe ama
Sofrer
Derramar pranto
Sangrando ferido
Do que as pessoas têm medo
No Amor
Não temem poderem
Fazer com quem também
Tem medo e pode sofrer
Padecerem do mal
Desse fantasma tenebroso
Chamado Paixão
Quando fere e corta a alma
Olham para si mesmas
Nunca para os outros
Que pudessem olhar mais para os outros
Do que para si mesmas
Ó Mestre do Amor
Fazei que eu procure mais
Ter medo de ferir quem me ama
Do que ser ferido por quem amo
Porque é não ferindo
Que não se fere
É cuidando bem
Que se é bem cuidado
É devotando zelo
Que se é amado
É não mentindo
Que se tem a verdade
É não olhando apenas para si mesmo
Que se olha para os outros
É morrendo para o egoísmo
Que se doa Amor inteiro
E se vive o Amor Eterno
Rob Azevedo
Saudade
Saudade
Eu grito na noite
E chamo
Meu Jambo
Na cama me derramo
Vagando
De um lado a outro
Em pranto
Onde andas
Amor Meu?
Por que não telefona
Não me chama?
Saudades eu sinto
Sequer notícias suas
Tenho
Meu quarto repleto
De tantas decorações
Tudo que se possa imaginar
Coisas até inúteis
Tornou-se vazio
No seio do nada
De minha vida vazia
Sem sua companhia
Que dores são essas
Que a saudade nos traz?
Quando se ama
A saudade corta
Mais que faca afiada
Vagando de um lado a outro
Em pranto
Na extensão da cama vazia
Peregrino num deserto
O oásis de seu corpo
Não encontro
Morrendo de desejo
No fogo que me consome
Tenho sede
De sua boca
E infinito
De você
Eu grito na noite
E chamo
Meu Jambo
Saudades sinto
No quarto sozinho
Me pergunto:
Onde andas
Minha Amada?
Ao menos vivo
Em seu pensamento
Na ausência doendo
Em noite insone
Rasgando a entranha
Feito faca afiada?
Rob Azevedo
Sinto Muito
Sinto Muito
Sinto muito
O que sinto
Nem minto
Não é mais
Amizade
Sua foto
Pus no porta-retrato
Do quarto
Sobre a cabeceira
Da minha cama
Todo dia acordo
Vejo seu semblante
Sorrindo pra mim
Me dando bom dia
Quando durmo
Adormeço
Contemplando você
Mirando o fundo
Dos meus olhos
A imaginação dum poeta
É fértil
Seu rosto eu beijo
Num papel de foto
Sinto muito
O que sinto
Nem minto
Não é mais
Amizade
É Amor
Não fique sem jeito
Pra mim é mais fácil
Me confesso em versos
Desafogando o peito
Se me negar
E me der
Tão somente
Seu carinho
Não me magoará
Ainda não querendo
Ser apenas
Um amigo
Serei
E fiel
Companheiro
Em quem poderá
Confiar
Nem precisará
Me dizer:
Sinto muito!
Eu que não minto
Nem finjo
Mas preciso lhe dizer
Sinto muito
O que sinto
Por você
Não é mais
Amizade
É Amor
Rob Azevedo
Meu Jambo Dourado
Meu Jambo Dourado
-> Trilha sonora
Também não sei
Estou perdido tanto quanto
Você
Nem me pergunte
O que está acontecendo
Em nossas vidas
Não sei
É tudo que posso dizer
Na verdade
Nada disso se entende
Nem se explica
Simplesmente acontece
E em minhas noites
Agora tenho
Sua companhia
Sozinho
Meu pensamento
Monta sua imagem
Em minha mente
Seu semblante leve
Cabelos lisos dourados
Avermelhados
Olhos cor de castanha
Tez de jambo
Sob o luar de Copacabana
Minha poesia
É meu Jambo Dourado
Olhos de avelã
Corpo de diva
Afrodite
Do trovador o encanto
Que perdido de amores
Ao canto das ondas
Beijando a praia
Beija você
E nada mais
É preciso
Entender
Rob Azevedo
Monte das Oliveiras
Monte das Oliveiras
-> Trilha sonora
O acaso do destino
Onde nos leva
Ah, meu Deus
Quem sabe aonde?
Você e eu
Nas noites sem tino
Eu e você
Nos dias de luz
Trocando carinho
Se cruzam caminhos
Quando cruzamos
E o poeta se rende
Perdido de amores
Subimos ao Monte
Das Oliveiras
Enlevo meu espírito
Consagro meu canto
Ao Amor que aflora
Ardendo no peito
Devotado em prece
Humilde suplico
Que o Pai atenda
Minha voz que clama
À Paixão que se renda
Florescendo das olivas
Alívio às dores
No Amor de Olívia
Se puderes, vos peço
Ó Pai
Passa de mim o amargo cálice
Da dor e incerteza
Do vinho por outros sorvido
E conceda-me
Em odre novo
O vinho onde
Beberei na boca de Olívia
O beijo extraído das olivas
Fruto Sagrado
Abençoado por deuses
Bem-Aventurança daqueles
Que desejam
O Amor único
No Vinho da Vida
Mas seja feita Vossa Vontade
Ó Pai!
Rob Azevedo
Olhos de Rubi
Olhos de Rubi
-> Trilha sonora
Deus do Céu
Olhos de Rubi
Cabelos de Cobre!
Onde anda
Teu Reggae
Bossa-Nova
Rock `n Roll?
Esqueceste de mim
Antes mesmo
De cantarem as cotovias
E nascer o Sol?
Daquelas noites
Não te lembras?
Todo dia em prece
Suplico que voltes
Ao Anjo Cupido
Que andando distraído
Flechou meu coração
Por engano a ponta
Da seta que me feriu
Em teu veneno encharcada
Teu sorriso me atenta
No porta-retrato
Da cabeceira de minha cama
Desvanecida em brumas
Evapora numa sombra
Ascende aos céus
Em nuvens de cigarro
Feito a saudade
Que me eleva
Ao alto do Corcovado
Onde o primeiro beijo
Sorvi apaixonado
De teus lábios encantados
Não te lembras
Olhos de Rubi
Daquele dia ensolarado
Entre beijos mirando
A Baía de Guanabara?
Guardada na lembrança
Do romance daquele dia
A certeza de que a esperança
De que voltes
Jamais será em vão
De amores cismando
Saudoso recordo...
Tua imagem a mais bela
Entre as quimeras e querelas
Da Cidade Maravilhosa
Rob Azevedo
Pedro, A Pedra Angular do Perdão
Pedro, A Pedra Angular do Perdão
Hoje quando me deito
Sozinho escuto
Nossas músicas
Relembrando de tudo
E como me dói
Sentir minh`alma
Morrendo
Sem anestésico
Que alivie a dor
Um vazio abissal
Doloroso me invade
Ouvindo cortante:
I will stand by you forever...
Falta-me o fôlego
Imaginando
Tão dura pena
Se a cada hora distante
Agonizo em dores
Martirizando meu Ser
Rasgando entranhas
E não sangro
Não vejo cortes
Nem mal algum do corpo
É a alma que morre
Nunca procurei a mulher perfeita
Porque não existe
Passaria a eternidade a procurá-la
E não encontraria
Só peço à mulher que encontrei
Que também não espere de mim
O homem perfeito
Porque nunca fui
Tampouco jamais
Serei digno
De morrer na Cruz
Cometo meus erros
Os erros dos outros entendo
Ainda que no ímpeto do momento
Cause seu efeito
Derribando castelos
Frágeis
Feito gotas de orvalho
Nas pétalas de rosas
Basta a brisa mais suave
Caem lacrimosas
Derramando dor
Ninguém pode
Ser cavaleiro de luz
A todo instante
Infalível
Nem esperar
Ter sempre ao lado
A princesa de conto de fábula
Vivendo num reino
Onde nunca troveja
E a tempestade não chega
Perder-se-á na própria alegoria
Transformada em armadilha
O príncipe
Será sapo
A Cinderela
De volta à abóbora
Bem antes das doze badaladas
Mais triste é sabermos
Que não haverá nenhum sapatinho de cristal
Para ser encontrado
Porque a ficção
Tornar-se-á realidade
Quando a realidade
Será ficção
Onde tudo é fragmentado
O cristal haverá quebrado
Porque de vidro o Amor foi dado
Ninguém é perfeito full time
Nem imperfeito em tempo integral
Dê uma chance
Se a quem será dada merece
E se te reconheces humano
Assim a dor que a tudo anoitece
Florescerá num girassol
Amanhecendo claridade
Antes que a negue
Pela terceira vez
No terceiro cantar
Do galo
Rob Azevedo
TEXTO COMPLEMENTAR:
E estando ainda Cristo entre os homens, após haver padecido na Cruz e ressuscitado, caminhava com Pedro à caminho de Emaús...
E o Mestre pergunta a Pedro pela terceira vez:
- Pedro, tu me amas?
E Pedro sente a tristeza abissal cair-lhe na alma, pois o Mestre havia lhe feito a mesma pergunta pela terceira vez, fazendo com que ele se lembrasse das três vezes que O negou quando de Seu martírio nas mãos dos homens para que fosse crucificado. E com o semblante amargurado e voz pungente, responde:
- Mestre... Por que me faz a mesma pergunta pela terceira vez? O arrependimento profundo é que agora me crucifica, crucificação diferente daquela que venceste na Cruz, porque és o Rei dos Mundos, ainda assim tão dolorosa para mim que sou homem imperfeito como todos são, passível de tantos erros... Sim, eu te amo, Mestre! Perdoa-me...
- Não sou eu quem deve perdoá-lo, porque antes que errasse, eu já havia o perdoado setenta vezes sete. É a ti mesmo que deve perdoar-se, por haver Me negado três vezes... Mas agora, tu se perdoou, porque em cada uma das três vezes que Me disse: Mestre, eu te amo, em palavras vindas do mais profundo de seu coração, anulaste cada vez que Me negaste quando estava nas mãos dos homens. E aprendeste a mais importante e bela lição do Deus Altíssimo: A Lição do Perdão, que tudo crê, tudo espera, tudo suporta e nos ensina, que somente ama, quem permanece no Amor. Por isso, Pedro, a ti entrego, de Minhas Mãos marcadas pelas chagas da Cruz, as chaves da Igreja de Meu Pai, que está nos céus e a tudo vê e conhece teu coração. Ide Pedro, tu és a Pedra Angular do Perdão e da Igreja do Altíssimo, apascenta minhas ovelhas, que retornarei ao Pai.
Tendo dito tais palavras, Cristo ascendeu aos céus, num clarão magnificente, ao cântico de Serafim e Arcanjos.
Rob Azevedo
Orchids Fields Forever
♥ Orchids Fields Forever ♥
-> Trilha sonora
Café em xícara prateada
Na Chácara dos Pomares
Floresciam poemas
Nos jardins de Orquídeas
Cor violeta
Chá de Poesia
Faz bem pro chakra
Kun-da-li-ni
A flor dizia
Desbravei as matas
Voltei aos pomares
Compus poemas
Valeu a pena!
Nos laranjais
Contive
Sentimentos abissais
De Amor
À sombra de abacateiros
Neguei relutante
As dores
Que levo no peito
A flor tinha medo...
Seus versos acanhados
Não vingavam
Nasciam trêmulos
Chá de Poesia
Em xícara dourada
Na Chácara dos Pomares
Floresciam poemas
Nas pétalas encantadas
De Orquídea violeta
Cabelos negros
De pura seda
Despertavam meu Chakra
Kundalini
Derramados nas espáduas
Nuas encantadas
Contemplei nos pomares
Um par de maçãs do pecado
Sorvi nos lábios
Contentei a alma
Deslizei nos campos
De Orquídea graciosa
Semeando desejos
Colhendo amores
Nos canteiros
Flores
De todas as cores
Verdes
Negras
Alvas
Rubra, violeta e rosa
A Orquídea mais bela
Florescendo no seio
Dum jardim desnudo
Poço de encanto
De amada desejada
Onde colho molhado
- De orvalho -
Prazer puro
E morro
De Amor
E canto:
Orchids Fields Forever ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥
Rob Azevedo
Campos de Orquídeas Forever
'ﺅﺊﺋჱﺅﺊﺋ' ♥ Campos de Orquídeas Forever ♥ 'ﺅﺊﺋჱﺅﺊﺋ'
Campos de Orquídeas
Forever...
Porque nunca haverei de deixar
Que murchem
As flores de nosso jardim
Violetas, azuis e brancas
E nada entre nós
Que tenha acontecido
Jamais esquecerei
Porque sempre volto o olhar
Àqueles campos vazios onde Amor plantamos
E vejo tantas flores multicoloridas
Que em versos começo a cantar:
Orchids Fields Forever ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥
Lembro das noites sorridentes
Eu e você
Semeando sonhos
Até que nascesse o Sol
Além do horizonte
Refulge a alvorada
A cada dia
Como antes
E tenha certeza
Tudo foi real
O tempo haverá de ser vasto
Colhendo poesia ao meio-dia
E no entardecer
Nada me deixará triste
Porque terei você ao meu lado
E cantaremos de mãos enlaçadas:
Campos de Orquídeas Forever ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥
Campos de Orquídeas Forever ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥
E quando virem os pirilampos em lampejos luminosos luzirem no breu noturno
Às estrelas cadentes agradeceremos as preces atendidas
De Saúde, Paz e Amor...
Voando rumo às galáxias distantes num êxtase profundo
Avistaremos o Sol refulgindo na imensidão da noite...
E saberemos:
Tudo foi verdade
Ao amanhecer sentindo
Nossos corpos banhados
Do orvalho dos campos
Despertando abraçados
Carinhosamente
E desnudos
Colhendo o que plantamos
Cantaremos:
Orchids Fields Forever ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥ ♬ ♪ ♥
Rob Azevedo
Diva Soul
Diva Soul
-> Trilha sonora
Lauryn Hill na vitrola
Chorosa
Um sonho juvenil
Em meados de Agosto
Voz de aurora
Na primavera
Em pleno inverno
Tudo que gosto
Ritmo e tom
Acompanhando
Cada acorde
Dum violão
Um jeito Soul
Blues
E Jazz
Vindo do Brooklyn
Ecoando na noite
É Lauryn Hill
Às vezes Rap
Outrora Soul
Blues
E doutro lado
Olhos verdes
Onde jaz
Meu secreto desejo
De afogá-la em beijos
I`ll never forget you, baby!
I love you
I hope you understand me
Couse I love you
As a rainbow
Isn`t mistery
I love you, baby...
No embalo do som
Sangrando
Aflorando n`alma
Um canto madrigal
Volto os olhos ao céu
Avisto a lua cheia
Desaguando Amor
Na vitrola
Lauryn Hill
D`outro lado
Você
E olhos verdes
Tentadores
Dedicando carinhosa
Num desatino do coração
Can`t Take My Eyes Of You
A quem morre de paixão
Rob Azevedo
Fios de Vida
Fios de Vida
Anoitece
Um show me espera
Num palco
Em luzes violetas
Alguém canta
Poemas de Quintana
Que ciúmes
Audazes cortam minhas entranhas
E me acompanham em noites insones
O poeta preferido
Daquela por quem
De amores mourro
Ajeito-me na poltrona
Da quinta fileira
Holofotes acendem
E acordes de mestre
Dum violão acústico
Ecoam
Por todo teatro
Ah! Que fria estocada
Pra mim que não sei calar
Nem falar baixo quando amo
Sequer amar devagarinho
Simplesmente tremo e grito e choro
Ouvindo em voz rouca
O Bilhete!
Nem concordo!
A vida ao teu lado é eternidade
O Amor
Na verdade o infinito
Do nascer ao pôr do sol
Suados de Paixão
Deslumbrando novo alvorecer
O Bilhete
Transfigurado em Bolero
Clássico
Na arte dum mago
Dói no peito e fere
E você, longe
De teu poeta preferido
E daquele que se faz desentendido
Nem sente
As lágrimas que águam meus olhos
E a saudade que me consome
Na vontade de meus lábios
Clamando
Na penumbra do teatro
O beijo que não acontece
Noutras terras
Que não aquelas
Da imaginação
Rob Azevedo
Poesia à Flor Mais Bela
Poesia à Flor Mais Bela
-> Trilha sonora
Por que haveria o trovador
Voltar a cactos espinhosos
O par de olhos
Se em teus jardins contempla avencas
Tão formosas e perfumadas
Que ligeiro se enternece
A exaltar-te em versos?
Flor exuberante
No jardim ver-te graciosa
O jardineiro enobrece
Tua candura dadivosa
Derramada docemente
Em pranto vertido
Sacia a secura
De minh`alma que fenece
Arestas em diamantes
Não desmerecem o valor
E se polimos como ourives
Fino ouro em pepitas
Sabemos seu fulgor
Beldade que amanhece
Meus dias outonais
Cantar-te-ei poesias
Queira Deus tão belas
Nascidas em tamanho esplendor
Quanto vós sois
Em meus sonhos de Amor
Rob Azevedo
Partida
Partida
Da janela do quarto
Vejo o tempo
O céu carregado
Montanhas ao longe
Os prédios da cidade
As ruas vazias
Tudo é tão cinza sem você...
Vejo seu retrato
Na parede
O que restou
Mas guardo em mim
As lembranças
De cada beijo dado
Carícia ou abraço
Memórias do passado
Que ainda me fazem
Suspirar e repensar
Minha vida sem você
Tão vazia e sem sentido
Que me encontro perdido
Feito menino de castigo
Em pleno parque de diversão
Maldade...
Despedaçar assim meu coração!
Tudo se desfaz
Sonhos, planos, quimeras
Em palavras secas
Lágrimas contidas
Um aceno de mão
Um adeus
E você se vai
Resta-me agora
Mais uma vez
A eterna companhia
Dos abandonados
Um drink, um cigarro
E lá fora
O céu é cinza
E a chuva cai...
Rob Azevedo
Saudades do Antes da Partida...
Saudades do Antes
Da Partida
Solo em Flauta Doce
Amanheço
Da janela do quarto
Vejo nuvens escuras
Vasto mundo de prédios
O mundo repenso
Fugitivo do caos
Chegando leve e traiçoeiro
Procuro abrigo
Refugiado em teus braços
Perdido na esquina
O nada me diz bom dia
Enquanto descanso
Ao sabor do descaso
Vejo a menina
Enveredando nas vielas
Estreitas dos morros marginais
Sedenta por drogas
Que já não satisfaz
A manhã avança
O dia cala
A tarde cai
Na noite que brilha
Teu sorriso me atrai
Reflito a vida
Amarga dessa menina
Sexo sem afeto
Deslizando em carros dourados
Nas luzes de estradas
Tudo se desfaz
A noite se passa
Ligeiro me disperso
A saudade me mata
Quando penso em ti Carolina
Seguindo em passos largos
Perdida a alegria
Meu coração se conforma
Atravessando a rua vazia
Acendo um cigarro
Na dor me embriago
Na última taverna
Lembrando a menina
Meus olhos avistaram
Jamais esqueceram
Minhas pernas cansaram
Amigos se apartaram
Crescendo mais forte
Somente o desejo
Seguindo esperançoso
Tua sombra Carolina
Os anos se passaram
Meus irmãos envelheceram
Vidas se foram
Não retornaram
Só meu amor
Não sentiu cansaço
Levando a ti no peito
Onde te guardo
Nas mesas limpas
Da última taverna
As portas se fecham
Enquanto me embriago
Lembranças consomem
O tempo que desterra
Não diz o relógio
Seguindo meu caminho
Ando solitário
Hesito um segundo
Apresso meu passo
Em casa não te encontro
Padeço embriagado
Quando me deito
Penso no mundo
No pouco que fiz
Desejando teu beijo
Meu coração arde
Cerro os olhos e vejo
Tua sombra juvenil
Fantasma de outrora
Assombrando meus sonhos
De perdição e desejo
Se apagam imagens
Repouso em sono vazio
Desperto mais cansado
Não estás ao meu lado
Novo dia amanhece
Sem teu corpo macio
A vida passa ligeira
Como nuvens se desvanece
O Sol não se abre
Pessoas se transmutam
Águas caem do céu
O tempo se consome
Quando olho no espelho
Não reconheço quem encaro
A estranheza me desespera
Quando na rua te vejo
Vagando melancólico
Resta-me a certeza:
Não é quem está no retrato
Antigo e desbotado
Na parede
Ao lado da janela de meu quarto
Rob Azevedo
Falam os Caracóis
Falam os Caracóis
As ondas banham
Nossos corpos nus
Sob o arrebol da manhã
Na extensão da praia
Componho versos
Que o mar não há de apagar
Nas mãos
Caracóis
Colhidos nas pedras
No coração um nome
Da cor dos corais
Cantam as ondas
Em espumas alvas
Quebrando na praia
Os ramos das palmeiras
Pendem ao vento
Uma gaivota mergulha
No azul do mar
No horizonte o Sol
Incendeia as nuvens
Pinceladas em tons
Purpúreos
O calor que aquece
Vem de seu toque
No enlace das mãos
Caminhando à beira
Do oceano profundo
No paraíso compomos
Poemas de Amor
Feito Adão e Eva
Em devaneios de bardo
Caracóis escuto
Pondo no ouvido
Esquecendo da vida
Murmuram docemente
Teu nome...
Ca-ro-li-na
Rob Azevedo
Castidade
Castidade
Ninfa do doce canto e voz veludo
Quisera o poeta ser um pássaro azul
Já não ser pelas pernas transportado
E voar contente à pura luz
Pousando em tuas espáduas nuas
Rogaria sê meu par na dança noturna
Preparando o ninho da ave que canta
Ao teu lado, em casta cama
No Oriente onde o Sol se levanta
Deitaríamos florescendo nas pétalas
Do Amor-Perfeito adormecido
Em sutil encanto o beija-flor
Pairando no ar jubiloso e comovido
Gozaria rendido o cálice Perfeito Amor
Rob Azevedo
Jurado pra Morrer de Amor
Jurado pra Morrer de Amor
"Amor, o que é o sofrer para mim que estou jurado pra morrer de amor?"
(Djavan - Meu Bem-Querer)
Ainda bem... os Cupidos existem!
Nesses meninos anjos travessos
Lançando setas em quem anda distraído
Justifico
Dois corações sangrando
Seres etéreos, isentam de nós
A culpa de tantos pesares
Explicam tudo...
Ainda que num jeito manco
Por mim inventado
As consciências aflitas eximem
Da Mea Culpa, Mea Culpa, Mea Maxima Culpa
Esse eco maldito que repercute
Noite e dia na minha cabeça
Em dores rasgando minhas vísceras
Revirando tudo por dentro
Necessidade, como se fosse o ar pra quem se afoga
De numa prece devotada
Rogar à divindade que és pra mim
Expiação de tantos pecados
Pelas noites de sono que roubo de ti
Desmaios em tuas andanças
O tempo que te tomei
As coisas que poderia havê-las feito
Pra que tudo isso?
Só te fiz chorar...
O que mais além
De uma imagem no espelho sempre fui?
Os Cupidos, esses seres concebidos
Pela utopia de poetas apaixonados
São mais reais que eu!
De suas flechas cravadas no peito
Sentimos as dores
De meus beijos
Qual o gosto tu sentes?
De pranto!
E do purgatório ao inferno
Falta menos que um passo
Mas tenho fé
Um dias pago tanto pecado
Em romaria à pé, de joelhos, nem sei...
Desde que chegue à Roma
Entrando pela porta de trás
Não levarei vela de sete dias
Nem cruz ou terço
Somente rosas, rosas e rosas
Rosas e mais rosas
Rosas ab aeterno
Tantas rosas...
Que levarei nas costas
E dar-te-ei de presente
Os Jardins da Babilônia inteiro
Nem que seja
Em cada um de meus versos
Dói por dentro
Se estou jurado pra morrer de amor
Não quero levar ninguém comigo
E pra onde estou indo
Que um dia tenha
Teu sincero perdão
Rob Azevedo
Balada para Minha Princesa
Balada para Minha Princesa
-> Trilha sonora
Se me vedes em sonhos
Atravessando vales sombrios
Mares infindos que nos separam
Agraciado, atendo o pedido
Tua alcova visito
Em teu leito me deito
Nos teus lábios me afogo
Perdido em desejos
Reluzindo no peito
O título Mor de Nobreza
Concedido por princesa
A quem rogo tamanho Amor
Meus versos são só teus
Onde sei estarão - em minha companhia
Salvos em teu coração
E haverão de continuar
Vencendo a noite dos tempos
Se me vedes em sonhos
Eis que vou, sou eu mesmo quem clamo
O Sol refulgindo
Descortinando as trevas
De minha vida vazia
Encontrei a chave da porta
Tu me deste
Assim como tens as cinco chaves
De meu coração
Cada uma delas
Tem uma letra de teu nome
Abrindo os cadeados
Anjos entoam cânticos
Consagrados a ti
Trilhando O Caminho
Da Perfeição
Rob Azevedo
Você É Meu Conto de Fadas
Você É O Meu Conto de Fadas
EU TE QUERO PRA SEMPRE!
-> Trilha sonora
Se lembro seu nome
Suspiro
Ando em nuvens
Com a cabeça na lua
Todos os dias
Quando acordo
A imagem primeira
Que me vem à mente
É você...
Quando me deito
Descansar busco
Livrar-me do mundo
Entregar-me ao sono
Cerrando os olhos
Invade meu ser
Um anjo sorrateiro
Mulher
Nua em pêlo
Mais clara te vejo
Ó Mar do Meu Desejo!
Içando a vela
Em seu corpo navego
Atinjo o porto
Em braços que me esperam
Indefeso
Repouso
Madeixas que se derramam
Da minha fronte
Acaricia
Fitando meus olhos
Esperança refletimos
Doando lábios
Duas almas infundimos
Uma n`outra
Comungando Amor
Se isso é sonho
Faça-me o favor
Não me desperte
Permita-me dormir
Sonhar
Porque agora
Estou acordado
E da vida
O sentido entendo
Em cada letra do seu nome
Iluminando meu Ser
Poemas... Ah meus poemas!
Renderam-se a ti
Um a um
São soldados
Marchando em campo de batalha
De peito aberto
À caminho
Do seu coração
Se hão de encontrar a morte
Deixando as trincheiras da minh`alma
Morrerão feito heróis
Com medalhas de bravura condecorados
Porque não se acovardaram
Declamando o que sinto
Um dia nos brasões
Nossos nomes de família
Quem sabe?
Lado a lado estarão
Sendo uma
Decantada em todos os reinos
E lendas
Encantando enamorados
Em livros
De contos de fadas
E viveremos
Felizes para sempre...
Rob Azevedo
O Plebeu e a Princesa
O Plebeu e a Princesa
Sonhei
Presentear minh`amada
Com castelos
De princesas
De contos de fadas
Mas que vida ingrata!
Não sou nobre
Nem príncipe
Tampouco Rei
Ou sheik árabe
Sou mero pastor de cabras
Nascido plebeu
Quando menino
No lugar dos asnos
Eu quem puxava as carroças
Ó sina malfadada!
Inteirando meus trocados
No fundo dos bolsos procurando
Encontro uns poucos centavos
Nem pagam os repolhos
Que jogam para os porcos
Na ceva da casa
De Dona Emengarda
Nos prados
Pastoreio cabras
Escondo minha dor
Nos matos que ruminam
Engordando, à caminho
Do matadouro
Ainda vão desnudas
De suas vestes
A lã vira casaco
De mademoiselle
Minh`amada
Tem sangue azul
E título de nobreza
À tarde sai à passeio
Pelas vilas
Em carruagem dourada
Colares e jóias raras
Ornam suas espáduas
Vestidos parisienses
De seda persa
À beira do Danúbio
Seu castelo de cristal
Mais alto que os píncaros
Do Olimpo
Tão alto
Que a sombra que faz
Sob o sol do meio-dia
Deixa em penumbra
Meu casebre de palafita
Às margens do pântano
Onde coaxam os sapos
Talvez eu seja um deles...
Um anfíbio mutante
Metamorfoseado em bípede humano
Nas mãos de algum deus sarcástico
E profano
Vangloriando-se o insano
De sua bestialidade
Vedes Cupido maldito
Nas ciladas em que me metes!
Por que a flecha
Lançaste logo
Em meu pobre coração?
Andava tão risonho
Pelos prados
Pastoreando minhas cabras
O alimento dividido
Com potros e vacas
Minha mãe querida
Ah, coitada!
De retalhos
Nos lixos recolhidos
Costurava minhas roupas
E dizia:
- Vedes meu filho
São vestes mais belas
Que aquelas de Salomão!
Agora
Neste prado descampado
Rumino um naco
De capim
Absorto em devaneios
Imagino de mim
Um príncipe
Presenteando minh`amada
Com castelos
De contos de fadas
Quiçá, um dia
Abandone os campos
Em direção à praia
As cabras que morram
Antes da hora!
À beira mar
Erguerei castelos
De areia
Zeloso o tanto quanto
Possa em meu coração apaixonado
Erguerei o mais belo
Castelo já visto
Em todos os reinos
Com ele
Minha princesa presentearei
Sabedor que não será derribado
Pelas ondas do mar
Nem conquistado
Por exércitos inimigos
Porque não será comprado
Por ouro algum
Nem erguido por mãos
De camponeses escravos
Mas tão somente na força
Do meu Amor
No coração de quem o castelo
Em versos oferto
Rob Azevedo
Consagração
Consagração
Fingir não posso
No Amor que te devoto não minto
Sei do que sinto
Transpirando em cada poro
Paixão
Mar revolto
Sem tábua
De salvação
Se me afagas
Afogo-me
E rogo
Que me afagues mais
Porque me afogo
Nas águas em fogo
Derramadas
Do Amor que choro
Afogado suplico:
- Dá-me um copo
Do pranto que vertem
Teus verdes olhos
Ao som das harpas
Brindamos lágrimas
Bebemos
E morremos...
Mas a cada sol
Que se levanta
Ressuscitamos
Porque no pensamento
Um d`outro
Nascemos primeiro
Assim na noite
Mirando tua luz
A Rosa dos Ventos
Sopra
De Norte a Sul
Dispersando pensamentos
Que me levariam
Por outras sendas
Esvaecida a bruma
Vislumbro
Pálido de encanto
O vasto Campo
De Orquídeas
Que um dia plantamos
Meu canto
Impávido se rende
Calçando sandálias
Da humildade
Prostra-se
Para que lhe tocando o ombro
Com a sagrada espada
O consagre
O clamor vindo
Do Amor Maior
Cavaleiro Real
Anjo da Guarda
E Trovador
Aquele por quem
És recebida
Em tapete vermelho
Coroada Rainha
De Meus Sonhos
No único trono
Do coração
Autor dos versos
Que te escrevo
Transpirando
Em cada poro
De minha pena
Paixão
Em mar revolto
Sem tábua
De salvação
Rob Azevedo
O Reino Desejo
O Reino Desejo
-> Trilha sonora
Um eco na noite...
Je t´aime
Je t´aime
Je t´aime
Meus versos
São soldados de chumbo
Em campo de batalha marchando
Transpondo as fronteiras
Do seu coração
No trono
Reinarei soberano
Coroado com louros
De Amor incólume
No reino que oferto
Serás rainha
De esplendor revestida
Dar-te-ei todos castelos
Com que um dia sonhaste
Em cada estrofe
Dos poemas
Que vertem minh`alma
A muralha que nos protege
Erguida indestrutível
Nada ultrapassa
Nem catapultas que lançam
Pedras à cortiça agregada
Imersas em azeite
Em chamas incandescentes
Causam qualquer dano
Nem os arqueiros das sombras
Alvejam setas
Em nossos infantes
As escadas onde sobem
Os guerreiros das trevas
O topo da muralha não alcançam
E são desmantelados
Regressando em queda à morte
Cavalos de Tróia
De pronto recusamos
E se sou Aquiles
Meu calcanhar não atingem
Partindo ao campo aberto
À frente ostento a flâmula
Do Reino Todo-Poderoso
Reluzindo a armadura
Prateada feito lua
No escudo o brasão
Gravado em ouro nossos nomes
Na espada, a honra, vida e lealdade
Ao Amor jurado
Nossas cavalarias
Retornam em grande glória
Num brado estrondoso
Ao som das trombetas
Entoando vitória!
E nosso Amor
Eternamente perfeito
Lindo e profundo
Como mares no infinito
No Reino
Chamado Desejo
Rob Azevedo
O Amor
O Amor
"Viver é todo sacrifício feito em seu nome, quanto mais desejo, um beijo, um beijo seu, muito mais eu vejo gosto em viver, viver"...
(Pétala Djavan)
-> Trilha sonora
O Amor resiste
Atravessando os tempos
Sereno
Seguro de si
Em cada instante
Reluz transbordante
Renasce como sol iluminando
Ao cair da noite escura
Doura a lua
Refletindo clareia
A senda que trilhamos
O Amor não causa dolo
Que não seja sofrer saudade
E o perdão que concede
É remissão de inocente
Sempre atento
No alto da torre
Em vigília ainda se adormece
Sabe que tudo é importante
Quando se ama de verdade
O Amor não pede que partas
Simplesmente se importa
Com seu dia de amanhã
Na lida do dia a dia
Porque assim é o Amor verdadeiro
Tal qual de pai e mãe
Contigo se preocupa
Ainda sendo dor a despedida
Incansável, repete-se nas perguntas
E torna-se médico palpiteiro
Se acaso adoece
É preciso saber se quem amamos
Sara e nossa prece
Deus atende
Quando amanhece
O Amor não esquece
De nenhum gesto
Refletindo o bem querer que doa
Ainda no ato mais singelo
Sussurro mudo revestido de esmero
Dizendo-nos:
Eu te amo
Estou aqui desperto
Zeloso e devotado
Sempre ao seu lado
Sempre...
Rob Azevedo
Lágrimas Eu Bebo...
Lágrimas Eu Bebo
Saciando a Sede
Nelas me Aqueço
E Alivio a Fome
Num Abraço de Consolo
Envolvendo Teu Corpo
O deserto atravessando
De sede mourro
Milhas ao léu
Um oásis miro
D`esperança - a cor
Dos olhos que busco
Padeço frio
Sem teu calor
E fome
De teu corpo
Em versos
Derramo lágrimas
Como se fora
Chuva mansa
A dor se sente
De minha`alma
Se contorcendo
Em cada palavra
Por que não credes
No Amor que renasce
Dia após dia
Feito o sol
E em meu peito quando acordo
Cresce
Como planta
Num jardim molhado?
Até a morte
Quando choro
Não sentindo o toque
Da pele que desejo
É doce acalanto
Sombrio descanso
Para mim que sofro
E até que a morte
Anoiteça a claridade
Meu Amor sempre luzirá mais forte
Em feixes
De esperança e alento
Ao caminhar no Bosque
Das Ilusões Perdidas
Relembrando noites
Em que o sol refulgia
Porque eras minha luz
E se você quem morria
Era de amores
Por mim
Se lhe perguntava
Como se dizia
Meu Amor em outra língua
Meu nome ouvia
E era feliz
Sentindo no corpo e n`alma
Amor correspondido
Que inundando felicita
Hoje me vejo
Andarilho num deserto
De amores não vividos
Tornaram-se grãos de areia
Como aqueles em que piso
Fatigado me deparo
Sozinho
Comigo mesmo
De frente pro abismo
Do Ocaso
Incompreendido
Em dores
Entranhas contorço
Padeço frio
Sem teu calor
Fome
De teu corpo
E sede
De teu Amor
Em versos
Declamo o que sinto
E choro...
Se em tuas lágrimas
Declara Amor
Dessa fonte eu bebo
Saciando minha sede
Nelas me aqueço
E alivio a fome
Num abraço de consolo
Envolvendo teu corpo
Rob Azevedo
Devaneios Noturnos
Devaneios Noturnos
Noites angustiantes
Ainda sombrias
Em claro passo
Perambulando pela casa
E quintal mirando a lua
No telhado um gato faz ruído
Morcegos voam no breu
Ratos saem dos ninhos
Farejando migalhas de comida
Um cão deitado na varanda
Em vigília constante
Move as orelhas
Dum lado pra outro
E rosna
O gelo noturno
Invernal
Arrefece notívagos e insones
Filosofando no silêncio abissal
Dissecando lamurias d`alma
De impossíveis sonhos
Vã imaginação sabemos
Ou seria fuga aos prados
Do contentamento abstrato?
Aquele intangível
Etéreo
Existente somente
Nas terras quiméricas
E fabulosas de Platão
Devaneios... Quem nunca os teve?
Beijando o vento
Imaginando os lábios
De alguém por quem sente
A dor do Amor ausente
Defronte prum lago
Na grama verde
À sombra de palmeiras
Árvores frondosas
Ipês Roxos
Pés de Abricó
O acalanto dos pássaros
Silvando
Em jardins babilônicos
Multicoloridos
Perfume das roseiras
Suave, doce
Cobertas de orvalho
Transbordando no espírito
Cheiro de mato molhado
Ah! Colheria a rosa mais graciosa
Adornaria com ela
O manto negro das madeixas
Daquela com quem sonho
Fios tão delicados
Sedosos, brilhantes
Sorveria de seu riso
Dengosa deitada em meu colo
O néctar mais puro
Que aquele haurido
No pequenino bico
Do beija-flor
Num vôo majestoso
Pairado no ar
Beijando flores
Em jardins tão perfeitos
Quanto aqueles
Que um dia no mais ufano devaneio
Pude imaginar
E o gato no telhado
Num ruído abrupto
Desperta-me no seio
Da solidão noturna
Em que imerso em sonhos
Nutria-me
Do corpo
E encanto da alma
Daquela por quem
De suspiros padeço
Rob Azevedo
O Vulto Negro e a Bela Adormecida
O Vulto Negro
E a Bela Adormecida
Nos mistérios insondáveis da mente
Um espectro assombra
O inconsciente que adormece
Quando cai a noite
Vindo das sombras surge
Um vulto delirante
Arrastando corrente
Envolto em negro manto
D`alma que sangra
Paixão e lamúrias
O Anjo do céu caído
Amargo se levanta
Na dor do Amor sofrido
Rondando a alcova
Da Bela Adormecida
O corte profundo
De ser Rei
Ungido nas trevas
Da Ordem dos Draconianos
Desconhece morte e vida
Bem-aventurança e maldição
Espinhos e rosas...
Rosas
Que florescem em túmulos
De amores perdidos
Na escuridão d`algum mausoléu
Povoado por morcegos
Adornado de teias
De aranhas que espreitam
Descuidadas vítimas
Tênue a luz das velas
Se desfazendo na mesma cera
Das asas de Ícaro
Se apaga derretida
Despencando na escuridão
Ó Nosferatu Maldito!
Que se abriga em meu peito
No Amor que oferto
A graça de anjo
Que um dia fui
Ódio vomito
Porque na pureza do Amor que dedico
Firo
Mais do que as mil estacas
Cravadas em meu coração de vampiro
Por aquela
Que me martiriza
Dia e noite e não sabe...
Sangro, sangro, sangro
E a sombra que desterra
Inclemente não vem
A maldição é esta:
Vida eterna
A quem a vida
Jaz morta
No Amor que o Ocaso
Proibiu de amanhecer
Ó Prometeu, vos amaldiçôo!
Do teu fígado
Fizeram meu coração
Zeus e Afrodite
Ó Bela Adormecida!
Sou eu quem vos assombro
Em noites de pânico
E não reconheces
Teu vampiro maldito!
Meu rugir silencioso
Asfixia
Paralisa corpo
Rondando o leito
Em que dormes
Procurando-me entre miragens
De Anjo e Nosferatu!
Sou eu quem te visito
Sou eu quem te assombro
É a mim que exorcizas
Em pranto e desespero
Rogando a Deus suplicas:
- Vade Retro!
Em mil estacas
Que cravaste em meu coração
Por esse Amor na força do Destino
Traiçoeiro e vil
Sangro, sangro, sangro
E ainda morrendo
Tantas vezes
Quantas estacas hão cravadas em meu peito
Não desfaleço
E padeço, padeço, padeço...
Antes que sugue de ti
Ó Bela Adormecida
De volta todo o sangue que se derrama
Do meu coração amaldiçoado
Eu quem te exorcizo!
Quando fores
Não voltes
Sequer olhe pra trás
Ao menos
Deixe-me partir
Peregrinando em busca
Do meu túmulo perdido
Rob Azevedo
ESPECTRO NOTURNO - O Encontro entre o Poeta e a Poetisa -
ESPECTRO NOTURNO
- O Encontro entre o Poeta e a Poetisa -
Um espectro noturno
Ronda a noite
O Bosque das Ilusões Perdidas
Onde se refugiam os poetas...
Incauto, obscuro
Em horas incertas
Livre como o vento
Mira os planetas
Se fujo me torturo
Em busca das palavras
Que não se calam
Breve e passageiro
Se oculta nas sombras
Sincero e traiçoeiro
Enfrenta o medo
Contempla formas
Difusas que perpetuam
Sendas conduzindo
Ao brilho do luar
Na liberdade suave
Pulsando no peito
Em completo desatino
Perde o rumo
Atravessando desertos
Encontrando certeiro
O desejo que arde
Clamando ao mundo
A companhia distante
De outro espectro noturno
Pactuando segredos
Na brevidade da criação
Confessam desejos
Outrora retidos
Nascendo com paixão
Ardente e confusa
Fosse brisa noturna
Noite de verão
Além do firmamento
Vejo num instante
A lua se esconde
Detrás dos montes
O coração transborda
Sentimentos não calam
Transmutados em versos
Libertos respondem:
Eis-me aqui !
Um poeta que delira
Em madrigal derradeiro
Encontrando a poetisa
Confesso a vontade:
Mergulhar na fonte
Onde nascem os poemas...
Embriagado no teu encanto
Desvendo o segredo
Que se abriga na alma
Em versos se canta :
Dá-me tua boca
Poetisa!
Acende tua chama
Liberta o Amor
No desejo que arde
Ouvindo quem clama
Espectro distante
Que a noite alucina
Sê errante!
Enleva-me em arrepios
No ardor da pele
Encaixemos os lábios
Regendo a sinfonia
Dá-me teu corpo
Poetisa!
Justifica meu canto
Em prosa e poesia
Recebe o poeta
Em tua cama vazia
Tua rima perfeita
Transcende o poema
Meu coração se contenta
Vencendo a agonia
Revelo o segredo
Que abrigo no peito
Que cantam meus versos
Quando te vejo
De longe me calo
Humilde te peço
Insistente me entrego:
Ouve meu cancioneiro
Poetisa!
À luz da lua
Cintilar das estrelas
Coroemo-nos de rosas
Saciando o desejo
Celebrando a vida
Em mar de contentamento
Que perfeito faremos
Amor profundo
Na extensão do uni-verso
Poesia
Rob Azevedo
Na Lápide Fria
Na Lápide Fria
Por que falas em morte?
Com tuas idéias somente
Desperta no poeta
Nova poesia
Caminhemos no Bosque
Das Ilusões Perdidas
Onde nos conhecemos
Contemplemos os túmulos
Façamos amor
Sobre a lápide fria
No ardor de meu beijo
Calarei tua boca
Confessarei desejos
Cumprirei promessas
Dá-me teu veneno
Não o negues
Transbordando no cálice
De vinho rosado
Necessito sentir o gosto
Do teu gozo umedecido
Na ponta de minha língua
Ardente que te arrepia
Dá-me teu corpo
Entrega-te desnuda
Façamos amor
Com a mesma paixão
Que me devora
Rasgarei tua roupa
Com os dentes
Sobre a lápide fria
Abre a caixa
Onde guardas o poema
Que mais desejo
Dá-me teu cálice
De vinho rosado
Necessito senti-lo
Nos lábios
Perder o tino
No desejo que não se cala
Dissimulado em teus versos
Explícito nos meus
Sentindo nossas peles
Deslizando uma noutra
Encaixarei a boca
No relevo de teus seios
Envolvendo as mãos
No contorno da moldura feminina
Desvendarei cada pedaço
Da menina poetisa
Em mulher transformada
No encantamento rendida
Com contentamento devassa
Morderá a orelha carnuda
Do poeta que devora
Suplicando ardente:
- Te quero embriagado
Com paixão profunda
No cálice da minha flor
Cor de vinho rosado
Sorverei o veneno
Embriagado de prazer
Sentindo teu êxtase
Na ponta de minha língua
Delirante em gozo
Serás minha
Teu somente serei
A cada segundo inteiro
Completo, total
Na doação
Navegarei no mar
Atingirei teu porto
Mergulharei na onda
Penetrando teu corpo
Entregar-me-ei com paixão
Sentindo a ti minha somente
Somente teu serei
Puro de-lei-te
Provando no cálice
O vinho rosado
Veneno suave
Doce e ardente
Gozarei cada instante
Repleto de amor verdadeiro
Em algum ponto eqüidistante
Além do infinito sombrio
Sentindo assim meu toque
Serás minha somente
Teu somente serei
Amor e Êxtase
Se queres no entanto
Partir
Dá-me teu veneno
Seguirei teus passos
Aonde fores
Faremos amor
Do outro lado
Onde se refugiam os poetas
Que nos deixaram
Conheceremos Camões
Fernando transformado
Noutra Pessoa
O doce canto
De Pablo
Na lira ardente
O encanto de Milton
Em tom diferente
Suave, penetrante
Ao subir as escadas
Cruzando o portal
Deslumbraremos o salão principal
Da mansão dos mortos
No palácio dos deuses poetas
Dispensaremos o convite
Nos sentiremos em casa!
Em celestial sinfonia
Dos poetas maestros
Que nos deixaram
Nossos anfitriões
No Reino da Poesia
Dançaremos abraçados
Corpo colado
A Valsa do Desejo
Vestindo fantasia
Despindo o medo
No piano, seis mãos
Dos deuses da música:
Mozart
Bach
Beethoven
Em sutil harmonia
No soprano
Encantando os ouvidos
O Anjo Desconhecido
Acompanhando o violino
Nossos corpos colados
A pele deslizando
Calor sentindo
Coração queimando
Nossas bocas
Feito rios que deságuam no mar
Revoada de pássaros
Buscando o verão
Beijando-se em doação completa
Infundindo nossas almas
Na profundidade da paixão
Extensão do infinito
Onde vivem os deuses poetas
No mundo eterno da poesia
Que tanta saudade sentes
Em teu canto sombrio
Clamando a morte
Na verdade a volta
Para nossa casa querida
Onde vivem os poetas
Que nos deixaram
Já não estão na lápide fria
Rob Azevedo
Zero Miles To Hell
Zero
Miles
To
Hell
Encurralado num beco escuro
O eu claustrofóbico
Sozinho anoitece
Mil mortes amargas padece
De nenhuma delas renasce
Já não me importa
Se compreendem meus versos
Em sombras de mistério
Torno-me mais forte
Sou o Fantasma da Ópera
A vida é tão vã
Perseguindo miragens no deserto
Que sabemos
Jamais alcançaremos
Lembro frases de Schopenhauer
Imagino mesmo que o melhor que faríamos
Nós aprisionados neste mundo de mazelas
Seria estourarmos os miolos
E resignados
Regressarmos ao Nada
O Repouso Absoluto
Faço palavras cruzadas
Sentado na poltrona
Ao lado do vaso
De flores
Num instante
Lembro-me Dani
A prostituta do quarto meia-três
Tão frouxa sua vulva
Pela clientela abusada
Quando transávamos
Nem sentia
Não havia fricção
E gemia
Fingindo um orgasmo
Vida besta!
Não há saída desse beco imundo
Só um gato negro faz companhia
E àqueles que vieram me salvar
Na única via de acesso
O sinal está vermelho
Pra minha vida
Giro o tambor do revolver
Brinco de roleta russa
Tentarei novamente
Disparo...
Num breve segundo
Um estampido agudo ecoa cortante
Não tenho sorte
A bala era de festim!
Mayakovsky
Florbela
Hemingway
Sei lá mais quem...
Escreveríamos versos e dramas
Na noite profunda
Abissal
Eterna
Sete palmos
Abaixo da terra
Rob Azevedo
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