quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O Bule de Café Preto e a Xícara de Leite




O Bule de Café Preto
E a Xícara de Leite




Que saudades!
Minha Me-Nina
Me desculpa
Foi eu quem sumi
No entanto
Não te encabule
Não estou de caso
Com ninguém!
Se desapareci
Foi porque preciso
Encontrar a mim
Ainda que num bule
De café preto

A inspiração me veio
Súbita
Escrevi, escrevi, escrevi...
Noites e dias a fio
Parecia o aguaceiro
Do dilúvio
Por quarenta sóis
Quarenta luas
Depois morri
Ao voltar da rua
Bebendo um bule
De café preto
Renasci num sonho
Sonhando contigo
Aqui mesmo te conto:

Vieste à minha casa
Linda, dizendo-me sou tua!
Conversamos, sorrimos
Brindando Champagne

Bebendo Cerveja
Depois se deitaste
Ao meu lado na cama
De-li-ci-o-sa-men-te
Nua

Se a noite foi boa?
Mais do que isso!
Foi exaltação
Ao Amor Infinito!

Que pena!
O sonho teve
Início, meio e fim
E assim como veio
Foste embora
Ao amanhecer
Deixando-me perdido
Relembrando teus seios

De tão belo devaneio
O que me resta
São garrafas vazias
De Champagne e Cerveja
E o bule
De café preto
Além uma saudade
Tão grande que arde
Sem que se apague

Encontrarei a mim, te juro
E voltarei
Pulando o muro
Miando como um gato pardo
No cio
Eriçando pêlos
Fervilhando desejos

Beijar-te-ei num feitiço
E penetrar-te-ei por fim
Tornando o sonho
Realidade jorrando
Dentro, bem no âmago
De ti – tua xícara de leite
Não
Café preto



Rob Azevedo








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