sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Balada para Narciso II




___Balada para Narciso II___




Sobre uma nuvem
Nu vem
Um homem
É o deus Narciso
De todos o mais bonito

Ao morrer afogado
Deixou à beira do lago
Uma flor
Para que fosse lembrado
E ascendeu aos céus
Galopando num cavalo alado

Lá no etéreo, bem alto
Por si que era tão apaixonado
Enfim pôde fazer Amor consigo mesmo
O que aqui na Terra não podia
Vivendo sem alegria
Porque só um Narciso existia
E ter seu corpo
Beijar-se e amar-se em carne
Não conseguia
Pois tudo o que via
Era sua imagem refletida
No espelho e no lago

O Pai Eterno apiedado
Por ver Amor tão grande
Irrealizado
Criou à imagem e semelhança de Narciso
Uma ninfa de nome Narcisa

Semelhante em beleza
Semelhante em cada traço
Mas mulher
Como todo o homem quer

Narciso

Viu-se então nela refletido
Sem que fosse
Tão somente reflexo
Das águas do lago ou do espelho

Amaram-se e amam-se
Como puderam e podem
Vendo um ao outro
Como refletido no espelho

Lá de longe eu vejo
Entoando seu canto
De Amor realizado
Nu vem
Sobre uma nuvem
Um homem
É o deus Narciso
De todos o mais bonito



Rob Azevedo










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