terça-feira, 2 de setembro de 2008

A Dor da Amante de Cristo




A Dor da Amante de Cristo



Nosso Amor é uma quimera
Aquarela
De sonhos
Tão bela
Do Brasil

Nosso Amor é uma vela
Ao vento
É a janela
Que não fecha

Nosso Amor é o conto
Da Cinderela
E a deusa
Minerva

Nosso Amor é um ponto
Sem nó
É o dó
Do Mágico de Oz

Nosso Amor são lençóis
Girassóis
Orquídeas
E nós

Nosso Amor a sós
São mil sois
Iluminando o mundo

Nosso Amor é a voz
De Deus
E seus avós

Nosso Amor é uma casca de Noz
Guardando um Royce-Royce

Nosso Amor é um corte
Aberto, sangrando
E um Norte
Para duas vidas

Nosso Amor são as filhas de Marte
Com a Sétima Arte

Nosso Amor é o mártir
E a dor da amante
De Cristo
Ao vê-lo no alto do monte
Padecido
Sob maldade cruciante

Nosso Amor é o itinerante
Do expresso da meia-noite
O martelo e a foice
Detrás do levante
Do Forte
De Copacabana

Nosso Amor é a síntese
Da antítese
Dela antídoto
E fotossíntese

Nosso Amor é um camelo
Atravessando o orifício de uma agulha
Perdida num palheiro

Nosso Amor é o réu
Diante o tribunal dos céus
E a fé dos ateus
Em Zeus

Nosso Amor são os olhos teus
E os olhos meus
Vermelhos lacrimejando
Enquanto dizemos
Adeus!



Rob Azevedo







Um comentário:

Não importa disse...

Templo do MELHOR E MAIS VIS-CE-RAL POETA DE TODOS OS TEMPOS!!

com certeza!