segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A Hóstia e a Taça de Vinho




____ A Hóstia e a Taça de Vinho ____





No vão das suas coxas
Eu plantei
O Meu Amor

Finquei a haste da barraca
Fiz minha casa
Meu castelo

Imergi a hóstia
Na taça
De vinho
Comungando o sacramento
Pintei o céu
De amarelo
E o abismo do mar
De branco

Lá no fundo
Contemplei
Vadiando
As ondas
Vindo e voltando

Só eu que não voltei
Lá eu vivo
Dormindo contigo
Acordado sonhando
Um sonho lindo

Já não ouço
O uivo do vento
A tudo levando
Mas gemidos
De quem suspirando
Amedronta
Os temporais
E faz girar
A Rosa dos Ventos

Já não sinto
O úmido do orvalho
Nas noites frias
Mas aquele do íntimo
Do seu corpo
Onde me aqueço

Já não padeço
Mais fundo me arremesso
Voltando ao começo
De tudo
Da onde nasci
Num recôndito ninho

Lá eu planto
Meu Amor
Colhendo o que canto
Nas pedras
Do Arpoador



Rob Azevedo










2 comentários:

***AMOR E MEL*** disse...

Caríssimo Rob Azevedo, que poema maravilhoso, sutil e envolvente dizendo tudo de uma forma tão delicada e profunda, muito gostoso de ser ler.
Parabéns nobre poeta e obrigada por compartilhar esta pérola literária.
Grande abraço
Sucesso sempre!!!
*Mel*

BRANCA disse...

OLÁ ROB AZEVEDO SOU BRANCA DE MAUÁ SP
AMEI SEU POEMA
E SUAS FOTOS
PARABENS!