terça-feira, 30 de setembro de 2008
Vem pra Perto
Vem pra Perto
- Letra de música à moda Cartola e Noel Rosa -
Hoje eu acordei
Pensando em você
Olhei pro lado e não te vi
Que dor!
Que dor!
Quase morri!
Você é meu pensamento
Primeiro
Me acompanha o dia inteiro
Até a noite
Mirando estrelas no céu
Deito e adormeço
De você não esqueço
Tudo volta ao começo
Amanheço, olho pro lado
E não te vejo
Endoideço!
Endoideço!
Endoideço!
Ai, ai, ai, ai, ai
Ai, ai, ai, ai, ai
Lá, lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá, lá
Mas hoje
Foi bem pior
Acordei jururu
Fui pra noitada
Bebi todas
Amanheceu olhei pro lado
Vi um trubufú!
Párarararararararara
Párarararararararara
Pára com isso!
Pára com isso!
Me olhando no espelho
Eu digo e repito
Pára com isso!
Pára com isso!
Párarararararararara
Párarararararararara
Meu Amor
Dá um jeito
Vem pra perto
Do meu peito
Pega o ônibus
Ou o trem
Mas vem!
Deitar sem você
Deixa minha vida sem por quê
Acordar e não te ver
Louco de doer
Vem pra perto
Vem!
Vem pra perto
Do Seu Bem!
Lá lá lá lá lá
Lá lá lá lá lá
Lá lá lá lá lá
Lá lá lá lá lá
Rob Azevedo
Nosso Caso
Nosso Caso
- Letra de música MPB -
Esse nosso
Caso
Vai dar caldo...
Hoje vi
O saldo
Da minha conta
Bancária
Zerado...
Por tanto
Telefonema
Pra você
Noutro estado...
Não, Amor
Não tenha medo
Do meu corpo
Nu...
Somos unha
E carne
Sem segredo
Nem maldade...
Não, Amor
Não é assim
Desse jeito
Que o enredo
Vai dar Samba
O refogado
Caldo...
Apenas me ouça
Cantando
E rezando
No escuro
Segurando
O terço...
Leia os versos
Mais belos
Que fiz
Pra você:
EU TE AMO!
Com zelo
Esmero
Você
É tudo
O que quero...
Não, Amor
Não chore
Tanto
Eu sei
Aonde vou...
Vou às pedras
Do Arpoador
Ver o pôr
Do Sol
E te esperar...
O mar
O mar
As ondas do mar
Vão te
Trazer
Pra mim...
Rob Azevedo
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Emília e Visconde
Emília e Visconde
Ô boneca Emília
Te vi vestida
De verde-limão
Num sonho bom
Tu bem quietinha estavas
No milharal
Sob a luz tênue do Sol
Parecia que nem vivias
Era só
Espantalho
Debandando os corvos
Em revoada
De repente me olhou
De lado e sorriu
E me fitou
De frente
Encarando o fundo
Dos meus olhos verdes
Verdes, tão verdes
Quanto tua roupa
De retalhos
Verde-limão
Ajeitou o cabelo
De palha de milho
Pôs o dedo no umbigo
Requebrou
O quadril de pano
E fez um gracejo
Tirei meu chapéu
De Visconde de Sabugosa
Cocei o cavanhaque
E joguei um beijo
Tão logo
Eu e ela
Ela e eu
Bem no meio do milharal
Caçando coelhos
E passarinhos
Voando no céu
Pula
Coelhinho!
Pula
Coelhinho!
Pula
Coelhinho!
Pulaaaaaaaaaaaaaaa!
Cenourinhá-nhá
Cenourinhá-nhá
Nhá-nhá-nhá-nhá-nhá-nhá...
Quem não gosta
De nhá-nhá-nhá-nhá- nhá-nhá?
O coelhinho
E a coelhinha
Fazem nhá-nhá-nhá-nhá- nhá-nhá...
Sinhá, sinhá, sinhá
Quando eu voltar
Vou encontrar
Uma ninhada
De coelhinhos!
Piu-piu, piu-piu, piu-piu...
Cantam os passarinhos
No milharal...
Rob Azevedo
Judiar de Você
Judiar de Você
- Letra de música MPB - Estilo Alceu Valença, Rastapé, Falamansa ou mesmo um Baião Luiz Gonzaga (Gonzagão) -
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim...
Dos seus sonhos
Rouge, carmim
Da purpurina
Do cetim
Da bailarina
Do Querubim
Eu vim...
Pra judiar de você
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim...
Da serpentina
Do Arlequim
Da Colombina
Do Jasmim
Do pôr-do-Sol
Do arrebol
Eu vim...
Pra judiar de você
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim...
Das castanholas
Do violino
Da velha senhora
Do vinho tinto
Do trombone
Do piano
Do saxofone
Do desatino...
E no megafone
EU TE AMO!
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim...
Da harpa
Do bumbo
Da farpa
Do fim do mundo
Da carpa
Do Mambo
Da Salsa
Do Tango
E do Amor
De uma avestruz
Por um orangotango
Eu vim...
Pra judiar de você
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim!
Eu vim!
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim
Pra judiar de você
Eu vim...
Dos seus sonhos
Rouge, carmim
Rob Azevedo
Um Sonho de Menina - Ópera
Um Sonho de Menina
- É UMA ÓPERA À MODA MONTEIRO LOBATO! -
(Em violeta falas do eu lírico masculino e em rosa do eu lírico feminino.)
Conte-me Amor
Seus medos de menina
Porque disso entendo
Sou doutor
Até hoje não cresci
Me compreenda
Sou a lenda
De Peter Pan
Sou menino
Menino doutor
Em sonhos de meninas
E meninos
Chorando aflitos
Sozinhos no escuro
- Acenda a luz por favor!
O homem mau
Só vem
Quando a lâmpada se apaga...
É um cavaleiro medieval
Numa armadura de prata
Que me olha
Com raiva
E me olha
Com raiva...
E me olha
Com raiva...
Ai que medo, meu Deus!
Esse homem mau
Acho que sou eu!
De médico e louco
Todo mundo tem um pouco
E eu doutor
Em sonhos de meninas
E meninos
Chorando sozinhos
Aflitos no escuro
Acho que sou...
O homem mau
Da armadura de prata medieval...
Ai que medo!
Que medo!
Que medo!
O vilão da história...
Sou euuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!
Rob Azevedo
domingo, 28 de setembro de 2008
Menino Arteiro
Menino Arteiro
Tu pensavas que eu brincava
Com teus sentimentos
E nada mais
Eu também pensava
E a mim mesmo jurava
Que somente brincava
E nada mais
Tudo tão mal!
Tão errado!
Coração não é brinquedo
Funda é a dor do lamento
De quem pra alguém
Foi só divertimento
Deus puniu
O menino travesso
Que ateava fogo
E saia correndo
Agora me olhando no espelho
Nem eu me compreendo
Porque é a ti que eu vejo...
Como mulher
Minha
Mulher...
Eu pensava que brincava
Já não penso mais
Dei mil passos a frente
E cresci de repente
Sou homem grande
Já não juro mais
Pelas artes que eu fazia
Nem durmo em paz
Desejando o que fora
Meu doce brinquedo
O bonequinho de pano
Virou mulher...
Meu coração arteiro
Caiu na própria cilada
Do menino brejeiro...
Ah! Que Amor traiçoeiro!
Agora sou eu
Envolto em nevoeiro
Homem-menino
Indefeso-perdido
Já não penso mais
Que brinco
Porque aqui dentro
Sei o que sinto...
Mas e agora, o que faço?
Tu continuas pensando
Que sou aquele
Menino travesso
Nem adianta
Não me olhas
Como um homem
Assim como meus olhos
Te vêem como mulher...
Minha mulher...
Ah! Que crueldade!
Ou Justiça Divina
Sei lá o quê!?
Quem brincou demais
Já não é acreditado
E se queimou
No fogo
Que ateou
Agora que amargure
A própria dor
Da descrença no Amor
Rob Azevedo
Kama Sutra
____________Kama Sutra____________
Ó perola do Amor-Erótico
Na literatura
Em sânscrito
Ó rubro desejo, laço desfeito...
Ó amplidão do prazer
Enleio devasso
Sacro, abençoado
Do corpo rendido
Ao horizonte expandido...
Que o pudor fique de lado
Onde moram os homens castos
Tolos enigmáticos
Que se arrepiem os cabelos
Entre nós
Só por gozo
Arranhão e aperto
Por falsa moral
Jamais
Ó grande cultura Védica
Da India
De tempos imemoriais
Cântaro de saber
Dos príncipes antigos
No que tange ao querer
Entre corpos ardentes
Derrame seu bálsamo
Sobre mim
E minha mulher
A caminho do prazer
Seguindo cada passo
Do abraço
Ao beijo
Às pressões e arranhões
Mordidas
E deslizes
De língua
Em cada passo seguindo
A ilustração
De alguma posição
Até que então se concretize
A união sexual
Transcendental
Bem além do mal
Que vê os homens maus
Auto-intitulados castos
Quando são tolos enigmáticos
Cantarolando
Falsa moral
Ó literatura
Do Amor e desejo
Suas páginas eu leio
Suas figuras eu folheio
Uma a uma
E as vejo
Como a síntese
Do êxtase perfeito
Ó liturgia erótica sânscrita erudita...
Derrame seu bálsamo
Mil vezes
Sobre mim
E minha mulher
A caminho do prazer
Rob Azevedo
Mandrágora
Mandrágora
Em noite de Lua
Cheia
As raízes de Mandrágora
Vou colher
Um cão preto vai puxando-as
Para fora da terra
Por uma corda
Para que eu não ouça
O grito
Que mata
Qualquer ser vivo
O gozo
De um homem enforcado
Tem poder
Bem além
Do imaginado
É feitiço
O que eu digo...
É feitiço
O que eu digo...
É feitiço
Afrodisíaco
O que eu digo...
Feitiço
Narcótico
E fecundante abrigo
Dos espíritos...
Em Gênesis
Trinta : Quatorze
E em Cantares
Sete : Treze
Tu mesmo leias
O que eu afirmo...
Em noite de Lua
Cheia
Vou colher as raízes
De Mandrágora
Para Maria eu ter
Ser minha mulher...
Não, não é crendice
Sou feiticeiro
Eu te disse...
Sou feiticeiro
Eu te disse...
Rob Azevedo
Salamandra
Salamandra
Quando o fogo das intempéries
Me cerca
Por todos os lados
Ardendo em chama alta
Me revisto da pele
Da Salamandra
O calor não me atinge
Bailo sobre o fogo
E canto mais forte
Que a morte
Não cremando
O Fogo Fátuo
Torna-se Fogo Sagrado
Emanando Luz Violeta
E nada me queima
Minha força incendeia
Em labaredas mais altas
De seis metros de altura
Porque sou Salamandra
À cinzas se reduz
Tudo que ateia
Contra mim
O que não é Luz
Sou Salamandra
Caminho sobre brasas
Sorrindo, achando graça
E não me afoga a água
Pois tenho brânquias
Sou anfíbio
A cada meio adaptado
Se me cortam a cauda
Ou algum membro
Em breve se regenera
Transmutação
É o meu dom
E resistência contra o fogo
Das intempéries
Que não queima meu corpo
Porque tenho pele
De Salamandra
Rob Azevedo
Em Teus Seios II
_____ Em Teus Seios II _____
Em teus seios eu vejo
O Sol e a Lua cheia
Lado a lado
O fogo e o desejo
O delírio de um Bardo
O Amor confabulado
Sem que possa ser recusado
Os píncaros
Do Everest e do Aconcágua
A sede e a água
A mãe e o filho
Vejo o ninho da águia
As raízes de Mandrágora
O clarinete e o trompete
O homem e o pivete
A serpentina e o confete
A bala de Anis
Em teus seios eu vejo
A faca e o queijo
O mundo que sempre quis
Para ser feliz
O crucifixo no meio
Sobre teu coração
Num afortunado enleio
Com todo o arquétipo
Do pecado
E da contradição
Vejo um sacerdote erecto
Vindo do Antigo Egito
Contente, sorrindo
Altivo
Vejo um torvelinho
De emoções em desatino
Na chegada do caminho
Um candeeiro aceso
Uma mulher segurando um terço
Um fim
Ao que ficou pelo meio
Vejo em teus seios
Um cesto
De pães e peixes
Cheio
E uma ânfora de vinho
A Ceia Sagrada
Preparada
Para que não seja a Última
Mas a Primeira
Da Nova Madrugada
Rob Azevedo
Quando
Quando
- Letra de música Bossa Nova/MPB –
Quando teu poeta
For embora
Não haverá mais tempo
Pra nós dois
Quando teu poeta
Não te escrever mais
Nenhum verso
O que será
De nós dois?
Quando no jardim
Não ter mais um passarinho
A cantar
Me diz, Amor, o que terá?
Quando o Sol
Não brilhar
Como antes
Qual luz haverá
De nos guiar?
Quando o mar
Não for mais azul
Nem ter um peixinho
A borbulhar
Me diz, Amor, o que haverá?
Me diz, Amor, o que será?
Quando a Lua
Se deitar
E o Sol raiar
Sem nós dois
Lado a lado
Me diz, Amor, o que será?
Me diz, Amor, o que será?
Quando teu poeta
For embora
Se um dia
Quiser voltar
Me diz, Amor
Onde te encontrar...
Me diz, Amor
Onde te encontrar...
Rob Azevedo
Eu Quero
Eu Quero
- Letra de Música MPB -
Quero Amor
Quero o Sol
E calor
Quero a paz
Blues e Jazz
Eu quero é mais
A ti entrego
O meu verso
Mais belo
Ôôôôô ôôôôô ôôôôô ôôôôô ôôôôô ôôôôô ôôôôô...
Quero o que quero
A flor eu rego
E ti carrego
Por ti eu rezo
E me despeço
Da dor
Ôôôôô ôôôôô ôôôôô ôôôôô ôôôôô ôôôôô ôôôôô...
Quero ver
Os girassóis
Se abrindo nos campos
Nós dois a sós
E sorrindo um menino
Tão lindo
Quanto Narciso
Eu quero...
Eu quero...
Eu quero o que preciso
O abrigo
No teu sorriso...
Ôôôôô ôôôôô ôôôôô ôôôôô ôôôôô ôôôôô ôôôôô...
Eu quero ver o louco
Que canta
Já rouco
Achando tudo tão pouco
Que queira
Bem mais
E mais
E mais...
Rob Azevedo
Uma Verdade Nua, Uma Dúvida
Uma Verdade Nua, Uma Dúvida
- Com eu lírico feminino -
(Letra de Música MPB)
Será que ele gosta
De mim
De verdade
Ou só conta
Historinhas
De ninar?
Será que ele me ama
Como um homem
Ou só brinca
Com meus sentimentos?
Será que ele quer
Mesmo namorar
Comigo
Ou só ter
Um brinquedo
Pra se distrair?
Será que meu castelo
Verei ruir
Ou será
Monumento eterno?
Será que em meu inverno
Terei o cobertor
Daquele corpo
Que se diz
Por mim tão louco?
Será tudo tão pouco
E ele fará
Ouvidos moucos
Quando eu
O quiser?
Ó Margarida
Do jardim
Dá-me uma ajuda
Tenha dó de mim...
Em cada pétala sua
Uma verdade nua
E uma dúvida...
Bem-me-quer?
Mal-me-quer?
Rob Azevedo
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Feiticeiro
Feiticeiro
Nunca se atreva
Com um feiticeiro
Paranormal
Transcendental
Surreal
VIS-CE-RAL...
Ou o calor do Sol
Pode te queimar
E o melhor a fazer
Morrer no mar
Conheço o segredo
Do Céu e do Inferno
Da Arca Sagrada
Do Santo Graal
Da Tábua de Esmeralda
Da Pedra Filosofal
Dos hieróglifos na pirâmide
De Ransés II
Tenho o dom
Da Terceira Visão
Cognição
Vidência
E premonição
Sei tanto quanto
Sabe o Carvalho
E sou tão profundo
Quanto o abismo do além mundo
Em meu caldeirão
Com colher de pau
Faço uma poção
Que tem o poder
Do bem e do mal
A ti, só cabe entender
O que escolher
Rob Azevedo
Fúria
Fúria
Apertaram meu calo
Jogaram pedra no Templo
Do deus mais belo
E me viram tomado
De inspiração e possesso
Calando o escândalo
Esmagando-o em meu canto
E, então, se arrependeram
Haviam ter coroado
Minha fronte de heras
Bem calados
Porque tenho pacto
Com Júpiter
Urano
Marte
Netuno
Mercúrio
Vênus
E em meus dedos brilham
Os anéis de Saturno
Basta que eu chame
Uma legião de poetas Arcanjos
Desce do céu para que honrem
Meu nome
Sou o Mago Merlin
Erguendo o cajado
Sou Mandrake
Sou mágico
Sou o hálito
Do dragão
E o rugido do cão
Cérbero
Então cuidado!
Não aperte meu calo!
Rob Azevedo
Balada para Narciso II
___Balada para Narciso II___
Sobre uma nuvem
Nu vem
Um homem
É o deus Narciso
De todos o mais bonito
Ao morrer afogado
Deixou à beira do lago
Uma flor
Para que fosse lembrado
E ascendeu aos céus
Galopando num cavalo alado
Lá no etéreo, bem alto
Por si que era tão apaixonado
Enfim pôde fazer Amor consigo mesmo
O que aqui na Terra não podia
Vivendo sem alegria
Porque só um Narciso existia
E ter seu corpo
Beijar-se e amar-se em carne
Não conseguia
Pois tudo o que via
Era sua imagem refletida
No espelho e no lago
O Pai Eterno apiedado
Por ver Amor tão grande
Irrealizado
Criou à imagem e semelhança de Narciso
Uma ninfa de nome Narcisa
Semelhante em beleza
Semelhante em cada traço
Mas mulher
Como todo o homem quer
Narciso
Viu-se então nela refletido
Sem que fosse
Tão somente reflexo
Das águas do lago ou do espelho
Amaram-se e amam-se
Como puderam e podem
Vendo um ao outro
Como refletido no espelho
Lá de longe eu vejo
Entoando seu canto
De Amor realizado
Nu vem
Sobre uma nuvem
Um homem
É o deus Narciso
De todos o mais bonito
Rob Azevedo
Nuvem Escura
Nuvem Escura
Num vem não!
Nuvem escura
Que agora
Em minha vida
Faz Sol
Deixe que eu viva
O presente
E enterre
O passado
De um amor desconfiado
Tão maltratado
Permita
Que em minha poesia
Floresça
Um campo de lírios
E nele se veja um rio
Correndo
Tão lindo
Nuvem escura
Num vem não!
Quando voltas
Minha poesia
Se definha
E conta em verso
Tudo o que me assombra
É só rancor e lamento
Raiva e tormento
Num vem não!
Nuvem escura
Não que eu te queira mal
- Não o quero! -
Porque um dia
A despeito de tudo
Te jurei amor
E me juraste
Também
Mas entenda
Esse amor
Se quebrou...
O Amor é vaso
De cristal
Frágil
E o nosso
Se partiu
Em mil pedaços
Num vem não!
Nuvem escura
Compreenda
Não voltando
E pairando
Sobre minha vida
A dor
Da tormenta
Porque agora
Pra mim
Tudo é Sol
Paz e Amor
Rob Azevedo
Faz...
Faz...
Faz Amor comigo!
Estou te pedindo
Com jeitinho
Dengo, mimo
E muito carinho
Sussurrando baixinho
No teu ouvido
Sou bom menino
Romântico
Fino e educado
Cheio de talentos
Bom partido
- E só um tantinho
Devasso -
E olhe um bocado
Não sou de ser
Dispensado
Pedaço de mau caminho
Com destino
Ao paraíso
Em delírio
Faz Amor comigo!
Estou te pedindo
Apaixonado
Encantado
Com jeitinho
Dengo, mimo
E muito carinho
Sussurrando baixinho
No teu ouvido
Sou bom menino!
Quero em teu corpo
Um ninho
E a porta
Pro infinito
Faz Amor comigo!
Rob Azevedo
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Balada para Narciso
_____Balada para Narciso_____
Narciso só via a si mesmo
Nas águas do lago e no espelho
Por todo o bosque
As ninfas em suspiros corriam
Atrás de Narciso
Não sabiam que era insensível
À paixão que despertava
E eram muitas apaixonadas
Todas se punham aos seus pés
Nenhuma delas lhe tocava
E a si mesmo mirava
Nas águas do lago e no espelho
Ah! Como choravam...
Enchendo mais o lago
Que mesmo transbordava
De lágrimas...
Qual delas
Seguindo algum conselho
Poderia conquistá-lo
E tê-lo?
Como descobrir o segredo
De jovem tão belo
Tanto quanto Eros
Vivendo sozinho em delírio
A mirar-se nas águas do lago e no espelho?
Desenrolar o novelo
Encontrar o fio da meada
E deitar-se ao lado
De um deus alado
Como sabê-lo?
Haveria nalgum oráculo
A reposta de tão intrincado segredo
Ou morreriam todas de desejo?
Pelos bosques as ninfas
Suspiravam perseguindo Narciso
Contemplando-o ocultas nos ramos
Derramando prantos
Por um deus insensível
Ah! Quantos encantos!
Vinham daquele jovem tão belo
A mirar-se perdido em devaneios
Nas águas do lago e no espelho
Quão fundas dores
A todas ninfas do bosque
Alvejadas de amores
Desejando tê-lo
E ninguém o pode
Dentre todas as criaturas
As ninfas são aquelas
Que por serem tão belas
Mais compreendem
Percebem
Sentem
Amam
A beleza
E por ela
São atraídas
E rendidas...
Ah! Diante Narciso insensível
A tanta paixão que despertava
As ninfas choravam
E o lago transbordava
Suspiros calavam
O uivo dos ventos
Diante tamanho encantamento
Corações pulsavam descompassados
O fôlego faltava
O chão se perdia
Tudo por dentro estremecia
Às ninfas
A beleza de Narciso
Eclipsava a luz do dia
O que haveria
De ser preciso
Para que o jovem tão belo
Ao menos voltasse
Seus olhos a alguma delas?
Seus olhos que se perdiam
Eternamente fixos
A si mesmo fitando refletido
Nas águas do lago e no espelho
Em tão grande devaneio
De paixão e delírio
Narciso – entre tantas e tantas ninfas sem fim
Que não se contavam nem nos grãos de areia nem nas estrelas –
Era tão somente mais um
Apaixonado por si
Perdidamente
Padecia a mesma dor
De todas as ninfas sem tê-lo
Porque não podia fazer Amor
Consigo mesmo
Um dia, a dor
Não mais suportou
E se atirou de ímpeto
Nas águas fundas do lago
Aonde se afogou
Morrendo de Amor
Com a morte do jovem
O espelho das ninfas do bosque
Onde viam toda a beleza de si mesmas
Reunida e refletida
Se quebrou
Mas ninguém mais chorou
Do que o lago e o espelho
Onde Narciso se mirava
Pois igualmente o amavam
Apaixonados - perdidamente
E sofreram grande dor
Restou uma flor
Só - como Narciso o foi
Às margens do lago lacrimoso
Aonde o jovem se afogou
Rob Azevedo
Megg
Megg
Megg
Não me negue
Fazendo
O que não quer
Megg
Me carregue
E me leve
Aonde quiser
Megg
Enterre
O passado
Vivendo comigo
Ao teu lado
Megg
Regue
As flores
Que plantei
Florescendo
Amores
Megg
Aproveita
Enquanto é tempo
E comigo se deita
Antes que venha o vento
Megg
Não se despede
Sem me dizer
Eu te amo!
Me deixando
Em pranto
Megg
Não me esquece
Eu que vivo
Rezando por ti
Numa quermesse
Megg
Entende
O que acontece:
É Amor
Que estremece!
Megg
Vem depressa
E me endoidece
Antes que cesse
Tudo o que enlouquece
Megg
Dá um jeito
E desce
De cima do muro
Desse Amor mudo e surdo
Megg
Te amando eu esmurro
A faca cega da paixão
Mas por favor
Não me chame de burro!
Megg
Se lembre:
Eu tenho um coração!
Megg
Te juro:
O que digo
Não é ilusão!
Megg
Apimente
Tua vida
E me lambe
E se lambuze
Megg
Se entregue
À tentação
Que te prometo:
Será bom!
Megg
Não despreze
O Amor-Perfeito que floresce
Em meu leito
Nem o travesseiro
Que será meu peito
Megg
Rasgue
Minha roupa
Para ter meu corpo
Que a tua
Eu rasgo
Pra te ter
Nua
Megg
Comigo se deite
E encaixe
Nossas formas
Como peças
De quebra-cabeça
Megg
Me mande
Calar a boca
E me beije
Que eu te deixo louca
Megg
Minha voz já tá rouca
Então vê se me ouça
Esquece a louça
Na cozinha
E vem pro quarto
Megg
“Não faz tanto doce”
Cruzando os braços
Fazendo biquinho
Feito boneca intocável
De porcelana
Olhando de lado
Senão desanda
O bolo
Megg
Não me deixe crer
Que sou o homem errado
Pra você
Ou adeus
Ao nosso prazer!
Megg
Nem vai chover
Mas a sombrinha leve
Porque aqui dentro
Entre eu e você
“Tá um chove não molha!”
Megg
Tenho tanta coisa
Pra te dizer...
Mas uma é a mais importante:
Megg
Por favor
Antes de eu morrer
Faça comigo Amor!
Rob Azevedo
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Presunção II
Presunção II
Sua presunção
Continua a mesma
Tudo o que escrevo
- Dos versos bons -
Julgas que é pra ti
Olha, te aconselho:
Faz de conta que morri!
Rob Azevedo
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Esquecimento
Esquecimento
Ouça o silêncio
Do meu esquecimento
Já faz um bom tempo
E tudo é silêncio
E esquecimento
Sinta o frio
Na noite sem o calor
Da fogueira que crepitava
Em chama alta
Esquecida se lembre
Como era outrora
E vias comigo
O luzir da aurora
O vento já não trás
Canções de Amor
E ninguém te faz
Como eu te fiz
Feliz
O que foi jaz
O que será
Comigo jamais!
Restaram as flores
Que juntos plantamos
Lá fora no jardim
Por mim, as pegue
Uma por uma
E as deposite
No túmulo
Do nosso Amor defunto
Assim lá fora
Nem o jardim
Que plantamos outrora
Nos lembrará
O luzir da aurora
Em que nos juramos
A quimera
Da eternidade
Que já era!
Rob Azevedo
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
O Espelho do Poeta Narciso
______ O Espelho do Poeta Narciso ______
- Espelho, espelho meu
Existe algum poeta
Melhor do que eu?
- Não!
Em toda Terra
Não há nenhum poeta
Melhor do que você.
- Espelho, espelho meu
Existe algum poeta
Mais belo do que eu?
- Não!
Não há nenhum outro poeta
Mais belo do que você.
Maçãs envenenadas
Estão dispensadas.
- Espelho, espelho meu
Existe algum poeta
Mais inteligente
Do que eu?
- Não!
Nem de longe
Narciso
Fique tranqüilo.
- Espelho, espelho meu
Existe algum poeta
Mais louco do que eu?
- NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!
Tamanho foi o grito
Negativo
Do espelho de Narciso
Que o vidro se partiu
Em cacos mil.
Rob Azevedo
Como não sou bobo - muito pelo contrário - e nunca dou ponto sem nó nas coisas que faço, deixo especialmente dedicada aos TOLOS DE PLATÃO (OU CABEÇAS QUÂNTICAS que se esforçam tanto por suas ditas "normalidades"), a música do link a seguir - QUE COMPLEMENTA INTEIRAMENTE O MEU POEMA O Espelho do Poeta Narciso.
Quem tiver ouvidos, que ouça!
Cique -> AQUI <-
Maluco Beleza
Raul Seixas
Composição: Raul Seixas / Cláudio Roberto
Enquanto você
Se esforça pra ser
Um sujeito normal
E fazer tudo igual...
Eu do meu lado
Aprendendo a ser louco
Maluco total
Na loucura real...
Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez...
Vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza...
E esse caminho
Que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir
Por não ter onde ir...
Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez
Eeeeeeeeuu!...
Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez
Vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com toda certeza
Maluco, maluco beleza...
E de quebra uns versos de Nietzsche, do livro Assim Falava Zaratustra...
Que eu esteja banido
de toda verdade!
Somente louco! Somente poeta!
E mais uns versos do meu poema O Bufão Surrealista:
Ó, cabeças quânticas
Quanta estupidez se abriga
Nessas cabeças quânticas
De fósforos riscados!
A demência transcende
A lucidez da tua mente
A Hóstia e a Taça de Vinho
____ A Hóstia e a Taça de Vinho ____
No vão das suas coxas
Eu plantei
O Meu Amor
Finquei a haste da barraca
Fiz minha casa
Meu castelo
Imergi a hóstia
Na taça
De vinho
Comungando o sacramento
Pintei o céu
De amarelo
E o abismo do mar
De branco
Lá no fundo
Contemplei
Vadiando
As ondas
Vindo e voltando
Só eu que não voltei
Lá eu vivo
Dormindo contigo
Acordado sonhando
Um sonho lindo
Já não ouço
O uivo do vento
A tudo levando
Mas gemidos
De quem suspirando
Amedronta
Os temporais
E faz girar
A Rosa dos Ventos
Já não sinto
O úmido do orvalho
Nas noites frias
Mas aquele do íntimo
Do seu corpo
Onde me aqueço
Já não padeço
Mais fundo me arremesso
Voltando ao começo
De tudo
Da onde nasci
Num recôndito ninho
Lá eu planto
Meu Amor
Colhendo o que canto
Nas pedras
Do Arpoador
Rob Azevedo
E Você Me Jurou...
E Você Me Jurou...
Você me disse
Que torce pelo meu time
Você me jurou
De pé junto
E até gritou:
Sou tricolor!
Mas eu acho
Que você me enganou
E você é
Flamengo...
Porque nunca vi
Alguém assim
Jogar tão contra mim
Tudo o que eu digo
Você desdiz
O que eu escrevo
No quadro a giz
Você apaga
Se eu te exalto
Você me maltrata
Se eu aumento o som
Você abaixa
Se eu grito é gol
Você diz
Que foi
Impedido
Se eu digo que é bonito
Você acha feio
Se eu me comporto
Com lucidez
Pra você
É insensatez
Somos sempre
Tudo ao contrário
Na minha boca
O café é doce
Na sua amargo
Já nem sei mais
Aonde encontrar a paz
Eu acho mesmo
- Tenho quase certeza –
Que você
Me enganou
Mentiu pra mim
Não é
Tricolor
Faça-me o favor
Devolva a camisa
E a bandeira
Do meu time
Que eu te dei
Não quero gol contra
Não quero ninguém
Secando as flores
Que eu plantei
Não quero urubus
Voando em círculo
Sobre minha cabeça
Me azarando
Não quero o mundo
Rubro-negro
Tão negro
Tão negro...
Sou verde, branco e vermelho
Verde da Esperança
Branco da Paz
Vermelho do Amor
Por favor
Não faça mais gol contra
E me devolva
A camisa
E a bandeira
Do meu time
Que eu te dei
Rob Azevedo
Abrir a Porta
Abrir a Porta
O Amor só brinda a quem
Se permite
Ao Amor
De que adianta
Ser trovador
E não abrir a porta
Contentar-se em ser apenas
Um sonhador
Minha boca existe
A sua também
Na minha guardo a prece
Rezada só se acontece
A união de ambas
De pé ajoelhados
Como em devoção numa quermesse
E olhos cerrados,
Braços entrelaçados
Nos corpos juntos
Abrindo a porta
Ao Amor
Nos brinda a realidade:
Eu existo e tu existes
É o que importa
Transformar o etéreo
Dito em verso
Em osso e carne
Macia e nua
Roçando na pele
Esquentando o frio
Desatinando em delírio
Atravessando o rio
Antes que nos leve
O barqueiro sombrio
E antes que a morte
Nos separe
Bebamos do cálice
Da vida
E permita
Que nossas bocas unidas
Rezem juntas a prece
Que a noite amanhece
Num brilho de luz
E eternidade
Atemporal
Ainda
Que finita
Rob Azevedo
Cânone XXVI
Cânone XXVI
De tanto imaginar-te
Te vejo em qualquer parte
De tanto sonhar-te
Fiz de ti
Minha Arte
De tanto idealizar-te
Te elevei tão alto
Além de Marte
De tanto em pensamento beijar-te
Minha boca arde
Procurando na sua
A fonte d`água
Que o fogo apague
De tanto querer-te
Falo sozinho pela rua
Conversando com a lua
De tanto amar-te
Minha alma já não é minha
É sua
De tanto implorar-te
Crença em minha querença
Estou comigo em desavença
De tanto chorar-te
Por sua esquivança
Vivo de esperança
De tanto rogar-te
Ao meu lado a dança
Do Amor bonança
Existo da confiança
Que um dia a verdade
Haverá de tocar-te
E entregar-se
A quem a ti
Está entregue
De tanto querer-te
Ninguém há de entender-me
Ao ver-me vivendo sem ver-te
A falar sozinho pela rua
Conversando com a lua
De tanto amar-te
Estou entregue
Minha alma já não é minha
É sua
Rob Azevedo
A Verdade de Um Ditado
A Verdade de Um Ditado
Água é mole
Pedra é dura
Tanto bate
Até que fura...
Loucura?
Espera um momento
E veja por si mesma
Seu coração amolecendo
Estátua de mármore fria
De repente se movimenta
Anda e canta
Pára, pensa
E grita:
Estou viva!
Não há quem diga
Que não seja verdade:
Água é mole
Pedra é dura
Tanto bate
Até que fura...
Não, não é loucura
Espera um momento e veja:
É vida!
Estátua de mármore atrevida
Vence a covardia
O inerte da morte
E vem ser consorte
Da luz do dia
Saia do escuro
Quebrando o muro
Rompendo o silêncio
De um Amor mudo
Derretendo o gelo
O mar transborda
Tudo vira
Oceano
E se foi todo engano
De viver
De um Amor mudo
Sem saber dizer
EU TE AMO!
Coração duro
Amolece
E esquece
Que um dia
Foi estátua de mármore
Fria
Pois água é mole
Pedra é dura
Tanto bate
Até que fura...
Não, tudo isso não é loucura!
É vencer a covardia
Inerte da morte
E ser consorte
Da luz do dia
Não, não é loucura
Espera um momento e diga:
Estou viva!
Rob Azevedo
Meu Canto
Meu Canto
Sua vida eu faço
De gato e sapato
Reviro
De ponta à cabeça
Desfaço cada laço
Você endoidece
E diz que não merece
Viver num mundo assim
De pernas pro ar
Mas quando anoitece
Tudo se esquece
E é meu nome
Que ouço chamar
Você se confunde
Me estranha
Arranha meu corpo
Joga mil coisas
Na minha cara
E sai de banda
Pede conselho
Às amigas
Que dizem
EU QUERO
FICAR COM VOCÊ!
Exigem que imponha
Respeito
Me negue
Fazendo
O que não quer
Se incomoda com o que os outros dizem
Acham
Pensam
Não sabendo
Que EU TE AMO
TANTO
VOCÊ É MEU CANTO
Desde o momento
Que te conheci
Então por quê
Fugir
Negando o sentir
Se o querer
Eu vejo
Em seus olhos
Clamando
Meu beijo
Rob Azevedo
De Ponta à Cabeça
De Ponta à Cabeça
O Amor quando é forte
Revira
A gente
De ponta à cabeça
Nos faz de fantoche
Nos leva de volta
Ao viver adolescente
Pinta e borda
Transborda, entorna
Nos faz
De gato e sapato
O Amor quando é forte
É louca paixão
Se perde a razão
Andamos sem ter
Os pés no chão
É um sim e um não
Não conseguirmos escapar
Daquele desejo de amar
É brigar
E perdoar
Brigando adorar
E se arrepender depois
É uma tremenda confusão
Rimar tudo o que é contradição
Encontrar o perfeito par
Em Eduardo e Mônica
É um delírio no ar
Uma nau no mar
Naufragando
Pra tudo o que foi então
A tábua de salvação
O outro coração
É um negar
E à noite quando se deitar
Chorar e sonhar
Com aquela outra pessoa
Que só queremos amar
É um orgulho violentado
Por tanto Amor
E falta de pudor
Quando o muro é derrubado
As vestes se rasgam
Com fúria e vontade
Devassidão e loucura
De tudo se despem
Dois corpos
Se deitam
E se encaixam
Se arranham
Se apertam
Em delírio se amam
Gemem, suspiram
Sussurram e juram
Confessam
E Amor comungam
Toda contradição
Se encaixa então
Rimando
Sim e não
Rob Azevedo
SE EU TE TENTO E ATENTO É PORQUE SOU TENTAÇÃO
SE EU TE TENTO
E ATENTO
É PORQUE SOU
TENTAÇÃO
Ela estava enlouquecendo
Cada dia passo a passo
Perdendo o compasso
Daquela vida tão sem graça
Voltou de repente
A ser adolescente
Inconseqüente
Fazendo pirraça
Enquanto eu sorrindo
Atirava pedra na vidraça
Por dentro se ardendo
As pernas bambeando
Tudo estremecendo
A si mesma enganando
Quando à noite se deitava
Era comigo que sonhava
Noutro dia me encontrava
Toda dissimulada
Fazendo piada
Do amor que eu declarava
Dizia que eu brincava
No fundo não acreditava
Mas a si mesmo se enganava
Quando jurava que não me amava
Dizia pra todas fofoqueiras
Com quem se gabava
Que ela me negava
Enquanto eu a assediava
Lá dentro, eu sei
Estava encantada
Só desconfiada
Que eu a ludibriava
Quando amor lhe declarava
E fazia pirraça
Dizia que eu maltratava
Seu sentimento
De dama, nobre e casta
Veio à minha casa
Toda indignada
Pedindo que eu assumisse
Tudo o que disse
Ou então
Sumisse!
Noite e dia me acusava
De ser equilibrista
Malcriado e narcisista
E não descia
De cima do muro
O Amor comigo
Pra ela
Seria um tiro no escuro
Quando se irava
Berrando me esconjurava
Mas em seus olhos eu via
Que ela me amava
Só não acreditava
À noite, eu sei
Quando se deitava
Feito louca se encabulava
Porque era comigo que sonhava
Eu sabendo do que se passava
Bem mais me endiabrava
Pintando e bordando
Brincando de gato e sapato
Sempre fui atentado
Impertinente e abusado
Expulso do colégio
Da minha casa e da rua
Nada me restando
Fiz as malas e fui morar na lua!
É por lá que eu ando
Não sou daqui não
Não sou daqui
Sou lunático!
Então me entenda
Não há quem me compreenda
Se a lua tem fases
Eu sou polifásico!
Um dia sou palhaço
O outro e o outro e o outro também
Mas a semana tem sete dias
Então só aprenda
A esperar os outros três
E a gente quem sabe de repente
Coma junto um pão francês...
Minha pena é que meu pão
Sempre cai
Com a manteiga
Pro chão
Rob Azevedo
domingo, 21 de setembro de 2008
Em Teus Seios
______Em Teus Seios______
Em teus seios quero abrigo
Conforto
Delírio
Em teus seios eu quero
Um campo
De lírios
Quero aconchego
Consolo
Brinquedo
De um homem
Menino
Quero o lenço
Que enxugue
Meu pranto
E o motivo
Que abra
Meu riso
Eu teus seios eu quero
Minha morada
Minha praia
Meu travesseiro
Quero o silêncio
O sono
E o canto
Em meus ouvidos
Me embalando
Em teus braços
Quero encontrar o mundo
Pintado
Nas cores
Do arco-íris
Quero a paz
E o chão
Ouvindo
Teu coração
Quero o Sol
E a Lua cheia
Lado a lado
Eu mergulhado
No vão
Desse eclipse
Lunar
Amamentado
Amado
E apaixonado
Rob Azevedo
sábado, 20 de setembro de 2008
Como os Homens do Deserto
Como os Homens do Deserto
Aquele que sobreviveu dos cactos espinhosos
E dos lagartos
E cobras venenosas
Aquele que disse adeus
À sombra
E só teve a companhia
Do Sol escaldante
Aquele que só viu no horizonte
Areias e dunas
Aquele que foi espreitado
Pelas aves de rapina
E matilhas de lobos, hienas e coiotes
O esperando
Tornar-se carniça
Aquele que pediu a morte
Sendo a misericordiosa sorte
De quem peregrina perdido
Em tão estéril deserto
Aquele que lambeu no lodo
Gotículas de água
E fritou ovos
De abutres nas pedras
Rubras de calor pelo Sol
Para que tivesse almoço
Aquele que peregrinou
Solitário
Sem Sul nem Norte
Morto-vivo
Em pele e osso
Em busca d`algum oásis
Em toda parte
E nada encontrou
Conheceu todo o deserto...
Um dia chegou
Ainda lhe correndo nas veias o sangue
O coração palpitante
Numa tenda de nômades
Tinham comida e água
Um caminho a seguir
Um Norte e um Sul
E riram
Do peregrino
Pois havia se tornado Mestre
Das areias
Dos cactos espinhosos
Das cobras e lagartos
Das gotículas de água
Escorrendo em filetes
Entre as pedras
Cobertas de lodo
Havia se tornado Mestre
Das aves de rapina
Dos coiotes e lobos
Havia se tornado Mestre
Da vida e da morte
Peregrinando
Sem Sul nem Norte
Entregue à própria sorte
O abandonaram por fim
E seguiram seus caminhos
Não dando ouvidos aos seus conselhos
Para que não caíssem
Nas ciladas do deserto
Abandonado
Seguiu sozinho seu caminho
Levando um pão
E um alforje
Com um bocado de água
Os nômades
Morreram perdidos no deserto
Porque só eram mestres
Da fartura
Da boa sorte
Seguindo tendo
Um Sul e um Norte
Logo foram
Enganados por miragens
O peregrino solitário
Mestre da vida e da morte
Mostrou-se mais forte
Do que a ilusão que engana
No desterro do deserto
E encontrou um oásis
Salvou-se e teve
Longa vida
Lembrando um dia
Daqueles nômades
Que riram dele
E morreram
Sem pão nem água
Perdidos no deserto
Enganados por miragens
Rob Azevedo
O AMOR III
O AMOR III
O RISO E O GEMIDO...
O SENTIDO E O SUSPIRO
O definido e o indefinido
O abrigo no infinito
O exato e o ambíguo
O delírio
Entre o desatino e o siso
Vagueando pelo corpo
Transpassando o Bojador
Além do umbigo
A dor
O frio
O calor
E o êxtase
Do gozo
O freio
E o arremesso
O retorno ao começo
A pedra
E o rio
O vento
E o lírio
O que não se compreende
Tão somente se sente
O AMOR...
Rob Azevedo
De Repente, Não Mais Que de Repente... A Descoberta de Um Poeta!
De Repente, Não Mais Que de Repente...
A Descoberta de Um Poeta!
Descobri que todas poesias que escrevo
São pra mim mesmo!
O Amor é do jeito que quero
A mulher como desejo
Sempre tem
Uma goiabada e um queijo
E tudo é tão...
Perfeito!
Numa dessas
Levei um soco no queixo!
A verdade não é
Nada como escrevo
Em meus versos...
O Amor não é do jeito que quero
Tampouco a mulher
Como desejo
Entre a realidade
E o devaneio
Há uma distância tão grande
Que só indo de trem
Então pra quem
Escrevo meus versos
Senão pra mim mesmo?
Embora nem eu
- Confesso -
Seja eu mesmo
Em meus versos...
É sempre tudo
Bem do jeito que quero
O Amor e a mulher
Como desejo
E eu um Narciso
Mirando-se no espelho
Caso contrário
Em frente e verso
Creio
Levantariam os cabelos!
Tudo o que escrevo
Descobri:
É pra mim mesmo!
Um afago no ego
Dos meus devaneios
Rob Azevedo
Annellise
___Annellise___
Annellise
Esse é um daqueles meus poemas
Dedicados a você
Que você nem vai ler...
Igual daquela vez
E daquela outra mais
E outra e outra...
Escrevi todo de alma e coração
Mergulhado
Em meus versos
Não deu em nada...
Naquela tremenda expectativa
De ser aprovado
E te emocionar
Floreando nosso amor
Entreguei em suas mãos
As folhas
Que os continham
Você leu com ares de descaso
Uma ou duas estrofes
Depois pôs meus escritos
Em cima duma mesa qualquer
Por perto
Se virou
E foi fazer suas coisas
Decepcionado, sem graça
Eu não disse nada...
Só quatro dias depois
Te perguntei
Se havia os lido...
Você nem se lembrava mais...
E as folhas haviam desaparecido!
Annellise
Cansei
Mas estou tentando mais uma vez
Escrever algo que você leia
Nem espero que goste
Pode achar o que quiser
Mas que ao menos leia inteiro meus escritos
Dedicados a você
Sem ter no rosto
Uma expressão tão notável
De descaso...
Por favor não pare no meio
Indo sei lá aonde
Fazer outra coisa qualquer
Sei que poesia não é a sua praia
Seu gosto é psicologia
E filosofia
Nesse seu jeito
Racional de ser
Sensato
Pé no chão
Parecendo até
Por vezes fria
Mas por mim
Faz um esforço
Leia ao menos
Um poema inteiro
Desses
Que dedico a você
E sem aquele ar de descaso no semblante...
Por favor!
Ah!
Ao final da leitura
Diga algo!
Nem precisa ser que me agrade
Apenas expresse o que sentiu
Ao ler meus versos
Annellise
Por favor!
Ou vou fazer eternamente
Poesias pra empregada
Pra vizinha
Pra vendedora do shopping
Pra alguma amiga qualquer
Pra nossa cadela
Vira-lata
Menos pra você!
E são tantos que gostam dos meus escritos...
Julgam-me mesmo um grande poeta
E me cobrem de elogios...
Pena você
Meu Amor
Não estar
Entre os fãs que conquistei...
É o mais triste lamento
Que um poeta
Pode ter...
Essa poesia
Não farei como as outras
Entregando-as em suas mãos...
Vou lançá-la ao vento
Se acaso
Meus versos
Chegarem aos seus olhos
E sentimento
Por favor, te peço
Não me deixe
Continuar a padecer
O mais triste lamento
Que um poeta
Pode ter
Rob Azevedo
Adeus às Quimeras
Adeus às Quimeras
Adeus àqueles amores
Tão grandes
Do tamanho do infinito
Adeus àquelas mulheres
Tão perfeitas
Que pareciam flores
Adeus à beleza
De princesa
E majestade
De rainha
Adeus à nobreza incólume
De caráter
Revestido de pureza
Adeus a toda mania de grandeza
No amor que sinto
Dando a ele
Ares de realeza
Adeus a todos adjetivos
Superlativos absolutos
Adeus àquele dito:
Sem ela
A morte prefiro!
Adeus ao ideal romântico
Posto em pedestal
Adeus ao amorzinho
Em poema tão engrandecido
Que parece gente grande
Sem ser mesquinho
Adeus toda essa perfeição
Mãe de tanta desilusão...
Adeus às asas
Da minha imaginação...
Adeus aos meus vôos
De Ícaro...
Adeus ao meu despencar
Despedaçando-me no chão...
Quero um amor
Comum
Desses que se encontra nas esquinas
Do dia a dia
Não aquele que se levanta do túmulo
De Julieta...
Quero uma mulher
Companheira
Normal
Dessas que de fato
Existem
Não aquelas criadas
Pelo lirismo embriagado
Dos poetas
Quero o que há
Nesse mundo
Imperfeito
De seres imperfeitos
O bem e o mal
O belo e o feio
O delicado e o rude
O grande e o pequeno
O que é visto
Amiúde
Apenas um amor
Comum
Uma companheira
Normal
Com seus defeitos
- Desde que não sejam muitos -
E sem ter beleza igual
A de Afrodite
- Desde que não assuste
o Diabo e o adoente –
Apenas um amor
Sem aquela história
De eternidade
E dimensão de grandeza
Ufana
Apenas um amor que dure
Enquanto houver que durar
E um dia acabe
No entanto a vida é pequena
Havendo a possibilidade
De o levar
À decrepitude
E fim
Que eu o leve
Mas sem ilusões
E floreios
Onde não há flores
Somente espinhos
Nem tantas dores
Rancores
E mil cores
Apenas um amor comum
Que não faça mal demais a mim
Nem eu a ele
De certo
Um amor feito de lágrima e riso
Acerto e engano
Ferimento e cura
Loucura e siso
Apenas um amor normal
Que se dê para vivê-lo
E no final
Posto na balança
O resultado
Seja favorável
Desejo apenas
O que existe
E é alcançável
Só isso
E mais nada...
Rob Azevedo
Coisinhas Básicas do Dia a Dia
Coisinhas Básicas do Dia a Dia
Eu aqui escrevendo poesias
Ela na cozinha
Preparando o almoço
No fogão
Bah! Não é nada disso!
Essa não é uma poesia machista
De um cara se gabando de sua mulher-empregada...
Longe disso!
Sou pelas mulheres
E pela igualdade em tudo...
Essa poesia
É tão somente
Das coisas do dia a dia
No viver de cada um
A comidinha do Meu Bem
É a melhor que tem!
A comidinha do Meu Amor
De todas é a melhor!
É a única
Que alimenta meu corpo e minha alma
E tem um gosto
Sem igual
O gosto de nós dois
Um ao outro se querendo
De manhazinha
Fui à feira
E ao supermercado
Dei uma passada pelas bancas de jornal
Li as manchetes
Eu de bermuda
Camisa de malha
E chinelos
Pegando um pouquinho de Sol
Que se abria timidamente no céu nublado
Voltei pra casa
Carregado de sacolas...
Frutas, verduras e legumes
Tudo o que é saudável
Não faltou
Mais umas coisinhas
Só pro Meu Amor
O que ela mais gosta
E não vive sem
Parecem um eterno desejo
De mulher grávida
Sem o ser
No caminho
Eu cumprimentando conhecidos
E vizinhos
Parando um instantinho
Pra conversar de futebol
Em casa depois
Eu afagando nosso cão
No quintal
Pegando mais um pouquinho de Sol
Um cão misturado
Meio de raça
Meio vira-lata
E fui então fazer a barba...
Retirando-me a seguir
Ao nosso quarto
Achando-me bonito
Achando-me o tal
Logo mais é a vez do Meu Amor...
Depois do almoço
E da sesta curtindo aquela moleza
Nos dias de sábado como hoje
Ela sempre vai ao salão de beleza
E faz compras nos shoppings
De roupas e acessórios
Depois experimenta tudo no quarto
Olhando-se no espelho
Julgando-se uma princesa...
E eu assino embaixo!
Fim de tarde
Damos umas voltas pela cidade
Bebemos umas cervejas
No meio da noite
Depois de toda aquela produção
De horas e horas
Saímos novamente
Vamos a algum restaurante
Bem seleto e elegante
Com música ao vivo
E pista dançante
Voltando pra casa
Já pelas três e meia da madrugada
Ah...
Vamos dormir juntinhos
Sem pregar os olhos
Até o nascer do Sol...
Esse é um dia de sábado
Habitual
Em nossas vidas
Sem nenhum programa
Mais sofisticado
Fora do script
E agora
Iniciando a tarde
Quase uma hora
Estou aqui
Em nosso quarto
Ouvindo músicas baixinho,
Escrevendo essa poesia
E sentindo
O cheiro da comidinha
Do Meu Amor
Que ela prepara lá na cozinha
Só pra mim
Só pra nós dois
Ah! Que delícia!
Que fome me dá!
Comidinha igual a do Meu Amor
Melhor não há!
Rob Azevedo
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
O Mestre Alquimista II
O Mestre Alquimista II
Todo verdadeiro Mestre
Não o é a todo momento
Há horas em que é Mestre
E noutras discípulo
Assim pode ocorrer
Diante qualquer um
Transmutando-se de Mestre a discípulo
E vice-versa
De acordo com cada ocasião
De todos pode colher o saber
Desde os grandes aos pequenos
E está sempre aberto
Para essa colheita
A humildade o reveste
Quando se reverte de Mestre a discípulo
E a autoridade está em si quando é Mestre
Essa a qual sabe impô-la
Sem intimidar-se
Cada momento distingue
Imparcialmente
Diante todos
À luz
De sua sapiência
Rob Azevedo
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Frases de Escravos
Frases de Escravos
"Torna-se escravo o senhor que teme aqueles a quem governa."
(Publílio Siro)
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"Tu és escravo, enquanto desejas alimentos abundantes de outrem. É melhor comeres teu pão, que serás livre. "
(William Langland)
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"Todos nós somos, mais ou menos, escravos da opinião pública."
(William Hazlitt)
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"Ter escravos não é nada, mas o que se torna intolerável é ter escravos chamando-lhes cidadãos."
(Denis Diderot)
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"Sou escravo pelos meus vícios e livre pelos meus remorsos."
(Jean-Jacques Rousseau)
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"Sou escravo do dever por amor à liberdade."
(Cícero)
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"Sempre será escravo quem não souber aproveitar o pouco."
(Horácio)
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"Se há escravos por natureza, é porque os há contra a natureza; a força formou os primeiros, e a covardia os perpetuou. "
(Jean-Jacques Rousseau)
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"Queres deixar de pertencer ao número dos escravos? Rompe tuas correntes e elimina de ti todo temor e todo despeito. "
(Epiteto)
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"Quase todos os homens são escravos pelo mesmo motivo a que os Espartanos atribuíam a servidão dos Persas: a não saberem pronunciar a palavra não."
(Nicolas Chamfort)
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"Para que possamos ser livres, somos escravos das leis."
(Cícero)
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"Os piores escravos são aqueles que estão servindo constantemente as suas paixões."
(Diógenes de Sínope)
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"Nunca seja um escravo dos padrões que plantaram em você."
(Augusto Cury)
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"Ninguém é mais escravo do que aquele que se considera livre sem o ser. "
(Johan Wolfgang Von Goethe)
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"Não seja escravo do passado - mergulhe em mares grandiosos, vá bem fundo e nade até bem longe; você voltará com respeito por si mesmo, como um novo vigor, com uma experiência a mais, que vai explicar a anterior e superá-la. "
(Ralph Waldo Emerson)
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"Não é livre quem é escravo do seu corpo."
(Sêneca)
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"Não andes entre aqueles de quem ainda podes tornar-te escravo. "
(Spartianus)
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"Fugi do país onde um só exerce todos os poderes: é um país de escravos. "
(Simón Bolívar)
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"Escravo é aquele que não pode dizer o que pensa."
(Eurípedes)
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"É um escravo. Mas talvez livre de espírito. É um escravo. Isso fará mal a ele? Aponta alguém que não o seja. Um é escravo do prazer, outro, da avareza, outro, da ambição, todos, do medo."
(Sêneca)
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"É escravo de seu povo todo homem útil à pátria."
(Publílio Siro)
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"É aos escravos, e não aos homens livres, que se dá um prêmio para os recompensar por se terem comportado bem."
(Baruch Spinoza)
LIBERTEM-SE DA ESCRAVIDÃO, QUALQUER QUE SEJA!!!
Discussões Equivocadas
Discussões Equivocadas
Um rapaz esteve diante a Nietzsche
E discutiu com ele
Filosofia
Uma mulher esteve diante a Salvador Dalí
E discutiu com ele
Pintura Surrealista
Um senhor esteve diante a Michelangelo
E discutiu com ele
Sobre esculturas
Um outro rapaz esteve diante a Mozart
E discutiu com ele
Música Clássica
Uma outra mulher esteve diante a Gabriel Garcia Márquez
E discutiu com ele
As técnicas
Para escrever romances
Um outro senhor esteve diante a Shakespeare
E discutiu com ele
Poesia e Arte Dramática...
Ah! Antes houvessem permanecido calados
Apenas ouvissem
E aprendessem
Assim teriam se poupados
De terem sido vistos
Como asnos
Rob Azevedo
O Mestre Alquimista
O Mestre Alquimista
O verdadeiro Mestre é aquele
Que expõe suas idéias
Diante quaisquer sejam
Sem que jamais se intimide
Impondo autoridade
Reconhecida adiante
Autoridade...
Todo verdadeiro Mestre a tem
É esta peculiaridade
Que o caracteriza
Porque é ela
Que revela a certeza
Na exatidão das palavras
De quem as diz
Se não é firme em sua palestra
Há detrás dela
Pairando a dúvida
Logo não é confiável
Todo Mestre
Tem a convicção
De que o é
Ainda que não abra mão
De ser sempre também
Discípulo
Daqueles que sejam dignos
De lhe repassar o saber
Há que se separar o joio do trigo
Pois nem todas as coisas são boas
E o Mestre
Sabe separá-las
Sabe quando é
Mestre
E quando
É discípulo
Sabe quando
Sua autoridade se impõe
E quando descansa
Nunca lhe falta, no entanto
A certeza
Ao discernir um momento do outro
E transformar
Chumbo em ouro
Rob Azevedo
Incompreensão
Incompreensão
Das coisas que digo
Os lastros
Que estas têm
São somente
Diante a mim
Porque apenas eu
Me conheço
E sei quem sou
Outros não me entendem
Bem comumente
Um dito
Compreendido invertido
É um dedo abaixo do umbigo
De quem não o quer
Ficam de cabelo em pé
Se irritam
E reclamam
O incompreendido
É visto
Como um ser maldito
Alguém no passado
Se disse o Rei dos Reis
Incomodou aos imperadores
Que o crucificaram
Incompreensão
Mal inerente a quem diz
Coisas que ninguém ousa...
Se o diz é porque sabe
Que o mundo é daqueles que ousam
Mudá-lo através do que dizem...
E os dizeres habituais
Que descansem em paz
No jazigo dos temerosos
Tíbios na convicção
Por suas palavras
Então
Sempre iguais
Rob Azevedo
Tudo no Mundo é Relativo
Tudo no Mundo é Relativo
O maior diante alguns
É o menor perante outros
Muitos
São poucos
O doce
É azedo
O bom
É mau
O bem
É mal...
Tudo é relativo
Nada absoluto...
A inteligência
É ignorância
A convergência
É divergência
O forte
É fraco
O ótimo
É péssimo
A curva
É reta
Nada é absoluto
Tudo é relativo...
O amor
É ódio
O concreto
Abstrato
O certo
Errado
Tudo depende
Do ponto de vista
Calcado em cada referência...
A santidade
É pecado
O profano
Sagrado
O belo
Feio
A liberdade
É cárcere
A lei
Desordem
O além
Aquém
A lucidez
Loucura
O infinito
Ínfimo
O de todos
Íntimo
Nada é absoluto
Tudo é relativo
Meu saber sabido
Burrice
Nalgum outro lado do mundo
Rob Azevedo
domingo, 14 de setembro de 2008
Lance ao Vento
Lance ao Vento
Com meu ex marido foi assim
Com o outro fulano foi desse jeito
Com num sei mais quem
Deu tudo errado...
Meu coração todo despedaçado
Tanto aturou
Que se convenceu:
Antes só do que mal acompanhado!
Mas eu te pergunto
Por que eu
Hei de ser o culpado?
O que tudo pago
Até os pecados dos outros?!
Mas que ladainha!
Pra que tanta justificativa
Explicação
Teses concebidas
Nos porões
Da frustração!
Tudo não é senão
Covardia
E acomodação
Racionalização
De quem abriu mão da luta
Eu também
Já quebrei a cara
Meu vizinho idem
Minha mãe
Meu pai
Meu irmão
A patroa
Do português que vende pão
Na verdade
Todo mundo que conheço
Já quebrou a cara
A vida é mesmo malcriada!
Embestada e pragmática
Nos roga até pragas!
Mas a cara já está mesmo quebrada
E o coração despedaçado
E aquele velho ditado:
Antes só do que mal acompanhado
Revelado
Como um engodo consolador
Para os acovardados
Então
Que se f...
Finde!
Tão logo toda essa ladainha
Que me abomina...
De explicações
Teses
E racionalizações
Por tanto medo
Enraizado em tuas entranhas...
São águas passadas
Vivencias a serem lançadas
Ao vento
Para que ele as leve
E nada mais te pese
Esvazie tua xícara de chá
Para que eu a encha
Do Amor que há
Contido em meu bule
Se vir amargo
Beberemos juntos
Se for demais azedo
Cuspiremos
E o esqueceremos
Assim estaremos
Libertos mais uma vez
Para vivermos
O que der e vier
E não tão somente
Relembrarmos – num loop infinito de flash backs
Tudo o que foi
Tristeza e lamento
Rob Azevedo
Calar-se
Calar-se
Consentindo se calam
Aqueles que amam
Dando voz ao silêncio
Que fala mais alto
E clama
Pela união de lábios
Como mãos juntas que rezam
Rob Azevedo
Amor Melindroso
Amor Melindroso
Se me queres
Me digas
Não sou adivinho
Se não queres o vinho
Que te oferto em minha mesa
Que o recuse
Não carece polidez ou destreza
Nas palavras
Ou qualquer que seja
Impressão de grandeza
Na dor
Que há de me causar
Nada já me fere
Tudo me conforma
A ver-me a cada dia mais
Revestido por uma casca bem grossa
Se me queres
No entanto
Que o digas
Não carece
Sussurrar em meu ouvido
Em voz lânguida
As vestes já despindo
Pois o Amor não é nada disso
- Fugacidade, um fechar de olhos e consentir o desejo de uma noite de verão –
Mas a razão
Do gosto que tomamos
Por tantas horas
Que juntos passamos
E aquela saudade
Que vem ligeira e arde
Quando a pessoa amada
Parte
É toda aquela afetação
Tremenda
Por um pequeno
Desentendimento
O abalo trágico no ânimo
Quando com outro qualquer
Houvesse sido
Deitaríamos na cama
E dormiríamos tranqüilos
É o devaneio
Nos perseguindo todas as noites
Manhãs e tardes vazias
Imaginando fantasias
Com um outro alguém
O Amor de começo
É termos segredos
Inconfessáveis
Por timidez e receio
Dizendo tudo pela metade
Deixando no ar
Sempre um quê de mistério
Nunca um sim taxativo
Jamais um não exclusivo
É tudo velado...
Abstrato...
Melindroso...
É um caminhar
Pisando em ovos...
É termos para cada ato ou coisa dita
Uma desculpa
“Camuflante”, que remedia
É um passo pra frente
Outro pra trás
É nos equilibrarmos
Em cima do muro
Cozinhando tudo
Em banho Maria
O Amor no começo
É tão cheio de melindres
Como se fora uma criança
Numa loja de brinquedos
Cobiçando pegar para si
Sem que ninguém veja
Algum deles
O que mais deseje
Tanto melindre é contagioso
E o par amando
Esconde um do outro
Talvez por anos
Tudo o que sente
Ah! Quero dizer adeus
Aos meus verdes que jogo
Para colher maduro!
Quero dizer adeus
À roupagem com que visto verdades
Para que tenham ares de brincadeira
E não me compliquem
Se houver dito besteira
Quero a certeza
De saber querer
Tudo o que tu queres...
Para que nada mais eu camufle
Para que no medo eu não me abrigue
E sobretudo
Dele te desabrigue
Não te melindre
Haverá uma morada melhor
Para ti em meu coração
Do meu destino o pior
Será um não
E eu seguindo pela contramão
Do meu sentir
Mas viverei
Revestido de uma casca ainda mais grossa
Dessa que já tenho
Sem que essa armadura valorosa
Me impeça
De confessar o que sinto
Porque aprendi:
A pior saudade
É pelo Amor
Não vivido
Sabendo lá no íntimo
Que poderia ter sido
Dentre todos
O sonho mais bonito
Rob Azevedo
Carta Aos Ministros da Eucaristia
Meu poema a seguir é especialmente dedicado a todos aqueles que leram minha série de poemas versando - sob uma outra ótica - sobre a história de Cristo e Maria Madalena e foram contra os mesmos, julgando-os blasfemias, coisas impróprias, etc.
Um recado: Não escrevo absolutamente nada contra Deus e a figura de Cristo e tudo concernente, mas sim tão somente contra DOGMAS E DITAMES ARCAICOS QUE NOS IMPÕEM OS HOMENS - MOVIDOS POR INTERESSES ESCUSOS - DIZENDO SER A VOZ DE DEUS.
_Carta aos Ministros da Eucaristia_
Vós, ó Ministros, julgar-me-ão?
E as palavras de Cristo:
"Não julgue para não ser julgado?"
De que valem?
E o exemplo Dele de vida
Aberta a todos
Sem preconceitos
Sem barreiras restritivas...
Deus é Deus de todos
Gregos e troianos
Não exclusivo
De um círculo qualquer
Em detrimento de outros
Deus também é meu
- O meu Deus –
Assim como é teu
Deus é de todos nós
Das prostitutas
Como dos bêbados
E mesmo daqueles
Que um dia perseguiram a Cristo e seus seguidores
Como o fez Paulo de Tarso
Convertido adiante
Num de seus mais proeminentes arautos
Deus é de todos!
Não uma mercadoria
Posse unicamente de quem possa comprá-la
Deus é dos soldados
Entrincheirados no lado de cá do campo de batalha
Assim como
Daqueles que metralhadoras nos disparam
Entrincheirados em valas
Do outro lado
Deus é dos cegos
E daqueles que vêem
Deus é do Oriente
Do Ocidente e da Ásia
Deus é daqueles que pensam
De acordo com o que vós pensais
E também de nós
Que pensamos diferente
Por não sermos iguais
A vós, ó Ministros da Eucaristia!
Não somos melhores
Tampouco piores
Somos
Todos filhos de Deus!
Esse Deus soberbo que é meu
Teu
Dele
Dela
De todo aquele que queira
E creia
Como eu creio
Guardai as tradições
Detentoras de dois milênios
São os alicerces da nossa fé
Mas, por Deus, guardai também
As lições
Que aprendemos ao longo dos séculos
Advindas da intolerância religiosa,
Das opressões oriundas de dogmas,
Da probidade de credo
E do cerceamento da liberdade do pensar
De acordo com o livre arbítrio de cada um
Assim queimai na fogueira
Todos os preceitos
Da fogueira Inquisitória!
E permitam que dêem as mãos
Israelitas
Libaneses
E árabes em geral
Pois a lei de Deus
E do Messias Salvador
É a comunhão
No amor
Não importando àqueles que comungam
- Se em verdade o fazem -
O que pensam
O que professam espiritualmente
Como vivem
Em que acreditam
E no que não crêem
Se estão de acordo
Com a alínea A
Ou a alínea B
Deus é de todos
Daqueles que aceitam na íntegra
Escritos antigos em pergaminhos
Como daqueles que os recusam
Ou somente os aceitam
Parcialmente
Deus também é daquele
Que escreve novos pergaminhos
De acordo com o mudar dos tempos,
Do ser humano em si
A crença em Deus e tudo o que a rege
No que entendo
Não é peça empoeirada de antiquário
Nem monumento histórico tombado
Preservado eternamente
Desde o início
Tal qual foi concebido
Deus sim, é o Incriado!
O Imutável!
Mas somos nós quem mudamos
E um dia descobrimos
Que a Terra gira
Em torno do Sol
E não o contrário
De mudança em mudança
Descobrimos também
Que um dia estivemos errados
E agora, o que faremos?
Na fogueira Galileu Galilei foi queimado!
Tantos
Inocentemente pagaram...
Tantos pecados
Cometeram vós
Ó Ministros da Eucaristia!
Assim como muitos cometi
Muitos ele,
Ela
E todos nós cometemos...
Nos dizem pecadores
Mas saibam:
Vós sois tanto o quanto nós!
Que nos perdoemos mutuamente, no entanto
Pois o Messias um dia disse:
- Somos todos irmãos!
E quem O ama
Não fala mal de seus irmãos
Nem os julga
Vossos pecados
Ó irmãos Ministros da Eucaristia
Eu os perdôo
Que perdoem também
Tudo aquilo que em mim
Consideram pecado
Tudo o que tenho falado
Por vós discordado
Assim como tenho perdoado
Tudo pregado
Em suas reuniões
Que por mim não é aceito
Que tenhamos a grandeza de São Francisco
Para nos despojarmos de tudo
O que não seja tão somente
Deus
E peregrinando aos maltrapilhos
Em passos de sandálias
Mendigando pelos caminhos
Nos achegarmos humildes
Diante alguém como o Papa
Em seu colossal palácio
Assentado em trono de ouro
Ostentando em sua mão direita dogmas...
Que diante a nós de tudo despojados
Assim como um dia fez São Francisco
Ao Papa que o recebeu em sua Basílica portentosa
Que este alguém
Se envergonhe profundamente
E chore
Secretamente
Como um dia chorou
São Pedro
Após renegar seu Mestre
Lágrimas as almas lavarão
Ao compreenderem a verdade
E ainda haverá o perdão
De quem haverá de perguntá-los
Por três vezes:
- Tu me amas?
- Sim, eu o amo!
É a única resposta que importa
E a tudo apaga
Pois o Amor – bem além dos dogmas,
Preceitos, ditames, discordâncias –
É a Lei
Universal de Deus
Tanto para mim
Quanto para vós
Assim na diferença
Somos iguais
Perante o Pai
E assim como encerro
Todos meus versos
Os quais sei em verdade são orações
Em prece profiro
Preferindo que nos amemos:
Amém!
Rob Azevedo
Hoje à Noite
Hoje à Noite
- Letra de Música Bossa Nova -
Hoje à noite
Estaremos na Lapa
Leblon, Ipanema
E Baixo Gávea
Vamos também
À Barra
Hoje à noite
A surpresa nos aguarda
Atravessando a madrugada
O que há de vir virá...
Deus queira será
Noite de amor sagrada
Sob os arcos da Lapa
As luzes e olhares
O bondinho que passa
Ó Santa Teresa
Velai por nós
Pecadores
Garotos e garotas
Perdidos na noite
Do Rio
Sorrindo
E vamos indo
Viver a vida
Ver o que há de bom
No Leblon
O mar quebrando
A pedra Dois Irmãos
No bar
Uma
Canção
Ao coração que vaga
Em noite enluarada
Sem saber de nada
Procurando
Noutro coração a casa
Vamos indo
À Barra
À sombra dos arranha-céus
Seguindo a estrada...
São os olhos
Da pedra da Gávea
Que me olham
Mas aonde estão
Os seus?
Alvorecer à beira da praia
Na Barra
E uma canção
De amor
No violão
Uma boca espera
Outra boca
Antes que o Sol
Se levante
No horizonte
Num arrebol
Brilhante
Sobre o mar
Azul
Rob Azevedo
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