domingo, 19 de outubro de 2008

A República da Poesia




________ A República da Poesia ________






Penas em riste
Proclamam
A República da Poesia!

Bem longe do mundo triste
Sem versos, nem excessos
De lirismo e romantismo

Nas terras das trovas
Tudo são odes maravilhosas
Ao que de melhor existe
O Amor, a Saudade Doce
O Mar, as Rosas
O Sabiá, as Prosas
Entre corações enamorados...

A Música, o Canto
Os Encantos do Sol e da Lua
As Estrelas, o Pranto
Por paixões fugidias

Lá na República da Poesia
Tudo são flores
Em dias primaveris
São suspiros de amores
E mesmo espinhos e dores
Mas daquelas que valem a pena
E tornam a vida grande

No sarau a céu aberto
Com a fronte coroada por heras
Declamo meus versos
E vejo as antigas quimeras
A frente, cintilantes
Ao luar

A platéia me ouve
Concentrada, extasiada
São poetas alados
Malabaristas no teatro mágico
Vou recitando e aguardo
O momento final
Quando as palmas me aclamarão
Em glória triunfal

Declamando me arrebato aos céus
Sou um deus, sou Zeus
Incorporado da Arte Dramática
Em cada poro tomado
Levantando as mãos ao alto
O olhar ao léu
Enxergando distante
Na Acrópole
O Templo de Afrodite

É o Amor
Sagrado e Eterno
Em mim que me move
Levando-me além
Aonde ninguém
Pode ir sem o ter
Gravado na alma
E no coração

Mirando perdido as sendas
Da Via Láctea
Cerro enfim os olhos
Recitando meu último verso
E ponto final...

Chovem Lírios
Crisântemos
Rosas
Margaridas
Tulipas
Camélias
Açucenas
Gardênias
Hortênsias
Papoulas...

Chovem sobre mim as flores
De toda Babilônia!

E Palmas...

E Palmas...




Rob Azevedo












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