___________Nascer do Sol___________
Bem longe daqui
Encravado no cume das altas montanhas
Envoltas em nuvens
Eu vivo
Apartado do mundo
E suas tentadoras ilusões
Materiais e luxuriantes
Sou Bruxo
Minha casa rústica
De madeira e pedra
É bem no meio do mato
Floresta virgem
Ao acordar
Às quatro e meia
Com os primeiros raios solares
Iluminando o mundo
As névoas da serra se dissolvem
Lentamente
Desvendando as árvores silenciosas
Portentosas e sábias
Com cipós e trepadeiras descendo de seus galhos
Em cascatas
Enquanto o orvalho escorre
Sobre as folhagens
Escuto a cantoria dos galos
E pássaros
Brindando em algazarra
O dia que alvorece
O Sabiá é o Maestro-Cantor-Mor
Regendo a sinfonia matinal
Que agradece em festa
Mais um dia de existência
No seio da Natureza exuberante
Seu canto se destaca
Ouve-se bem claro
Soberano
De beleza e encanto
Divinal
O festival que celebra o nascer do Sol
Dura pouco
Às cinco e dez
Os galos e pássaros
Começam a silenciar
Até que se calam
E aquele momento mágico
Se foi
Cerrando as cortinas do impagável espetáculo
Até o amanhecer seguinte
Quando ressurgirá
Espontaneamente
Sem que seja cobrado ingresso algum
A quem o assista
Ah! Aqueles lá de longe
Das montanhas onde vivo
Buscam as telas de TV
O cinema
Shows
Estádios lotados
Passatempos vários
E pagam...
Mas perdem o espetáculo maior
- Gratuito -
Que a Terra nos oferece
Que é o nascer do Sol
E todos animais da floresta
O celebrando religiosamente
Em oração musical
Num festival espiritual
Mágico, sinfônico
Que não dura mais
Do que quarenta minutos
Assim são os homens lá de longe
Dessas montanhas maravilhosas onde vivo
Em comunhão com a Natureza
Não bastasse
Haverem virado as costas para o Sol
A Lua
As Estrelas
Todos os Planetas
O Mar
Os Rios e Lagos
O Verde
Os Animais
Criaram estátuas de cerâmica
E as adoram
Como se estas coisas inanimadas
Criadas por mãos e mentes humanas, sim
Fossem os deuses da Terra
A tudo inverteram
Estranhamente
Conforme suas mentes confusas
Cegos
Não enxergando o óbvio saltitante aos seus olhos
Perverteram a Natureza
E deram asas aos homens
Em imagens profanas
E os chamaram de anjos
Em loucas criações
Quando anjos
Existem no dia a dia
E já de bem antes existiam
Com suas asas próprias
Naturais
Com as quais nasceram
Por Graça Divina
São os pássaros...
O Sabiá!
O Beija-Flor!
O Bem-Te-Vi!
E outros mais...
São Arcanjos, Serafins e Querubins
Ah! O quão são tolos os homens!
Os animais se apiedam deles
Celebrando a Grande Mãe
Natureza
E todos seus elementos
O Sábia me brinda
Com seu último canto matinal
Brindando o nascer do Sol
E silencia
Assim o faz
Todos demais pássaros
E os galos
São cinco e quinze
E me levanto da cama
Após minha oração
Junto com os cantores alados
Celebrando e agradecendo
O novo dia
Rob Azevedo
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Coração Noturno
Raul Seixas
Amanhece, amanhece, amanhece,
amanhece, amanhece o dia
Um leve toque de poesia
Com a certeza que a luz
que se derrama
nos traga um pouco, um pouco, um pouco de alegria !
A frieza do relógio
não compete com a quentura do meu coração
Coração que bate 4 por 4
sem lógica, sem lógica e sem nenhuma razão
Bom dia Sol !!!
Bom dia, dia !
Olha a fonte, olha os montes
Horizonte
Olha a luz que enxovalha e guia
A Lua se oferece ao dia
E eu, e eu guardo cada pedacinho de mim
prá mim mesmo
Rindo louco, louco, mais louco de euforia
Bom dia Sol !!!
Bom dia, dia !
Eu e o coração
Companheiros de absurdos no noturno
no soturno
No entanto, entretanto
e portanto...
Bom dia Sol !!!
Bom dia, Sol !
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