domingo, 5 de outubro de 2008
Os Vulgares
Os Vulgares
Os vulgares me olham
Com ares de estupor
Nos lugares que freqüento
São barrados na porta
Suas cabeças tortas
São teimosas
Feito as mulas
Os papagaios
Matraqueando sem que parem
Não escutam
Nem a bomba quando explode
Só despencam na real
E se mancam
Quando levam murro
Ah! Vidas passadas de mulas!
Só andam a base de chibatadas no lombo
Somente comem o capim
À margem das estradas
Ah! Coitadas dessas criancinhas!
Sem brinquedos para brincar
Seus olhos cobiçosos
Desejam os meus tão bonitos
Tão intrometidas!
E sempre inculcadas
Sem saberem o quão são vulgares
Seus dizeres
E olhares
Que me lançam de soslaio
Darei de novo as cartas do baralho
E direi que não tenho trocados
Para dar de caridade
Aos vulgares
Que catam migalhas
De pão velho
Maltrapilhos e farroupilhas
Vestem-se de retalhos
Recolhidos do lixo
Proclamando que é um luxo
Sem saberem o quanto
São esdrúxulos
Ah! Desses vulgares eu fujo!
Antes que me contaminem
Com a vulgaridade pegajosa
Asquerosa
Andrajosa
Horrorosa!
Ah! Meu Deus!
Tudo são metáforas
De modo algum falo dos pobres
Sem posses materiais
Mas sim daqueles
Ícones do mau gosto e boçais
De poucas faculdades intelectuais
Rob Azevedo
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