quarta-feira, 15 de outubro de 2008

No Cais do Porto Desilusão




______ No Cais do Porto Desilusão ______







Sou aquele que não morreu
Quando lhe disse adeus
Mas sofreu e sofreu e sofreu...

Sou o morto-vivo sem velório nem flor
Sem enterro, só dor
Sou o Amor
Que não vingou

Sou o pranto que não secou
O queixume que não se calou

Sou a esperança que definhou
Ainda verde
E a criança que amadureceu

Sou o depois do Sol
Que se põe
A sombra da escuridão
Num cálice bebida
Com champagne

Sou a paixão
Mal resolvida
Com a ida
Da querida
Que sempre quis
Pra mim

Sou aquele infeliz
Que vaga
Em noite enluarada
Declamando trovas
À amada
Que se foi

Sou o sopro do vento
Que bate na porta
De quem foi embora
Com saudade que não lhe importa
E o lamento
Por tudo o que não volta
Nas linhas tortas
Da minha vida
Nunca certa
Nem escrita
Por Deus

Sou o lenço
Encharcado de lágrimas
Na despedida
Acenando adeus
No cais do Porto
Desilusão



Rob Azevedo











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