sábado, 30 de agosto de 2008

Remissão




Remissão



Se eu quem parti
Teu sentir
Juntarei os pedaços do teu coração
E farei deles
Minha oração!

Se eu quem cometi
O que me redime teu perdão
Despir-me-ei das roupas
Do orgulho
Para que me vejas dele nu
Suplicando redenção

Se eu quem me inundei
Da falta de humildade
Ajoelhar-me-ei diante ti
Clamando piedade

Se eu quem te perdi
Nas trevas da maldade
Vagarei por toda a eternidade
Morto de saudade

Se eu quem não disse
O que havia ter dito
Confessando amor aflito
Tão grande que te escandalizes
Deixarei que minha pena deslize
Ofertando a ti
O arrependimento dos meus versos

Se eu quem murchei
As rosas que me deste
Outras colherei
Que te adornem o leito
Aonde um dia, Deus queira
Ao teu lado amanhecerei

Se eu sei que errei
E contrito juro que hei
Estancar o mal que ofertei
Perdoa-me se te magoei
Permitindo que te mostre
A verdade que não morde
Teu corpo acolhe
O rancor sacode
Até que acorde
De amor tão forte
Mais cheia que a Lua
Feliz por causa tua
Ao ver-te amanhecer
Extenuada de prazer
Junto a quem te pede
A clemência que concede
Grandeza a quem a oferte

Ao beijar-te os lábios, perdoado
Que eu reze
Juntando os pedaços
Do teu coração
Fazendo deles
Minha oração



Rob Azevedo





Um comentário:

Anônimo disse...

Rob,
Que você continue a escrever esses versos "per seculum seculorum", porque seu dom é indiscutível e sua poesia é perfeita sintonia que manténs com o divino que exite dentro de você.
minha admiração,
Karla Julia