quinta-feira, 28 de agosto de 2008

CENSURA




CENSURA



Não me imponha a vergonha!
Porque nunca me envergonharei da beleza do meu corpo
Se um dia posei de modelo
Para a escultura que os gregos
Fizeram do deus Apolo

Não me imponha o complexo
Com a nudez do meu sexo
Diga suas coisas sem nexo
E deite você
No divã do analista!

Discuta com o sexólogo
Seus traumas controversos
Enquanto converso
Com meus versos

Para o verdadeiro artista
O belo é excelso
Jamais castigado
Vestido e dito pecado

Não confunda as coisas
A Arte é bela
A pornografia vil mazela

Não dê uma de trouxa
Indo à capela Cistina
E tapando com panos negros
As pinturas de Michelangelo
Retratando
O nu humano
Na criação do mundo

Nem se enrubesça
Com a obra prima de Renoir
Ao pintar suas musas
Nuas
Banhando-se num lago

Volte ao analista
Faça mais uma consulta
Mas não me endoideça
Pois sou artista
E sei que a Arte
Não se censura



Rob Azevedo







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