sexta-feira, 15 de agosto de 2008

No Teu Colo




No Teu Colo




Eu, homem
Defronte você
Sou menino
Querendo abrigo
No teu colo

Indefeso, perdido
Choro ouvindo
As batidas
Do teu coração

Silencio o soluço
Tremo
Devagar me acalmo
Fecho os olhos
Ao canto
De uma canção
De ninar

Amar
É navegar em mar
De contentamento...

Menino, enxugue teu pranto
Passou o tormento
O Sol amanhece
Dourado a brilhar

Passa o dia e anoitece
De mãos dadas comigo
Será doce
Teu caminhar
Colhendo
Estrelas
Ao luar


Secou o pranto
Ao canto
De uma canção
De ninar

Sereno adormeço
Aninhado no seio
Entrelaçado nos braços
Da menina mulher
Que Deus queira
Mereço

O Amor baila
Magnífico no ar
Transmutando o inverno
Em primavera
Aonde floresce
No jardim
A flor
Mais bela
De um Jasmim

Sonhando desperto
Adentrando no Templo de Eros
Cresço
Num suspiro uníssono
Com a lua
Menina crescente
Endoideço
Brindando
O cálice transbordante
Do Amor
Toque de Midas
Que me torna
Homem feito

O orvalho das manhãs
Que atravessaram em suspiros a noite
Escorre
Sobre dois corpos
Encharcados
Lado a lado

De menino
Indefeso, perdido
Choramingando
Ao longo do caminho
Sou homem feito
Feliz, sorrindo
Com a lua
Outrora
Menina crescente
Agora
Mulher cheia
De Amor
Gratificante

Dá-me teu colo
Mais uma vez
Ó flor que eclipsa
A luz da aurora
E cante
Como antes
Uma canção
De ninar




Rob Azevedo







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