domingo, 31 de agosto de 2008

Gioconda




Gioconda



Ó, Gioconda!
D`onde me vem tantos versos
Tão perfeitos e belos?
Senão outra resposta:

Estou incorporado dos espíritos
De dez mil poetas!

Com eles converso
No silêncio de um bosque ermo
Possesso de inspiração
Na overdose da criação

Psicografo o que me dizem
Sussurrando em meus ouvidos
Cânticos antigos
Perdidos na noite dos tempos
Daqueles que repousam agora
No monte Olimpo

Ó, bela senhora!
Por que me fechaste a porta?
- Não é nada, cousa alguma me pára -
Incorporado dos espíritos
De dez mil poetas
Que agora jazem em lousas
Derrubarei vosso castelo
Como se fora o sopro do vento
Curvando frágeis lírios

Cessarão assim os rios
De lágrimas que dos meus olhos derivam
Abrigar-te-ei em meus braços
Tomando-te os lábios
Possuindo teu corpo
Esculpindo-o em alabastro

A flâmula do gozo
Que ascenderá por cada vértebra tua
Serpenteando
Enquanto estremece
Será o laço de ouro
E o brilho da Lua
A nos unir um ao outro

Adeus, meus olhos baços!
Terei então minha Ambrósia
De volta
Mais apaixonada
Do que nunca



Rob Azevedo







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