domingo, 31 de agosto de 2008

Alma Penada




Alma Penada



Uma sombra me ronda
Uma alma penada me atormenta
Uma nau à deriva
Atravessa a tormenta
O Diabo zomba
Da encrenca
Lá na treva funda
Aonde em seu trono assenta

Despojado da minha sapiência
Por força da mulher que me tenta
Não compreendi o que havia além
Da reticência:

Falsa inocência!

E se foi o bem
Do meu vinho
Transformado em vinagre!

Nasceu no meio do caminho
Um cacto espinhoso
Em minha língua o gosto
Acre
Da morte

Destino nefasto, assombroso
O que um dia foi gozo
Metamorfoseou-se no negro
Das asas de um corvo

Ó, Deus, livrai-me do estorvo
De quem vive incorporada num porco!



Rob Azevedo








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