quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Nonsense Matinal ou Manhã Azarenta
Nonsense Matinal
Ou Manhã Azarenta
Café com pão
O pão
Cai no chão
Com a manteiga
Virada pra baixo
Encontro uma mosca
Varejeira azul
Boiando em meu café
Debatendo-se, coitada
Em vão
Pra não morrer afogada
Meu microcosmos
É tão trágico
Divago
Soltando
Baforada de cigarro
O leite
Virou coalhada
Fede
E tem gosto horrível
De coisa estragada
Irei aos Cafés
Do Rio de Janeiro
Beberei cerveja no gargalo
Jogarei bilhar
Farei uma fé
No jacaré
Cercando a milhar
Centena e dezena
O algoritmo
Co-seno
Tangente
E dízima periódica
Vai um
Desce dois
Pro quinto dos infernos
Já estamos no térreo
De frente
Pra Atlântica
O expresso Botafogo-Baixo Gávea
Atropela
Um puddle de madame
Que surta na calçada
Aos berros, descabelada
Minha poesia é insurgente
Contra a lógica inconsciente
Do lirismo métrico concebido
Nos versos que escrevi outrora
Reviro os bolsos
Da calça desbotada
E carteira
Procurando
Um real que seja
Resmungando com meus botões
Dou-me conta:
Fiz a conta equivocada
Volto pra casa
Ruminando
O nonsense do nada
Rob Azevedo
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