domingo, 25 de novembro de 2007

O Bosque das Ilusões Perdidas




O Bosque das Ilusões Perdidas



Fui morar aonde
O Vento faz a curva
A felicidade se esconde.
Meu pranto e a chuva
Vivem em voraz disputa
De quem rega mais
Ou mesmo inunda
Os campos
De minha solidão.
Amargura e lamento
Postos à mesa
Num farto banquete.
Sou o Senhor Desencanto
Respeite meu canto
Se aquiete
Acaso desconhece
O que é o Sofrer.
Padecer de dor que não se vê
É angústia tão cruel
Que peço em súplica ao Céu -
Venha depressa
A Noite
Sem Amanhecer.
Há um lugar mais triste
Que o abismo do Tártaro
- O Bosque das Ilusões Perdidas –
Dê graças a Zeus
De joelhos em prece
Não ser tua morada
Onde tenho minha casa
Com vista para os portões
Dos Campos Elíseos
Sem que nele possa
Jamais adentrar.
Do Vale das Sombras
Ecoam meus versos
Chorando desterro
De imortal martírio o preço
Uma seta de Amor envenenada
Lançada por Cupido em meu peito
Quando era sepulcro
E jazia morto
O cerne vital da paixão.
Corpo fechado – maldição
Minha vida ilusão.

Silêncio!
Deixe as folhas dos arvoredos
Farfalharem ao Vento!
Respeite meu pranto!
Sou o Senhor Desencanto!



Rob Azevedo





Nenhum comentário: