terça-feira, 20 de novembro de 2007
Amor-Mal-Assombrado
Amor-Mal-Assombrado
Adeus
Amor meu
Adeus
O trem se foi
Eu digo Adeus
Procure os seus!
Mais triste que um Amor
Quando se finda
Só a dor
De um defunto-Amor
Para quem não existe
O descanso, a paz
Da despedida
O alívio
A redenção
Do Adeus
Adeus
Amor meu
Adeus
Procure os seus!
Amor-museu
De passado vivendo
Lembranças d`algum tempo
Quando foi bom
Toca o sino...
Faca de dois gumes
É minha sina:
Tão bom haver sido
Que me guardam
Como peça de antiquário
Apodrecido relicário
Vestígio
De um Amor empoeirado
Espane as teias de aranha!
Mate as traças
Sobre a foto preto e branco...
Aonde se foi a graça
Em meu sorriso amarelado?
Amor-escravo
Acorrentado
Ao passado
Sabe o futuro:
Amor-Mal-Assombrado
Síndrome de Hamlet
Amedronta meu espírito:
Ser ou não ser?
Eis a questão!
Ser um fantasma
Correntes arrastando
Pelo castelo
Maldizendo as chagas
Do coração maculado
Ou feliz campeiro
Colhendo entre flores
Amor-Perfeito?
O queijo
Tem gosto azedo
O vinho, amargo
Uma coruja me espreita
Enquanto morcegos silvam
O luar
Ilumina o túmulo
Uma vela
Quase ao fim
Tremula a chama
E apaga
Minha companheira
Lúgubre
Da derradeira hora
Vem voando
Zigue-zagueando
Desajeitada
Pousa em meu ombro
Ó Mariposa
Por que não vá embora?
Nem tens a doçura da rosa!
Ao menos
Teria algo das flores
Para depositar no túmulo
Do Amor-defunto
Rob Azevedo
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