quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Ode aos Escribas




Ode aos Escribas



Fala-se muito
Diz-se pouco
Escreve-se bonito
Versos ocos
Daí o por quê
Faço ouvidos moucos
Aos escribas imitadores
De Carlos Drummond

Não me acusem de pretensioso!
Vomitei até meus versos
Quando os reli ao inverso

Sem rima, nem sentido
Poesia sem nexo
Caos perplexo
A sinfonia fez-se barulho
O claro, hermético
O texto, holocausto
Meus testículos preciosos
Um par de ovos estrelados

Liberdade, claustro
Claridade, breu
Trompete, clarinete
Acordeom, gaita
Violão, guitarra

O epitáfio
- Aqui jaz -
Outdoor de show
De New Orleans

Então, caros irmãos
Não me acusem de presunçoso
Não somente os teus
Mas os versos meus
Vomitei-os da entranha
Cuspindo sangue e chama
Quando os reli ao inverso




Rob Azevedo





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