domingo, 18 de novembro de 2007

Sentir




Sentir


Descobri que um poeta
É como um cantor
Que precisa cuidar
Atentamente das cordas vocais -
Fazer gargarejo
Não tomar gelado
Não gritar demais
Evitar resfriar-se...

O poeta
No caso
Há que cuidar
Dos seus sentimentos
Porque cada verso
Reflete o que sente

No ponto extremo
Torna-se deserto estéril
Onde nenhuma flor-poesia
Floresce
Morre a cria

Cala-se a Inspiração...

O poeta
Há que sentir!

Lá vem a chuva...

Verso de ira
É meu termômetro que indica
Por qual caminho devo seguir
Qual abandonar

Ah! Quero somente os poemas de Amor!
Sem dúvidas, sarcasmos
Desilusão ou raiva...

Quero um Amor que seja
Como a folha nua
Quando deito a primeira letra

Um campo em branco
Sem histórias sendo
Simultaneamente escritas
Vindas
D`outros tempos

Sem congestionamento
Nem bate-cabeça...

Alguém que viva
Cada coisa
Ao seu momento
Nunca
Ao mesmo tempo



Rob Azevedo






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