terça-feira, 21 de agosto de 2007

Pai e Mãe - Éolo e Rosa dos Ventos




Pai e Mãe
- Éolo
E Rosa dos Ventos –


-> Trilha sonora


Não sou teu
Não sou de ninguém
Sou do vento
Só ele me tem


Sopra o vento
Se curvam arvoredos
Diante Éolo

Uivante desprende
Ressequidas folhas
Batem janelas e portas
Em seus umbrais

Impele nuvens
E velas
De caravelas
Roda moinhos
Muda o tempo
Levanta poeira
Arranca telhas

Leva consigo
Cartas de amores
Pétalas de flores
Alastra chamas
Enfurece ondas

Ninguém o tem
A ninguém rende contas
Não tem dono nem dona

Sopra o vento
Sons de flauta
O vento en(canta)
Alazões exalta
Crinas balouçam
Nos verdes prados
À trotes largos

Planam aves
Estendendo asas
Olhos de águia
Espreitam presas

Ao sabor dos ventos
Viajam balões
Debicam pipas
Sorriem crianças
Choram damas

Uivante canta
A leveza de ser livre
Sem dono ou dona

Liberto canto
À Rosa dos Ventos
Mãe soberba
Cálice e berço

Impávido conto
Nas contas do terço
Lendas de Éolo
O Pai que escolho

Sou livre
Não tenho porto
Ou ninho
No topo das árvores
Nem cume dos montes

Nasci do Amor
Entre a Rosa dos Ventos
E o deus Éolo

Aos filhos de Gaia
Presos ao chão
Miro o horizonte
O azul celeste
Abro o peito
Solto a voz
Toco harpa
E canto:


Não sou teu
Não sou de ninguém
Sou do vento
Só ele me tem



Aprendi
Com o Pai Éolo
E a Mãe Rosa dos Ventos
A sabedoria
Do sopro que tudo leva
Sobretudo o encanto
Da liberdade
Na magia
De ser pássaro-poeta
E voar
Com asas
De poesia



Rob Azevedo









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