sábado, 18 de agosto de 2007

De Novo Um Menino




De Novo Um Menino


-> Trilha sonora


Tarde ensolarada
De inverno
O céu é azul
As pessoas seguem pelas calçadas
Ocupadas, com seus afazeres
Eu sigo sozinho

Procuro seu rosto
Em cada semblante que vejo
Me encontro e me perco
Saudades sinto
Imerso no vazio

Contemplo o céu
Tão azul
Meu horizonte tão cinza
Sem sua companhia

Uma mesa de bar
Um drink, um cigarro
São companheiros
Da melancolia
Se o dia é quente
Minha vida é fria

Um sorriso
Num papel de foto
Olhar de rubi
Rosto de anjo travesso
A lembrança do perfume
Dos seus cabelos
Dourados, castanhos
Derramados sobre os ombros
É tudo que tenho

Outrora
O cinza era azul
O frio, quente
Você meu Sol
Minha menina

O acaso da vida
Leva o que amamos
Como folhas secas pelo vento
Agora diante a mim
Ao sem sentido
Perdido me reconheço:

Sou apenas um menino
Contendo o choro

A dor que me fere
Rasgando a entranha
É saber:

O melhor de mim te devotei
Sem merecer na partida
Sequer sua mão
Estendida sobre meu ombro
Uma palavra de afeto
Um adeus sincero

Além imaginei em devaneios
Que merecia
Algumas palavras
De vez em quando
Tão fáceis:


- Oi, como tem passado?

Continuo crendo
Que mereço
Por tudo que vivemos

Só queria que soubesse
Em meus últimos versos:

Ainda é tempo
Me faça ao menos
Saber que existo
Que existi
Algum dia
Em sua vida

Viramos a página
No entanto não precisa
Rasgá-la, jogá-la fora
Na cesta de lixo

Por mais que me doa
Haver me doado
Tão intensamente
E me ver nessa tarde
De mãos vazias
Você sempre existirá
Nalgum lugar
Muito especial da minh`alma
Guardada com todo carinho
A sete chaves

Te amarei como lembrança
Que o mesmo vento que te leva
A todo instante me traz

Senão como seu homem
Te amarei como irmão
Senão com meus lábios
Nos seus
Te amarei com meu respeito
E constante atenção

Vigilante, me preocuparei contigo
Perguntarei sempre
Se está tudo bem
Sobretudo
Serei seu amparo
Para que tudo eternamente
Em seu viver esteja bem

Ainda que agora
Eu quem precise socorro
Serei sempre seu salva-vida
Farol em mar bravio
Cais do porto

Serei tudo que digo
Se ao menos
Lembrares que existo

Um eco me aflige
Congela meu espírito:

Por tudo que vivemos
Pensei que merecia
Um oi, tudo bem?
Tão pouco o que peço

Agora entendo
Eu homem-menino
Ofertando ajuda
À mulher-menina que tive
Sou eu quem clamo
Do íntimo d`alma socorro

Nessa tarde e vida vazia
Desamparado, perdido
Agora compreendo
Que te amei demais
Bem mais do que devia
Bem mais do que merecias

E é triste
Nem ter ouvido na partida
Em voz sentida
Entrecortada por soluços de pranto:

- Adeus, nosso Amor se finda
Mas continuas existindo em minha vida
Como um grande amigo



Rob Azevedo






Nenhum comentário: