sábado, 1 de dezembro de 2007
O Crisântemo
O Crisântemo
Tan tan, tan tan, tan tan, tan tan...
Tamborilo na mesa
Ecoando no tédio vespertino
Meu nonsense musical
Espero o tempo escorrer
De grão em grão
Formando dunas
Talvez à noite
Alguma novidade
Quem sabe
Uma festa inesperada?
Nessa hora eqüidistante
Do Nada ao Porvir
Ninguém sequer lembra
Que existo
Abandonado no mundo
Soterrado entre ossos de ócio
Miro o vazio
Na folha nua da agenda
Escrevo um poema
Sentindo na língua
A alma do Nirvana...
Quietude
Ostracismo
Paz
O espaço branco...
Pareço exilado
Numa cidadela qualquer
Além da Sibéria
Se eu grito e morro
Alguém ouviria antes da morte
Meu clamor de socorro?
Acaso ouvisse
Se importaria?
O que valho no mundo?
Fatigado imagino
Valer o mesmo que sinto:
Um Nada absurdo...
Menos que um pirilampo...
Por que me cristalizei
Num ser humano?
Não poderia ser tão somente
Um crisântemo?
A vida tão menos complicada
Sem filosofias em horas vazias
Sem exigências
Nem coisa alguma
Sem dores de consciência
Nem perguntas e respostas
Mal formuladas
Sem insônias
Nem tardes entediadas
Até o monótono vazio
Imperturbável
Rotina do dia a dia
Sempre igual
Seria natural
E nenhum pensamento
Discorreria em contrário
Quisera eu ter nascido
Apenas um crisântemo
Inocente
À beira de um rio
Rob Azevedo
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Um comentário:
Poeta,,,
como sempre vc me emociona com seus poemas...
mas, confesso que o crisÂntemo
tocou-me profundamente,
que inspiração...
parabéns,
continue sempre assim escrevendo esses poemas que nos tocam a alma.
te amoooo...
bjinho
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