quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Triangle Royal
_Triangle Royal_
Lençóis, travesseiros, véus
Azul-turquesa no leito
Florais e quadros do menino Deus
Tapeçarias orientais, no ninho perfeito
O H do Rei sobreposto
Aos dois Cs opostos
Entrelaçados de Catherine
Formando o D de Diane
Lareira digna de reis, lustres, vitrais
Teto cofrado, esculturas, romântica vista
Do Rio Cher
Esplêndidos jardins
Em terraços elevados
A Torre de Marques
Estábulos, hortos
Pavilhões de caça
Na imensidão dos bosques
Cenário de sonhos
Do triângulo amoroso
Ménage à trois real –
O Rei, a Rainha
A amante
Favorita do soberano
À Catherine submissa
Diante o Amor do monarca
Por todo reino conhecido
A gentileza de Diane
Em conselhos sobre a vida íntima de cônjuges
E permissões, incentivos
Para que o amado
Ao leito da Rainha se recolha
Providenciando ao trono herdeiros
Em cada ducado
Com toda pompa
Recebida a preferida
Ao lado do Rei
Catherine esquecida
Vem
Dois dias depois
Solenidades
Títulos, honrarias
Propriedades rurais e urbanas
Châteaux e obras de arte
Todo Ouro e libras
À Diane
Venerada como a deusa
Da caça e da Lua
Seu ofício
Entre todos do reino o mais rentável
Cumpre
Na alcova do Rei
Tornando-se manjar da libido
Ouro, prata, jóias
O reino aos pés...
À despeito de coquetéis irrecusáveis
Marionetes em mãos vaidosas
São coadjuvantes na peça
Quando o Amor
A ambos une
Amante ornada em diamantes
De amantes as madrugadas
O depois, o antes
Tão somente nada
Horas contadas
Prepara-te!
Como a Relicário Sagrado
Banquete do Rei
No dever e honra de saciá-lo
Banhada em leite de rosas
Perfumada, maquiada
Depilada e penteada
Por damas de companhia
Ó meretriz elegante
Da fina nobreza
Por detrás dos véus
Refulgindo a pele alva
Abre tua guarda
Oferta a relíquia
Que trazes no corpo
Aos desejos
De teu soberano
Santificado será o gozo
Em Bula Papal
Solenemente trazida
Nas mãos
D`algum cardeal
Santo deleite!
Salvação da alma! – dirá o Sumo Pontífice
Ó, Favorita!
O reino conspira
Em matéria e espírito
Práxis e filosofia
Qualquer heresia
É-nos bendita!
Abre as portas levadiças
De tua fortaleza ao Rei
Adentra-rei
Ainda que me afunde
Perdido no fosso
Que seja aquele
Bem-quisto
Entre duas alvas Camélias
Rob Azevedo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário