domingo, 30 de dezembro de 2007
Devoção
Devoção
Não, eu não te disse
Da noite triste
Sombria que existe
Quando de partida parte
Quem meu coração reparte
Nem do que amargurado senti
Sem ti ao meu lado
Sequer te contei
Tudo que imaginei
Por horas a fio
Na solidão do quarto
Têm coisas que não te conto
Por falta de coragem
Ou acho bobagem
Ainda aquele receio
De ver-me despido, indefeso
Flagrado em pecado sacrílego
Herético em delito
No recôndito
Do confessionário
Deslumbrado mirando
O crucifixo
Entre dois róseos mamilos
Guardo o segredo comigo
Do templo que ergui
Debaixo do véu
Da tua saia
O altar que venero
Dele sou servo
Devoto fiel
Encontra-se sob o céu
Do Santo Sudário
- A peça íntima que te veste -
Água benta
Nesse altar enlevo
O espírito e rezo
Nele teu cacho de uva
É Minha Santa
Hóstia, vinho e sacramento
Contrito me confesso
De joelhos entre um par de coxas
Minha fronte se coroa
Beijando a Redentora
Acaricia-me as madeixas
Ó deusa e abençoa
Teu servo devoto fiel
Que humilde vos beija
Arrebatado em transe místico
No santuário
Da carne e espírito
Rob Azevedo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário