quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Labirinto dos Sonhos
Labirinto dos Sonhos
Deliro
Feito ébrio enlouquecido?
Vomito um mito!
Da víscera...
Ambígua poesia
Enigma...
Quem entenderia
Senão os filhos
De Platão?
Inusitada e trágica
Sina
Da minha lira
Dramática
Ira que abomina
Em espasmos de agonia
Cataclismo
Surrealista
Insurreição!
- Quebrai as correntes, Ó Zeus
Da Razão!
Já não me entendem
Não!
Ainda murmuram
Que pisei nas flores
E falam de sonhos...
Eu as plantei!
Meus pés
Sabem aonde vão
Ao Bosque da Ilusão
Meu coração
Vai pisoteado
Acorrentado
À maldição
Das almas
Vagando eternamente
Nas sombras do além
Vagar, vagar, vagar...
Num campo de versos
Buscando a remissão
Sem nunca encontrar
Aprisionados
Por nossa
Criação
Eis por que
Eu piso
Nessas flores de ópio!
Nos entorpecem...
Então por que o espanto
Se deliro?
Cometo atos
Que não entendem
Delirante
Meus olhos se abrem
- Abrem as portas
Da percepção -
E compreendem:
Não há salvação!
Incendeie Roma
Devassem os campos
Do Amor
Tornou-se maldição
Eu um bufão
Pregando na praça
- Num dialeto da África -
Para uma multidão
De surdos
De Plutão
Ah! Não podem ver o que vejo...
Só eu, Zeus, só eu vejo
O quão o mundo
Que criamos
Tornou-se herético
Dá-me a Pedra Filosofal...
Alguma panacéia
Haverá de curar
A cegueira
Abissal
Daqueles que lêem
Meus versos
Quem sabe um dia
Possam ler os pergaminhos
Decifrarem os hieróglifos
Desvendando o enigma
Com ajuda dos astrólogos
Nesse dia
A saída
Do campo-labirinto
Encontrarão os ímpios
Rob Azevedo
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