sábado, 5 de janeiro de 2008

A Chuva É O Que Sinto




A Chuva É O Que Sinto


Canto o que sinto
O que me brinda o momento
Agora
Ao cair da chuva
Na noite soturna
O sentir me inspira
Ceticismo
Torno-me profundo
Como o abismo
Desembocando
No fim do mundo

Aquela impressão
Incompreensível
De que o sonho
Jaz
Em conto
Esmaecido
Consumido pelo tempo

O cantarolar da chuva no telhado
Tem
Seu próprio canto

Nessa hora
O compreendo
Por intuição

Sua linguagem
Não se traduz
Por meio
Da razão

Não se descreve
Em palavras

É insight
Mantra
Ego trip
Jornada
Às profundezas da alma

É lição
Zen-Budista
- A prova do Mestre –

É dizer tudo
Por meio do que não se entende
Sente-se
Pelo sexto-sentido

É refúgio
Convite
À introspecção
E transcendência

Bálsamo
Ilha perdida
Monastério no Tibet
Reticência

É o aguçar dos ouvidos
Tentando compreender um canto
Fundamental e inexprimível
Aos cinco sentidos

É o avesso da razão
Cognição
Sensitiva
Extra-sensorial

Enfim
A chuva
É o que agora sinto
Sentindo
Com o sexto-sentido



Rob Azevedo





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